Os
bloqueios de tráfego e os rodízios de veículos, segundo suas placas, não são a
resposta necessária para o chamado lockdown, o trancamento da
circulação de pessoas nos grandes centros assolados pela pandemia do novo coronavírus.
O
potencial de contaminação representado por um aumento de 15% no movimento do
transporte coletivo – ônibus, metrô e trens – é muito maior do que o dos
automóveis – em geral, com uma única pessoa – circulando.
A
questão central é a cessação das atividades que levam as pessoas à rua.
Mas
isso é o contrário do que fazem: travam o trânsito e liberam as atividades que
levam as pessoas a circular.
Jair
Bolsonaro assinou hoje decreto fixando que salões de cabeleireiros são
“atividade essencial”, com seu óbvio ambiente contaminante.
Será
que a economia brasileira depende de escovas progressivas, reflexos, luzes e
tinturas?
Ah,
sim, academias também são: salvaremos com supinos, puxando ferro ou fazendo
modelagem de glúteos.
A
gente vai tocando as coisas assim, fingindo que toma providências, enquanto os
mortos se acumulam.
É
incrível o cinismo nacional.
Parece
não haver mais vida inteligente no Brasil.
Só
há “lockdown” quando se interrompe a atividade econômica. o resto é fantasia.
O
prejuízo que isso trouxer pode ser revertido com auxílio e assistência aos mais
pobres, mas as mortes que a falta destas ações nos trouxerem jamais se
recuperarão.
Do
Tijolaço
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