segunda-feira, 13 de abril de 2020

ESTUDO AFIRMA QUE CASOS REAIS DO COVID-19 SÃO 9 VEZES ACIMA DO ‘OFICIAL’

O Globo publica hoje, com base num estudo de um grupo de pesquisadores da PUC-Rio, Fiocruz, USP e outras instituições, a estimativa de que os casos reais de infecção por coronavírus no Brasil devem ser hoje perto de 250 mil, em lugar dos 23.430 confirmados pelo Ministério da Saúde, pelo fato que 225 mil não foram notificados ou classificados.
A razão é a falta quase absoluta de testes laboratoriais, critério adotado pelas autoridades para informas à população o quanto a doença já se alastrou pelo país.
Aqui, você pode ver o mapa preparado pelo jornal, com os dados de subnotificação estimados estado por estado e, destaque-se, as baixíssimas percentagens de casos registrados em São Paulo (só 6,5%) e no Rio (7,2%), os dois principais polos de implantação da epidemia. Outra preocupação, o Amazonas, tem apenas 6,1% de taxa de notificação.
Há dias, tem-se criticado aqui o método adotado de só contabilizar casos testados positivos em laboratório, tanto pelo fato de não termos testes para ninguém, a não ser mortos e pacientes graves, na maioria, quanto pela incapacidade de processar grande parte dos testes realizados.
O resultado é não apenas a subnotificação monstruosa, mas também a baixa da guarda nas medidas de isolamento social, sobretudo sabendo que há um bando de energúmenos dizendo que “está passando” a ameaça viral e, com isso, pressionam a que as pessoas voltem às ruas e espalhem a contaminação.
O número encontrado pelos pesquisadores já nos coloca no nível do primeiro grupo em quantidades de infectados, embora não seja possível estabelecer uma correlação mecânica com eles porque, por lá, também a subestimação – em grau bem menor, claro – dos casos existentes.
O número de mortes é, igualmente, irreal, mas em escala menor – não nas 9 vezes a mais das contaminações. É seguro dizer que é três ou quatro vezes, como já se demonstrou aqui ao exibir-se a imensa quantidade de casos de internação que ficam numa classificação de “outros” nos dados oficiais, quando, sabe-se, são de casos de Covid-19.
Some-se a isso a chegada tardia da epidemia aqui, fazendo com que os casos, mesmo severos, sejam “novos” e que só agora comecem a evoluir para a condição de grave , daí, para mortes. E, como não há testes, as mortes “não crescem” apenas porque eles não existem.
Para resumir a questão: está sendo contada uma mentira ao povo brasileiro.
A qual, amanhã, vai se evidenciar em comboios fúnebres e em um escândalo mundial.
Do Tijolaço

QUEM SÃO OS MÉDICOS CUBANOS QUE COMBATEM O COVID-19 POR TODO O PLANETA

Por má fé ou ignorância (às vezes pelas duas virtudes juntas) tem muita gente condenando a participação das brigadas de médicos cubanos que saem pelo mundo combatendo o Coronavírus. A alegação é de que eles são médicos de família, generalistas, sem experiência em infectologia e virologia. Uma dessas vozes está em uma matéria publicada pelo Washington Post. “Os cubanos nunca foram necessários”, afirma o doutor Santiago Carrasco, atual presidente da Federação Médica do Equador. “Eles nem eram especialistas”. 
O doutor Carrasco – que não se perca pelo sobrenome – não deve saber, ou sabe e esconde, que os médicos que estão enfrentando o Coronavírus não são os mesmos médicos de família que estiveram, entre outros países, no Brasil e no Equador. 
As brigadas cubanas que lutam contra o Covid-19 fazem parte de uma organização sem precedentes no mundo, o “Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres, Pandemias e Graves Epidemias”. Conhecidas pelos cubanos como “Brigadas Emergentes Henry Reeve”, elas foram concebidas pessoalmente por Fidel quinze anos atrás, quando o Comandante enviou uma centena de médicos cubanos em missão humanitária a Angola. (Não será demais lembrar que foi graças ao envio de 250 mil soldados cubanos armados à África que Angola conquistou sua independência, levando de arrastão o Apartheid sul-africano e permitindo a libertação de Nelson Mandela.)
A um estrangeiro pode parecer estranho que as brigadas tenham sido batizadas com o nome de Henry Reeve, um gringo. Reeve, para quem não sabe, era um adolescente de dezesseis anos nascido no Brooklyn, em Nova York, em abril de 1850. Lutou na Guerra de Secessão dos EUA e em seguida emigrou para Cuba, onde se alistou como voluntário na Guerra de Independência contra a Espanha. Depois de participar de mais quatrocentos batalhas ao lado do Exército Libertador de Cuba, morreu em combate aos 26 anos lutando contra as tropas coloniais espanholas.
Esses homens e mulheres que o imbecil equatoriano diz que não têm especialização lutaram contra a malária e o ebola em metade da África, e atuaram como infectologistas, que eu me lembre, de memória, em Serra Leoa, na Armênia, no Haiti, no Congo, na Guiné Bissau, na Etiópia, curaram as crianças contaminadas pela tragédia de Chernobyl e combateram epidemias nos confins do Laos.
Quem não tem contribuição a dar à guerra contra o Coronavírus deveria ficar de boca fechada. Já seria uma grande ajuda.
Do Nocaute

