O
Globo publica hoje, com base num estudo de um grupo de pesquisadores da
PUC-Rio, Fiocruz, USP e outras instituições, a estimativa de que os casos reais de infecção por coronavírus
no Brasil devem ser hoje perto de 250 mil, em lugar dos 23.430 confirmados
pelo Ministério da Saúde, pelo fato que 225 mil não foram notificados ou
classificados.
A
razão é a falta quase absoluta de testes laboratoriais, critério adotado pelas
autoridades para informas à população o quanto a doença já se alastrou pelo
país.
Aqui,
você pode ver o mapa
preparado pelo jornal, com os dados de subnotificação estimados estado por
estado e, destaque-se, as baixíssimas percentagens de casos registrados em São
Paulo (só 6,5%) e no Rio (7,2%), os dois principais polos de implantação da
epidemia. Outra preocupação, o Amazonas, tem apenas 6,1% de taxa de
notificação.
Há
dias, tem-se criticado aqui o método adotado de só contabilizar casos testados
positivos em laboratório, tanto pelo fato de não termos testes para ninguém, a
não ser mortos e pacientes graves, na maioria, quanto pela incapacidade de
processar grande parte dos testes realizados.
O
resultado é não apenas a subnotificação monstruosa, mas também a baixa da
guarda nas medidas de isolamento social, sobretudo sabendo que há um bando de
energúmenos dizendo que “está passando” a ameaça viral e, com isso, pressionam
a que as pessoas voltem às ruas e espalhem a contaminação.
O
número encontrado pelos pesquisadores já nos coloca no nível do primeiro grupo
em quantidades de infectados, embora não seja possível estabelecer uma
correlação mecânica com eles porque, por lá, também a subestimação – em grau
bem menor, claro – dos casos existentes.
O
número de mortes é, igualmente, irreal, mas em escala menor – não nas 9 vezes a
mais das contaminações. É seguro dizer que é três ou quatro vezes, como já se demonstrou aqui ao exibir-se a imensa quantidade de
casos de internação que ficam numa classificação de “outros” nos dados
oficiais, quando, sabe-se, são de casos de Covid-19.
Some-se
a isso a chegada tardia da epidemia aqui, fazendo com que os casos, mesmo
severos, sejam “novos” e que só agora comecem a evoluir para a condição de
grave , daí, para mortes. E, como não há testes, as mortes “não crescem” apenas
porque eles não existem.
Para
resumir a questão: está sendo contada uma mentira ao povo brasileiro.
A
qual, amanhã, vai se evidenciar em comboios fúnebres e em um escândalo mundial.
Do Tijolaço
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