quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

OMISSÃO É GRAVE, MAS PLANO GOLPISTA É AINDA MAIS, POR FERNANDO BRITO

Até agora, o peso da lei caiu sobre os que se omitiram – possivelmente por cúmplices – diante do ataque de domingo aos Três Poderes, retirando ou “amolecendo” o policiamento da Esplanada dos Ministérios. Anderson Torres, o comandante da PM do Distrito Federal e, nos próximos dias, do governador Ibaneis Rocha, são peças graúdas, mas não as cabeças do que se passou.

Anuncia-se que, agora, vai recair também sobre os contratantes dos ônibus, dos churrascos e de todo o fluxo de suprimento para os golpistas.

É preciso que isso aconteça, sim, mas não suficiente.

Não se precisaria de um PM ou de um sanduíche se não houvesse quem se interessasse em fazer uma tomada das sedes do Executivo, Legislativo e do Judiciário senão para preparar as condições de desordem para uma ação de força que desse consequência ao golpe de Estado.

Não é preciso muito para enxergar o óbvio.

Certamente havia, até domingo – senão até poucos dias antes, poucos para que se desmontasse a ação da horda de fanáticos – algum planejamento para que se iniciasse, na capital conflagrada com seus palácios ocupados, a tal “garantia da lei e da ordem”, o tão invocado “artigo 142”, tomando o controle da situação para, daí, ter o comando do país e ditar as regras sobre como seria a “normalização”, com Jair Bolsonaro ou, talvez, sem ele.

Este era o objetivo, não telefonar para extraterrestres.

Os inspiradores da baderna golpista certamente não visavam a deixar os bolsoblocs no controle do Planalto, do Congresso ou do STF. É evidente que viria uma “segunda onda”, não com os adereços verde-amarelos daquela turba, mas com um verde-oliva, escuro e sombrio.

Diz-se que, com razão, que a diferença entre o nosso 8 de janeiro e o Capitólio dos EUA no seu 6 de janeiro é que, por lá, não havia uma retaguarda das Forças Armadas aos golpistas.

Aqui, ninguém duvida que os militares emprestaram mais que as calçadas de seus quartéis aos fanáticos e lunáticos. Ao colocá-los como pelotão vanguardeiro da quebra da normalidade, havia os que planejavam – nada original – apresentarem-se como “restauradores da ordem” e, em nome disso, passarem a ditar o rumo do país.

O ministro Alexandre de Moraes, nos seus decididos despachos contra o golpismo, diz, lembrando do primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain e sua desastrosa política de “apaziguamento” com Hitler e o nazismo, lembrou seu sucessor, Winston Churchill e da sua frase de que “‘um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado”.

Esperemos que, um passo de cada vez, a Justiça não se engane e alcance os crocodilos. Sem isso, não sairemos do pântano da tutela militar.

Tijolaço.

domingo, 8 de janeiro de 2023

OS GOLPISTAS E OS CÚMPLICES, QUEM VAI PAGAR POR ISSO? POR FERNANDO BRITO

Não é preciso descrever o grau de selvageria da invasão às sedes dos 3 poderes da República. Você as viu na TV e dispensam qualificativos.

Também não é preciso falar da omissão das forças policiais e, sobretudo, dos seus chefes. Nem da necessidade do decreto de intervenção na segurança pública do DF, baixado no final da tarde.

Tudo está autoexplicado.

O que não está explicado é o que se vai fazer agora com os criminosos que continuam concentrados no gramado diante do Congresso.

Vai ser permitido que, impunemente, os protagonistas de um tosco e fracassado golpe de estado voltem para seu acampamento diante do Quartel General do Exército para o que, nas palavras do ministro José Múcio, da Defesa, continuarem sua “manifestação democrática”??

Não vão ser identificados e autuados?

Os ônibus que os levaram para o assalto à sede dos poderes não serão retidos à espera que se esclareça quem os contratou para a empreitada golpista?

O que fazia o Batalhão da Guarda Presidencial, encarregado da segurança do Palácio do Planalto que não se deslocou, como de outras vezes, para fazer a segurança da sede do Governo?

Onde estava a Polícia Federal que não foi posta a proteger o Palácio?

Os chefes dos poderes Legislativo e Judiciário vão permanecer no Twitter com “manifestações de repúdio” ou irão a público exigir responsabilização de autores e de mandantes das agressões.