O QUE É O “XADREZ DOS ENSAIOS DO PRÓXIMO JOGO POLÍTICO”, LUIS NASSIF

Na saúde, há dois discursos claros em jogo: o isolamento social x a varinha mágica da cloroquina. Na economia, há uma enorme confusão.
No ultimo dia 8 publiquei o “Xadrez dos ensaios do próximo jogo político”. Lendo os comentários, percebi que fui muito pouco claro na apresentação das hipóteses.
Haverá dois grupos de digladiando politicamente: o campo bolsonariano, apostando no caos e no terraplanismo; e a oposição, que necessariamente terá que escalar o discurso racional.
O Xadrez em questão se refere exclusivamente aos temas que deverão emergir nesse arco racional de centro, centro esquerda ou centro direita, ao qual estão se candidatando personagens da linha de frente do combate ao coronavirus – do Ministro da Saúde a governadores de estado.
No entanto, não dá para minimizar a força do terraplanismo. A estratégia conjunta dos governos de ultradireita – tão concatenadas entre si, que comprovam a existência de uma cabeça central, provavelmente Steve Bannon – é uma aposta no pós-coronavirus.
O coronavirus impõe uma guerra entre a racionalidade da ciência e o discurso redentorista de cloroquina, gripinha e tudo o mais. Os fatos mostrarão cada vez mais a lógica da ciência se impondo. O momento seguinte é o do enfrentamento da crise econômica – que virá brava. E aí se entra no terreno da subjetividade econômica.
Na saúde, há dois discursos claros em jogo: o isolamento social x a varinha mágica da cloroquina. Por aí se torna relativamente fácil separar a tribo dos seguidores de Jim Jones (o pastor que levou seus fiéis ao suicídio) e o Brasil minimamente racional.
Na economia, há uma enorme confusão. Há um grupo de halterofilistas da economia, que ganhou status no período pré-coronavirus e que continuam apegados ao jogo de interesses simplórios-maliciosos do período anterior: mercado x Estado, setor público x privado, isonomia entre perdas do funcionário público x privado e outras patacoadas. São ideólogos que conquistaram espaço midiático no período pré-coronavirus e não querem abrir mão em hipótese alguma de suas cloroquinas conceituais. Serão tão nefastos no segundo tempo da guerra, espalharão tanta confusão na opinião pública quanto o bolsonarismo no primeiro tempo.
Toda a estratégia atual do terraplanismo é se preparar para o segundo tempo. Afastado o fantasma do coronavirus, a crise do desemprego, da perda de renda virá para o primeiro plano. E, aí sim, haverá espaço para as loucuras da ultradireita, atribuindo a crise aos governadores e reforçando a ideia de um governo autocrático-ignorante para superá-la. Se as loucuras de Bolsonaro, em um caso claro como o do coronavirus, mobiliza seguidores-zumbis, imagine-se quando se entrar no terreno confuso do receituário econômico, há muitos anos contaminado no Brasil pelo jogo de interesses do mercado. Dai o formidável empenho dos bolsonaristas em manter as hostes unidas para o segundo tempo do jogo.
Depressão sempre foi espaço aberto para salvadores da ultradireita com seus discursos de ódio. E é mais fácil um camelo passando pelo buraco de uma agulha do que aparecer no Brasil, nesse território inóspito e selvagem, uma vocação à altura de Franklin Delano Roosevelt ou de um John Maynard Keynes.
Do GGN

TRUMP ‘AMEAÇA’ FAUCI. OS TIRANOS ODEIAM A CIÊNCIA.

