Lula
deve seu desempenho no Datafolha a Michel Temer, a Sérgio e à mídia.
Ao
primeiro, por razões óbvias: MT é um fracasso completo em todas as áreas, um
desastre ambulante que não entregou a rapadura do golpe e cujo horizonte
político é tenebroso.
Fisiológico
e acostumado a operar nas sombras, foi um pau mandado pago para destruir, em
tempo recorde, a obra dos governos anteriores. Ficou claro que nunca teve
projeto algum.
Lula
sempre teve.
Sob
um massacre diuturno, Lula cresceu 5 pontos percentuais e se
isolou ainda mais na disputa pela Presidência em 2018.
Agora
tem 35% das intenções de voto, contra 30% do levantamento anterior, feito em
junho, antes da condenação a nove anos e seis meses de prisão por Moro.
Bolsonaro
e Marina aparecem empatados com 16% e 13%, respectivamente. Doria e Alckmn têm
8%.
Em
junho, Marina Silva era a única capaz de vencer Lula no segundo turno.
Agora ele se isolou na frente.
A
Lava Jato fortaleceu Lula, que assumiu uma postura combativa desde o primeiro
tiro. Mais de três anos após iniciadas as investigações, o que Moro e
seus homens produziram foi uma tentativa malfadada de colocar Lula no
centro de uma “organização criminosa”, a tal orcrim, e fazer uma conta de
chegada.
O
ápice da cruzada fascistoide de Deltan Dallagnol e seus cometas foi um
powerpoint ridicularizado até por membros da igrejinha.
Desde
então, o decoro foi para o buraco. A delação de Palocci era considerada a bala
de prata. Duas semanas depois, vê-se o resultado.
Moro
dá sinais evidentes de fadiga de material. De acordo com a Veja, diz que
está cansado e vai largar a Lava Jato. Primeiro precisa entregar a cabeça de
Lula.
Um
fiasco. Na segunda feira aparece com mais um escândalo. O dos recibos durou
menos do que se esperava.
Manchetes
e jograis do Jornal Nacional não conseguiram destruir uma candidatura.
Vazamentos a granel, armações, ataques a Marisa Letícia, morta — nada disso
funcionou. Os Marinhos querem cortar os pulsos.
Se
Lula está assim depois de uma condução coercitiva, imagine-se se Moro
decretar sua prisão. No cenário de destruição promovido pelo estado
policialesco que vivemos, com a esperada descrença na democracia, Lula vai
surgindo como o que seus inimigos não queriam: o pacificador.
DCM
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