Governos que não se defendem acabam caindo. E isso vale também para a própria democracia, que frequentemente na história morreu por overdose de tolerância.

Tijolaço.

sábado, 7 de janeiro de 2023

O ANO DE 2023 COMEÇA VIOLENTO EM BURITI DE INÁCIA VAZ

Foto pública do Galego

Hoje pela manhã ficou-se sabendo por populares inclusive com imagens fortes da morte violenta do rapaz conhecido por Galego, filho do professor e carpinteiro o senhor Delfino, morador antigo do balneário Morro. Situação lamentável, a eliminação sumária de qualquer ser humano, seja em qualquer circunstância.

O homem foi encontrado sem vida na localidade Fazendinha próximo ao Bairro Bacuri, depois de ter sido supostamente morto violentamente por pauladas na região da cabeça, e em seguida arrastado para dentro do mato fechado, com a clara intenção de ocultação do cadáver.

O crime deve ter acontecido antes da meia noite ou no início da madrugada, pois a vítima fora vista por volta das 11:30h da noite de ontem pedindo R$ 0,50 (cinquenta centavos) a uma pessoa, pois aparentava ser dependente química, ou usuária de entorpecentes.

Imagem captada por câmeras das imediações do Comercial Santa Cruz.

Outro crime que também já está se tornando corriqueiro para estas bandas de Buriti de Inácia Vaz, são os assaltos análogos aos praticados contra as instituições bancárias, surgidos lá pelo ano de 2003, muito em voga ainda hoje, o tal crime é conhecido como “sapatinho”, em que os criminosos ao par de bastante informações sobre suas vítimas, sequestram as em um outro local de fácil acesso, e sob chantagem e miras de armas potentes os levam aos seus estabelecimentos a fim de roubarem seu patrimônio, como valores em dinheiro, veículos e tudo mais.

Em similitude aos roubos que aplicaram aos empresários Neto Borges e Herbert da Novinha, ocorridos no ano passado, todos com o mesmo modus operandi. Hoje, dia 07 de janeiro de 2023, ao amanhecer a vítima foi outro empresário, o senhor Nena (Antonio Pereira da Cruz Filho), dono do  Comercial Santa Cruz, quando realizava a sua costumeira caminhada  pela MA-034, a sua esposa também fora envolvida no evento, antes disto já haviam abordado por engano o senhor  conhecido como Totô Tertulino.

Os detalhes já devem estar com as autoridades policiais, o levantamento pericial, as imagens, o relato das vítimas, das testemunhas, para subsidiarem as investigações aos autores de tais crimes, é o mínimo que se espera das forças policiais em operação nestes casos.

É que se descubra a autoria dos delitos, prendam os bandidos, e entreguem ao sistema de justiça para que sejam punidos exemplarmente, no caso do bem jurídico tutelado seja a própria vida é irreparável, em sendo patrimônio sejam resgatados  e restituídos aos seus verdadeiros donos, vez que o trauma sofrido pelas famílias, estes não tem quem as repare, a não ser o tempo que tudo consola.  

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

A FESTA ESTÁ NO FIM E A GUERRA SERÁ NA ECONOMIA, POR FERNANDO BRITO

 

Um bom amigo de Lula, Leonardo Boff, já escreveu que “a festa é o tempo forte no qual o sentido secreto da vida é vivido mesmo inconscientemente” e que, nela, todos estão juntos não para aprenderem ou ensinarem algo uns aos outros, mas para alegrarem-se, para estar aí, um-para-o-outro comendo e bebendo na amizade e na concórdia”.

A festa de posse de Lula, ontem, foi assim e não poderia ser mais carregada de símbolos do que foi.

Como em todas as festas, sobra um pouco ainda para hoje – uma agenda repleta de encontros com autoridades estrangeiras, e não é ainda dia para voltarem as intolerâncias e os ódio que, como ontem, ficam restritos aos resmungos dos derrotados.

Mas logo voltarão e o de novo Presidente Lula sabe que, desta vez, tudo será mais rápido e urgente.

Ele não terá o período de boa vontade com que, normalmente, novos governos contam e lhe será todo o tempo exigido que abandone seus compromissos de estadista para agir como um contabilista que pratique a mesma política de transferência da renda nacional para o rentismo que há quase uma década passamos a viver.