No NY Times, lê-se que, como a sua miniatura tupiniquim, o presidente Donald Trump está usando o “retuíte” de mensagens de imbecis que defendem a demissão do médico Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas dos EUA e um dos maiores virologistas do mundo, por ele ter dito à CNN, ontem, que o isolamento social poderia ter evitado muitas mortes no país se tivesse sido iniciado antes.
Ele repassou em suas redes Trump a mensagem de uma ex-candidata republicana ao Congresso, DeAnna Lorraine, acusando Fauci de – ao contrário do que o médico fazia – estar até pouco tempo dizendo que não haveria ameaças aos norte-americanos. “Hora de #Fire Fauci“, terminou ela, usando a expressão que significa demitir e que era o bordão de Trump quando ele apresentava shows imbecis na TV.
É impressionante como o processo de transformação do governo em um espetáculo de estupidez virou uma commodity que nos exportaram e com qualidade ainda pior.
Tem toda a razão a veterana jornalista Dorrit Harazim em seu artigo de ontem em O Globo, ao concluir:
“Isto não é uma presidência, é um culto. E como tal deveria ser tratado”, opinou um internauta referindo-se a Donald Trump. “Só que o líder de um culto nunca perde seguidores. São os seguidores que perdem a vida”. Vale para cá também.
É isso, os estúpidos odeiam a ciência. Cultuam a morte.
Do Tijolaço

domingo, 12 de abril de 2020

MANDETTA DETONA BOLSONARO NO FANTÁSTICO E PODE SER DEMITIDO

"Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta”, disse o ministro Luiz Henrique Mandetta, em entrevista à TV Globo
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a defender o isolamento social e deu uma declaração que eleva a tensão na relação já conturbada com Jair Bolsonaro.
“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, isso é claramente uma coisa equivocada. Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta”, disse o ministro,.
A mudança de tom reforça as especulações de Mandetta tenha ficado furioso com a ameaça de Jair Bolsonaro de demiti-lo na última segunda-feira (6) e precisou ser contido por amigos próximos, que foram acionados pelo general Walter Braga Netto.
Além disso, Bolsonaro tem reiterado o discurso em que pede o fim do isolamento social para que o comércio reabra. Mas além do discurso, Bolsonaro tem feito passeios por Brasília e aglomerado e cumprimentando apoiadores.
Na quinta-feira (9), Bolsonaro parou em uma padaria em Brasília, segundo ele, para tomar um refrigerante. Nas imagens divulgadas em suas redes sociais, é possível ver que o presidente abraça funcionários do local e posa para fotos.
Na entrevista ao Fantástico, Mandetta ainda previu que os piores meses da crise serão maio e junho, o que exigiria que agora não se relaxassem as medidas de distanciamento social.
Do 247

