O quase-ex- ministro
da Economia, Paulo Guedes, disse hoje a investidores estrangeiros que, com a
cartinha que Temer escreveu para Jair Bolsonaro, também “tudo de volta aos
trilhos”, também nas atividades econômicas e que, embora estejamos vivendo “o
pior da inflação”, ela baixará para “algo entre 7,5 e 8%” no final do ano.
Se
o senhor Paulo Guedes tiver uma destas calculadoras de camelô, mesmo com ela
será possível se novembro e dezembro tivessem uma inflação de ,menos de 0,5%,
metade da que se vem registrando hoje. As projeções da Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Abima, datadas de ontem,
já são de 0,99% para o IPCA de novembro.
Inflação
de 1% no mês, dada como certa, só tem como dúvida se e o quanto ficará acima
disso.
Podem
fazer a pantomima que quiserem, traz efeito apenas aos que lucram com
espertezas , temores e falsas euforias, como os que, ontem, se aproveitaram de
uma euforia no câmbio e na bolsa que não durou um dia e devolveu os ganhos de
ontem.
O
aumento dos preços dos alimentos é forte e contínuo: subiram frango, café,
carne suína, bovina. Nos grãos (arroz, milho, trigo, café, soja, feijão)
extinguiram-se os estoques reguladores públicos, que impediam altas alucinadas de
preços. Em consequência, no que ainda havia alta, agora elas se elevam a até
30% m dois meses.
Pequeno
produtor não estoca para acompanhar cotações internacionais, vende na baixa ou
na alta porque não tem fôlego para especular por cotações.
Mas
os grandes, não, ganham no preço muitas vezes mais do que aplicam na construção
de um ambiente de conflitos, como estes que patrocinaram entre os
caminhoneiros, que não desobedecem aos frotistas que, por sua vez, não
desobedecem a seus clientes do agro.
Estamos
praticamente sem comando econômico que, se houvesse, já teriam dificuldades em
conter a inércia altista dos preços livres e, pior ainda, estamos acima de 11%
de inflação nos preços administrados pelo governo.
Tijolaço.