Há
inúmeras dúvidas que surgem da decisão do procurador Deltan Dallagnol de não
entregar seu celular para perícia. Há as questões processuais, os arranjos com
Sérgio Moro e com outras instâncias. Mas há uma série de dúvidas
extra-processuais.
Razão
1 – poderia conter as negociações para palestras, envolvendo cachês
milionários bancados por instituições de mercado, associações e empresas em
geral.
Para
um inimigo de Deltan que se dispusesse a utilizar o ferramental desenvolvido
pela Lava Jato, bastaria levantar o nome de uma empresa, eventualmente
beneficiada por decisão sua, e relacionar com algum evento que gerou cachê para
ele. Mesmo que não houvesse nenhuma relação de causalidade.
Afinal,
até hoje Deltan jamais divulgou a relação de palestras pagas, menos ainda a tal
fundação que, segundo ele, seria financiada por suas palestras para combater a
corrupção. Até agora, o único dinheiro que tentou direcionar para a fundação
foi o da Petrobras.
Razão
2 – as conversas em torno das delações premiadas.
Até
hoje, a Lava Jato não se viu com a obrigação de esclarecer as negociações entre
o advogado Carlos Zucolotto e Tacla Duran, na qual se diz que o acordo passaria
pelo DD. O único nome que se adaptaria à sigla era o de Deltan. Há boa
probabilidade de Zucolotto ter se valido disso em conhecimento de Deltan. Mas,
já se diz sobre a mulher de César, que não devem pairar dúvidas. O celular
seria uma boa maneira de espanar as dúvidas sobre a conduta de Deltan.
De
qualquer modo, se todo o conteúdo do celular estiver no dossiê Intercept, resta
aguardar as próximas publicações do site.
Do
GGN
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