GOVERNO FEDERAL ANUNCIA AJUDA AO NORDESTE, MAS NÃO ENTREGA, DIZ WELLIGTON DIAS

Não entregaram sequer as dez UTIs prometidas para o Piauí, diz Wellington. Só ontem o governo federal anunciou que irá comprar 6 mil respiradores
Governador do Piauí, Wellington Dias denuncia promessas não cumpridas do governo federal. Nas coletivas, o Ministério da Saúde anuncia compras que não se realizam, entregas que não se concretizam.
Em janeiro, Secretários da Saúde previram problemas futuros com coronavírus, e governadores pediram antecipação da vacina da gripe. Nada foi feito. Governadores que quiseram comprar não puderem, pois tudo está centralizado nas mãos do governo federal.
Ainda hoje não se deu solução para o problema. No Piauí morreram 7 pessoas de coronavírus, 4 de H1N1 e uma de influenza. Mesmo agora, as vacinas remetidas para o Piauí correspondem a apenas 40% da meta acertada.
Quando começou a guerra contra o coronavírus, a rede do Piauí tinha apenas 30 leitos para coronavírus. Foi feita uma operação para adiar as cirurgias menos urgentes e aumentou-se para 200 leitos.
O governo federal anunciou a compra de 15 milhões de exames, respiradores, UTIs, mas nada fez. Os estados do Nordeste conseguiram adquirir produtos na China, mas foram confiscados no porto de Nova York pelo governo americano, confirma Wellington. Trump fez interferência em defesa do americano, diz ele. Mas nós fizemos compras de 59 respiradores, e até agora a compra não foi desembaraçada pelo Ministério da Saúde. Todo dia a Saúde anuncia bilhões, diz ele. Ontem anunciaram 4 bilhões de reais. Chegaram para o Piauí 18 milhões.
Também não chegaram sequer as dez UTIs prometidas para o Piauí, diz Wellington. Só ontem o governo federal anunciou que irá comprar 6 mil respiradores.
Fizemos plano para chegar a 500 leitos disponíveis para coronavírus. Hoje a demanda para maio seria de trezentos leitos, mas sabe-se lá o que vai acontecer. Conseguimos esse ritmo porque a adesão do Piauí ao isolamento social tem ficado em 55%. Se quebrar o isolamento, tenho antecipação de pessoas com coronavírus, número muito maior de pessoas complicadas, cardíacos e outros, e vão morrer porque capacidade não será suficiente. E o governo federal está permanentemente desestimulando as pessoas a manter o isolamento.
Tudo ficou centralizado no poder central. Os governadores atuavam na ponta. Quando isso não aconteceu, ficamos sozinhos, continua ele.
O maior problemas são os exames. Se não se fazem os exames como saber quem está ou não com coronavírus? O Piauí comprou 132 mil exames. Até sexta feira o governo mandou 800 exames. Quando diz que Piauí tem 41 casos, é falso, diz o governador, porque não fizemos exames. O Brasil precisa fazer pelo menos 15 milhões de exames.
Haverá o caos total se a Secretaria do Tesouro persistir boicotando a ajuda aos estados. A previsão é de queda na arrecadação de 30 a 40%. Se o dinheiro não for liberado, será o fim, diz ele. Veja o vídeo a seguir.
Do GGN

sábado, 11 de abril de 2020

MARANHÃO EM MANCHETES, NOTÍCIAS DE HOJE







terça-feira, 7 de abril de 2020

POR IDEOLOGIAS EXTREMISTAS, BOLSONARO IGNORA REGRAS JURÍDICAS, ÉTICAS E SANITÁRIAS, DIZ FLÁVIO DINO

Dino participa do consórcio de governadores do Nordeste, que vem se desvinculando do governo de Bolsonaro.
“Bolsonaro coloca, acima de tudo, suas ideologias extremistas e, por isso, ignora regras fundamentais não só jurídicas, éticas, mas também, neste caso, regras sanitárias”. A declaração foi proferida pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), nesta segunda-feira (6), durante entrevista ao Brasil de Fato em Casa.
Produção do Brasil de Fato durante a quarentena de combate à propagação do coronavírus no País, o programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 18h, no canal do jornal no YouTube e no Facebook.
Dino tem se alinhado a governadores do Nordeste brasileiro em um consórcio que tenta se desvincular das ideias do governo federal de Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo o governador, Bolsonaro “tenta impor um ponto de vista que está isolado no planeta. Nem o seu ídolo número um, o presidente dos Estados Unidos [Donald Trump], professa essa exótica ideia de que remediar é melhor do que prevenir”.
“A sabedoria popular acertou há séculos, e com razão, que prevenir é sempre melhor do que remediar”, contraria.
O governador falou também sobre como o Maranhão tem lidado com a pandemia de coronavírus e sobre os rumos da política nacional.
O programa também estreou uma nova coluna, o “Movimento Bem Viver”, em que a repórter Nara Lacerda abre espaço para uma enxurrada de atos solidários que tem tomado o país nesse período de quarentena.
Assista o vídeo na íntegra: 

BdF/DCM

sábado, 28 de março de 2020

DESOBEDEÇAM BOLSONARO E DEFENDAM A VIDA!