Dois serão os alvos destes primeiros dias e semanas: uma reaceleração da inflação e crises na base de sustentação política do governo no Congresso.

Não é à toda que, numa gag em seu discurso de posse, agora de manhã (assista abaixo), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recomendou a seu auxiliar Guilherme Mello, pediu que este “aguentasse o tranco”, “porque a turma está batendo duro”.

Vai bater mais duro ainda e será preciso enfrentar a polêmica e foi apenas isso que, ao cumprimentar ontem Haddad, este blog lhe pediu: que sua equipe sustentasse a polêmica econômica, porque é com isto que se tentará deslegitimar o projeto social e democrático que está a cargo do governo Lula levar à frente.

Nenhuma ingenuidade será possível neste campo e, diante da absoluta ausência de políticas que temos, com o festival de gambiarras econômicas que nos é legado pelo período guedesiano de gestão que Fernando Haddad estimou em “um rombo de cerca de R$ 300 bilhões, provocado pela insanidade”.

É preciso, porém, que passe rápido das intenções declaradas para os gestos tomados, porque o longo prazo, o melhor e mais consistente em economia, para o “mercado” brasileiro é nada, viciado em voracidade e gula.

Mas ciente de que haverá palmas ilusórias para decisões que, embora bem recebidas e apoiadas pelo “andar de cima” são armadilhas para que se desgaste Lula onde ele deve permanecer invulnerável: o povão. Confira o primeiro pronunciamento de Fernando Haddad:


Tijolaço.

domingo, 1 de janeiro de 2023

O ÚLTIMO ATO DO DELÍRIO MILITAR FOI UMA COVARDIA, POR FERNANDO BRITO

Hamilton Mourão, ironicamente, foi o personagem da primeira e última fala de um delírio, autoritário e anacrônico, de volta dos militares ao poder no Brasil.

Lá atrás, ainda no período Dilma, foi a peça da qual se serviu o então comandante do Exército para encobrir o xadrez subversivo em que já se encontravam, tramando a derrubada do governo constitucional. Foi a voz aberta da desobediência militar que todos na cúpula das Forças Armadas sussurravam.

Ontem, melancolicamente, coube ao mesmo Mourão apresentar a vexaminosa versão de que as Forças Armadas nada tinham a ver com o projeto golpista e autoritário do qual Bolsonaro foi o pretendido e fracassado “Cavalo de Tróia”.

Entre outras bobagens e autolouvações, no pronunciamento em rede nacional – em que se serviu da ridícula condição de “Presidente da República em exercício” de um titular que fugiu do país e nem lhe transmitiu o cargo – quase lamenta que não se possa dar golpes de estado sem quebrar a Constituição.

A falta de confiança de parcela significativa da sociedade nas principais instituições públicas decorre da abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.

“Carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional”?

O que é isso, general, o senhor espera que alguma Constituição vá dar “lastro legal” à sua própria violação?

Pior ainda é o “me incluam fora desta” que Mourão pretende usar diante das responsabilidades das Forças Armadas por um quadro que boa parte de sua oficialidade estimulou e integrou:

Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e para outros por fomentar um pretenso golpe.

Se o comando das Forças Armadas não tivessem sido sócios ativos deste processo, não estariam “pagando a conta”, conta na qual a instituição teve prejuízos imensos, mas alguns de seus integrantes, como Mourão, recolheram lucros, como os oito confortáveis anos que terá no Senado.

A culpa é de Bolsonaro, mas não só dele. E não será fingindo que não tiveram nada com isso que os militares, se conseguirem, vão apagar estes anos de demolição de sua imagem. Verdade e dignidade, para começar, seria uma boa e bem-vinda demão de cal nas nódoas com que as mancharam.

Aliás, a maior prova de que são necessárias é a reação dos bolsonaristas a Mourão, que tem de se calar quando é chamado por eles de “traidor”.

Tijolaço.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

NÃO TEM “POSTO IPIRANGA” NO GOVERNO LULA, FERNANDO BRITO

Vai ficar chupando dedo quem fica exigindo “para ontem” que Lula indique seus ministros, a começar pelo da Fazenda.

