De cada 10 trabalhadores
resgatados em situação análoga à escravidão no Brasil em 2013, um foi
encontrado pela fiscalização em obras ligadas ao governo federal. O total de
vítimas da exploração criminosa de mão de obra no país ao longo do ano passado
chegou a 1.442, das quais 140 atuavam em empreendimentos com selo oficial. O
mapa do trabalho escravo, traçado pelo Correio com dados do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), mostra que a Região Sudeste lidera o ranking do
problema, com 43% dos resgates.
Pelo menos três projetos ligados
ao setor público foram alvo de fiscalização do MTE. Um dos flagrantes ocorreu
em Feira de Santana, a cerca de 120km de Salvador, em março do ano passado, no
canteiro de obras de 540 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha
Vida. Na auditoria, os agentes retiraram 24 operários que estavam alojados de
forma degradante. Eles dormiam sem proteção de animais peçonhentos, não havia
banheiro nem água potável disponível. A alimentação oferecida ficava exposta, e
muitos dos produtos já se encontravam em estado de putrefação.
Diante do que considerou “completa supressão da dignidade dos trabalhadores que lá se encontravam”, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública contra as empresas CSO Engenharia e Construtora Lima, contratantes diretos dos empregados, e a União, indiretamente, por ter financiado a obra. Inédita, a ação pede R$ 3,4 milhões dos três réus por danos morais coletivos.
Diante do que considerou “completa supressão da dignidade dos trabalhadores que lá se encontravam”, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com uma ação civil pública contra as empresas CSO Engenharia e Construtora Lima, contratantes diretos dos empregados, e a União, indiretamente, por ter financiado a obra. Inédita, a ação pede R$ 3,4 milhões dos três réus por danos morais coletivos.
Do Correio Braziliense
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