As autoridades públicas entraram em modo de desobediência, esta a esperança que nos resta.
As medidas do Governo Federal caem como moscas na Justiça e no Congresso, por ilegais, inúteis ou estúpidas.
Os comandantes das tropas de enfrentamento da guerra viral em que estamos metidos gaguejam diante das monstruosidades que diz o presidente, demonstrando que são fracas e tíbias para enfrentar algo muito mais perigoso que o Covid-19: Jair Bolsonaro.
As Forças Armadas, que precisariam ser a coluna dorsal do país, cuidando da logística, organizando o abastecimento das cidades, chamando os cidadãos à disciplina pelo exemplo de sua coragem de proteger, amparar e servir ao país, estão omissas, em lugar de estarem, agora, apelando pelas resistência na trincheira doméstica e antecipando os inevitáveis hospitais de campanha que serão necessários.
Dão a triste impressão que, como na Itália, servirão apenas para recolher corpos.
Restaram os governos estaduais e municipais, na sua maioria, exceto por alguns ratos que, de olho no apoio bolsonarista, entregam seu próprio povo em benefício e sua ambições.
Não podem ter pruridos na hora em que as forças da insanidade ameaçam soltar seus bandos pelas ruas.
E inaceitável que tomem as ruas da cidade as carreatas da morte, as colunas da insânia, os legionários da epidemia por lucro, os pregadores da morte dos velhos, dos doentes, dos que são chamados a se expor, nos trens e nos ônibus, quanto eles, claro, protegem-se nos vidros escuros e no ar condicionado de seus carros e da segurança do home office que só a poucos é possível.
Não há tergiversação possível à beira de uma guerra que será cruenta tanto quanto outra, com a diferença que nelas, mandam-se os filhos a morrer e, agora, mandam-se à morte os pais, as mães, os tios e os avós.
Se os estudos dos cientistas estiverem certos, será uma montanha de corpos. Se for a metade do que preveem, uma montanha de corpos; se um quarto ou dez por cento, uma montanha de corpos.
Vimos e estamos vendo erguerem-se estas macabras montanhas, na China, na Itália, agora na Espanha e já nos EUA, que perderam 400, ontem só.
De cada um de nós depende a chance de diminuir esta montanha.
Há, é verdade, uma linha de frente e gente corajosa nos hospitais, que põe em risco suas vidas para cuidar das baixas inevitáveis e que sofre com as evitáveis por saberem que vão lhes faltar as armas dos leitos, dos respiradores, do oxigênio e que a insânia levará gente à qual não poderão dar esperança.
Mas a batalha decisiva, esta cabe à você, dizer o contrário seria mentir.
Siga na sua trincheira, barrique-se no seu isolamento, proteja-se na sua solidão forçada.
E, sobretudo, como um Gravoche digital, ponha-se a gritar pelas redes as palavras de apoio e incentivo de que precisamos pela falta de líderes, por termos homens tão miúdos que não conseguem ver o que virá à frente e, por isso, zombam dizendo que é gripezinha o que já é peste.
Em troca do dinheiro, seu Deus acima de tudo, desdenham da morte de seres humanos.
Estamos na era dos computadores, mas ainda somos homens e mulheres, mortais, os que os fazemos e os que devem se servir deles para olhar o mundo e ver a realidade dissolver a estupidez dos fanáticos.
Lucidez é luz, luz é ver! A cegueira só é prêmio aos condenados à execução e nós não merecemos, não queremos e não aceitamos a execução sem luta.
A morte vai chegar à sua esquina e você não pode deixar que ela avance ainda mais.
Do Tijolaço

JUSTIÇA DO MARANHÃO PROÍBE ATOS CONTRA O ISOLAMENTO NO MARANHÃO

Juiz determinou que o estado do Maranhão promova as medidas necessárias para barrar esse tipo.
As medidas de isolamento social para evitar o contágio do novo coronavírus (Covid-19) e a proibição de atividades que gerem aglomeração de pessoas são temporárias. Além disso, fazem parte das determinações de autoridades sanitárias como forma mais adequada para retardar o crescimento da curva de disseminação do vírus.
Com esse entendimento, o juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de interesses difusos e coletivos de São Luís, proibiu a realização de eventos contra o isolamento social em todo o estado do Maranhão.
A decisão é desta sexta-feira (27/3). A proibição vale “enquanto durarem as medidas de isolamento e proibição de aglomeração adotadas pelas autoridades sanitárias estaduais, de modo a preservar a saúde pública”.
CASO CONCRETO
Sob o lema “o Brasil volte a funcionar já”, uma carreata em São Luís aconteceria na próxima segunda-feira (30/3). Trata-se de autodenominada “Carreata geral de São Luís”. De acordo com a chamada nas redes sociais, o ato foi convocado por empresários, comerciantes, motoristas de aplicativos e profissionais liberais.
A ação cautelar foi ajuizada pelo Ministério Público estadual, a Defensoria Pública do Maranhão e a seccional da OAB.
Na decisão, o juiz determinou que o estado do Maranhão promova as medidas necessárias para barrar esse tipo de movimento, com a identificação dos responsáveis pela organização e acionamento dos órgãos de segurança.
O juiz autoriza ainda a apreensão de veículos e materiais eventualmente usados nos eventos, bem como pede a elaboração de relatório sobre os danos causados.