E a razão é que o novo presidente só vai definir quem ocupa cada banco do ônibus que pretende ser seu governo quando todos os passageiros possíveis, mesmo os mais renitentes e mal-encarados, subirem a bordo.

Erra também – e há muitos cometendo este erro – quem acha que o novo Ministro da Fazenda será o xerife dos gastos públicos e da economia

Não será mais – como no desastroso período Paulo Guedes – o “dono do pedaço”, porque atuará dentro de um sistema de freios e contrapesos com um renascido e forte Ministério do Planejamento, ou algo que, com outro nome, faça este papel.

Se batismo fosse tudo, seria melhor chamar o primeiro de Ministério da Recuperação Econômica e da “Mão de Vaca” e o segundo de Ministério da Despesa Controlada, servido de filtro apertado às demandas, estas imensas, dos demais setores da economia.

A própria composição heterogênea da equipe responsável pela transição na área econômica já indica isso: o presidente eleito não será prisioneiro de um único ponto de vista econômico, mas estimulará o contraditório nos métodos, desde que haja unidade nos fins.

Lula sabe que é preciso fazer com que a a tensão entre funções e visões diferentes vá se acertando, como quem regula a temperatura da água de um chuveiro e, no caso, é ele próprio quem a regulará.

Ao contrário do que fez Bolsonaro, não terceirizará para um “Posto Ipiranga” a gestão econômica e não é possível acreditar que a gente tão “sabida” do mercado não tenha entendido que o Ministro da Economia de Lula é Lula, seja quem for a pessoa que ele nomeie Ministro da Fazenda.

É tolo também achar que a autorização, via PEC, do aumento de despesas, que os comentaristas tratam como uma “licença para gastar”, vá, necessariamente, transformar-se em gasto efetivo. Significa, essencialmente, “paz para governar”, porque devolve ao governo o mínimo de margem para fazer frente à necessidades que podem surgir e não podem deixar a administração manietada.

Tijolaço.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

FELIZES QUATRO ANOS NOVOS, POR FERNANDO BRITO

Chegamos ao primeiro dia dos próximos quatro anos.

Hoje começam 2023, 2024, 2025 e 2026 e vamos decidir se estes serão anos felizes ou, de novo, quatro anos de apreensão, sofrimentos e vergonhas como foram os quatro que vão se encerrando desde o fim de 2018.

Saberemos se vamos levantar e retomar a caminhada, mesmo sofridos, feridos e mesmo sem tantos que nos deixaram mais cedo do que deveriam.

Sim, somos um país mais triste, mais pobre, mais cheio de ódios do que éramos, mas, ao menos, um Brasil que fez tudo para reagir.

Ou melhor, de um povo que fez tudo para reagir, porque a sua elite, em especial a do dinheiro e da mídia, fingia choque e desgosto, mas tergiversava diante do avanço do mal e dos métodos milicianos das políticas de governo.

Abusou-se da fé e corromperam-se políticas de Estado como nunca antes na história da República e a parcela mais pobre e desvalida da população resistiu em sua lucidez, muitas vezes quase instintiva.

E contou, para isso, com um líder raro, que tudo suportou nestes longos anos de martírio e que, ao 77 anos, entregou cada minuto da fase final de sua vida a montar uma frente política ampla, trocando o ressentimento por disposição e ação pela concórdia.

Lula encarnou o Brasil que quer paz para ter justiça no lugar de um país que faz de sua bandeira a mortalha dos humildes.

E é com ele que iremos, agora, às urnas para dizer que o mal, embora espalhado como um vírus entre nós, não vencerá.

Vamos juntos e vamos vencer, em nome de nossos filhos e nossos netos e até daqueles que já nos faltará tempo para conhecer, mas que serão a continuidade de nossas vidas.

Vote, faça História, liberte o Brasil das correntes do ódio, apanhe de volta nossa bandeira das forças da escuridão e abra as janelas dos próximos quatro anos e, certamente , dos outros que nos virão cheios de democracia.

É hoje que se faz o futuro.

Tijolaço.

domingo, 30 de outubro de 2022

FELIZES QUATRO ANOS NOVOS, POR FERNANDO BRITO

Chegamos ao primeiro dia dos próximos quatro anos.

Hoje começam 2023, 2024, 2025 e 2026 e vamos decidir se estes serão anos felizes ou, de novo, quatro anos de apreensão, sofrimentos e vergonhas como foram os quatro que vão se encerrando desde o fim de 2018.

Saberemos se vamos levantar e retomar a caminhada, mesmo sofridos, feridos e mesmo sem tantos que nos deixaram mais cedo do que deveriam.

Sim, somos um país mais triste, mais pobre, mais cheio de ódios do que éramos, mas, ao menos, um Brasil que fez tudo para reagir.

Ou melhor, de um povo que fez tudo para reagir, porque a sua elite, em especial a do dinheiro e da mídia, fingia choque e desgosto, mas tergiversava diante do avanço do mal e dos métodos milicianos das políticas de governo.

Abusou-se da fé e corromperam-se políticas de Estado como nunca antes na história da República e a parcela mais pobre e desvalida da população resistiu em sua lucidez, muitas vezes quase instintiva.

E contou, para isso, com um líder raro, que tudo suportou nestes longos anos de martírio e que, ao 77 anos, entregou cada minuto da fase final de sua vida a montar uma frente política ampla, trocando o ressentimento por disposição e ação pela concórdia.

Lula encarnou o Brasil que quer paz para ter justiça no lugar de um país que faz de sua bandeira a mortalha dos humildes.

E é com ele que iremos, agora, às urnas para dizer que o mal, embora espalhado como um vírus entre nós, não vencerá.

Vamos juntos e vamos vencer, em nome de nossos filhos e nossos netos e até daqueles que já nos faltará tempo para conhecer, mas que serão a continuidade de nossas vidas.

Vote, faça História, liberte o Brasil das correntes do ódio, apanhe de volta nossa bandeira das forças da escuridão e abra as janelas dos próximos quatro anos e, certamente , dos outros que nos virão cheios de democracia.

É hoje que se faz o futuro.

Tijolaço.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

PESQUISA IPEC, LULA MANTÉM VANTAGEM: 55 A 45% NOS VÁLIDOS, POR FERNANDO BRITO

A pesquisa Ipec divulgada há pouco tem uma única novidade: Jair Bolsonaro tem menos uma semana para tirar a diferença de mais de 11 milhões de votos de vantagem que Lula tem sobre ele.

Porque este é o tamanho da diferença de 10 pontos percentuais que ele tem, traduzindo a diferença que esta proporção representa sobre os 118.229.719 votos válidos.

A pesquisa, a primeira a se repetir depois de realizado o 1° turno e, que em tese, capta as movimentações de apoio aos candidatos e, ao que parece, não moveu a vontade do eleitor.

O número de indecisos (2%) é muito baixo para alterar, por si, o panorama de uma eleição na qual as opiniões estão tão cristalizadas.

É preciso que aconteça algum desastre com um dos dois candidatos no debate para que haja mudanças significativas.

A chave da eleição para Lula, como se afirmou ontem, é não perder seus votos, porque nem a soma dos indecisos (2%) com brancos e nulos (5%) seria suficiente para cobrir a diferença entre ambos nos votos totais (9 pontos).

E correr atrás, com todo empenho, dos pouquíssimos indecisos.

A força de Lula de um lado e a baixaria de Bolsonaro marcarão este final de eleição.

Tijolaço.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

NA 1ª PESQUISA IPEC (EX-IBOPE) JÁ DÁ 10 PONTOS DE VANTAGEM A LULA, POR FERNANDO BRITO

O pessoal que se assusta mais facilmente respirou aliviado com o resultado da primeira pesquisa do 2° turno, a Ipec (ex-Ibope), que deu 10 pontos de vantagem para Lula (55 a 45% de Jair Bolsonaro) nos votos válidos, os que efetivamente contam para a eleição.

Não havia, como se vê, razões para apavorar-se.

Apenas para que se coloque as coisas em seu lugar: 55% a 45% foi o tamanho na vitória de Bolsonaro em 2018, que todos concordam que foi acachapante.

Há muita chorumela sobre apoio de Rodrigo Garcia, de Romeu Zema e até de Cláudio Castro. Não é assim que a banda toca, porque não são mais candidatos e não “puxam voto”.

O voto presidencial é voto de opinião, não de vereador. Do contrário, aliás, Jair Bolsonaro jamais teria ganho a eleição passada.