GESTO POLÍTICO E IRRESPONSÁVEL

A carreta em São Luís não é ato isolado. Uma campanha publicitária lançada pelo próprio governo federal sugere que "O Brasil não pode Parar". Como mostrou a ConJur, a medida já foi questionada por partidos políticos que enviaram representações ao Tribunal de Contas da União. 
Para o advogado Ulisses César Martins de Sousa, vice-presidente da Associação Comercial do Maranhão, promover carreatas para "pressionar reabertura de empresas são gestos políticos irresponsáveis que nada contribuem para amenizar a crise".
"Defender a abertura geral do comércio nesse momento, sob a minha ótica, é uma irresponsabilidade. É uma medida contrária a tudo que a ciência médica está apontando", critica. O advogado defende ainda a manutenção das medidas já vigentes de isolamento, pelo menos até a primeira quinzena de abril.
Esse tempo, pondera Sousa, servirá para avaliação do avanço da Covid-19. "Servirá, claro, para perceber a reação da economia às medidas que agora estão sendo tomadas. É uma posição impopular, sei que é. Causa prejuízos econômicos, sei que sim. E, como empresário, sofrerei esse prejuízos também. Mas é a posição que a minha consciência recomenda defender", conclui.
DIREITOS NÃO SÃO ABSOLUTOS
O direito a manifestação e reunião tem estatura constitucional. Está previsto, por exemplo, no inciso XVI do artigo 5º da Constituição da República. Em dua decisão, o juiz enfrentou a questão com o seguinte argumento:
Embora a Constituição da República garanta o direito de reunião das pessoas (CF, art. 5º, XVI), a conjuntura atual permite a restrição do exercício desse direito, a fim de que se proteja outro direito fundamental, que é o direito à saúde.
A medida não é absurda, visto que, em regra, os direitos fundamentais não são absolutos. Para convivência harmônica entre eles, é necessário que o exercício de um não implique em danos à ordem pública ou aos direitos e garantias de terceiro.

Clique aqui para ler a decisão: 0811462-64.2020.8.10.0001
GGN/Conjur

segunda-feira, 16 de março de 2020

“PACOTE” DE GUEDES ERRA NO ESSENCIAL: NÃO PROTEGE O EMPREGO

Os diferimentos (adiamentos) fiscais e as liberações de recursos anunciados por Paulo Guedes não são, em si, ruins.
É óbvio que mais dinheiro em circulação – embora a maior parte seja de adiantamentos que, lá na frente, serão subtraídos da economia – ajuda a enfrentar a crise.
Dos pomposos R$ 147 bilhões do pacote, R$ 57, 3 bi correspondem à antecipação de recursos que já seriam despendidos ao longo do ano.
Os outros R$ 52 bilhões referem-se a pagamentos que serão postergados: o recolhimento do FGTS sobre a folha e a parcela federal no recolhimento do Simples.
São, portanto, R$ 110 bilhões sem nenhum impacto fiscal. É apenas prestidigitação contábil.
Do resto, parte é barretada com chapéu alheio (corte nas contribuições do Sistema “S”) e no reforço orçamentário do Bolsa Família, que está com um milhão de benefícios retidos.
Não há nenhuma condicionante à manutenção do emprego.
Nada sobre uma estabilidade temporária e nem sequer um plus de ônus a quem mandar embora durante a crise e contratar, mais barato, depois que ela passar.
Nenhum tipo de socorro ao trabalhador informal, ao menos que fosse nas duas contribuições como autônomo.
Nada no que pudesse significar a retomada de obra e investimentos que gerem empregos que compensem os que, inevitavelmente, vão se perder, porque é isso o que vai acontecer com quem ficar às moscas ou tiver de fechar.
O pacote é obra do que o jornalista Luís Nassif chama de “cabeças de planilha” e é um wishful thinking contábil, que supõe que o empresário manterá empregos por receber desoneração – temporária, neste caso – de impostos.
Este filme assistimos não faz muito tempo e o final não é feliz.
Do Tijolaço