Está mais que claro o que se passou no domingo: os eleitores “bolsonarizados” de Ciro Gomes e de Simone Tebet migraram para o ex-capitão para impedir a vitória de Lula em 1° turno.

Foi o voto útil, que é o eleitor que define, não os candidatos.

Mesmo na pesquisa que considera os percentuais sobre os votos totais (Lula, 51% e Bolsonaro, 43%) teria de haver uma transferência de todos os 6% de nulos + brancos, somados aos indecisos (4%), para o atual presidente para que ele chegasse a um empate.

Tudo isso não conta, claro, para a menor necessidade de mostrar a campanha na rua, porque a convicção de vitória segue sendo um elemento de definição do voto.

Erga sua cabeça, cole seu adesivo.

Lula vai chegar perto dos 60% dos votos válidos, pode escrever.

Tijolaço.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

LULA, 48%; BOLSONARO, 31%. O 1° TURNO ESTÁ A 6 DIAS. POR FERNANDO BRITO

A nova pesquisa Ipec, ainda que no topo da margem de erro, dá a vitória a Lula no primeiro turno.

Os 48% que ele alcança na pesquisa, em votos válidos, são 52,2% dos votos válidos.

Mauro Paulino – ex-diretor do Datafolha e, agora, comentarista da Globonews – diz que o resultado só estimula o comparecimento do eleitor lulista.

E, é claro, o voto útil, porque a rejeição de Bolsonaro não cai, ao contrário.

Lula, como sempre se disse aqui, joga “com o regulamento debaixo do braço” e o relógio corre inexoravelmente a seu favor.

Ciro começou a acentuar sua queda e não duvido que fique para trás de Simone Tebet.

Estamos a um passo de uma definição de 1° turno.

Tudo indica que o “prego no caixão” será o debate da Globo, para o qual Lula, aqui de longe, considero estar muito bem preparado e tranquilo.

Mas com uma diferença de 17 pontos no 1° turno, se houver o segundo turno, a possibilidade de uma reversão é quase impossível.

A rigor, este é o maior indicador de que a votação de Lula deve atingir no 1° turno algo perto dos 54% que indica a pesquisa para o 2° turno.

Lula terá perto de 25 milhões de votos sobre Bolsonaro.

Tijolaço.

A ESTÉTICA DO “TADINHO” DISSIMULADO, POR FERNANDO BRITO

 

Jair Bolsonaro, o homem que dispõe de uma rede de mansões em Brasília e que comia, orgulhosamente, churrasco de picanha de gado japonês de R$ 1,8 mil o quilo, estava ontem comendo frango assado de barraquinha e fazendo live num cenário tosco (e propositadamente tosco, como se vê pela caixa encostada na parede de fundo, que não custaria um centavo sequer ser retirada.

É o recurso desesperado de parecer “um homem do povo”, depois de anos de exibição como “o cara da moto e do jet sky”, símbolos do sucesso para a classe média.

Nada raro em candidatos – vide o pastel de feira de Rosângela Moro – a simulação de simplicidade é usada com evidente propósito eleitoral e, no caso do imóvel não identificado onde fez a live, a ideia de se colocar como um “perseguido” pela Justiça, apenas porque esta lhe proibiu o óbvio: realizar um comício eletrônico usando as facilidades palacianas.

Ninguém pode acreditar que a campanha de Bolsonaro não disponha de salas em Brasília ou até mesmo dos estúdios onde faz suas gravações eleitorais.

Tanto é assim que sua fala dedicou-se, essencialmente, a duas coisas. A primeira, como sempre, xingar Lula; a segunda, como quase sempre, mostrar-se vítima de uma “perseguição de Justiça Eleitoral:

— Será que o TSE sabe onde estou fazendo essa live? Ah, escondido, como se eu fosse um cara das trevas. Será que ele está no Alvorada, descumprindo ordem do TSE? Meu Deus, que preocupação do TSE!

Melodrama ridículo, que não resiste a um piparote, destinado a trocar de posição: do valentão bravateiro para o “tadinho”.

Tijolaço.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

BOLSONARO À BEIRA DO PRECIPÍCIO, POR FERNANDO BRITO

A pesquisa Datafolha, divulgada agora à noite, é menos importante pelo fato de ter se ampliado em um ponto a vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro do que pelo que ela coloca como o clima da reta final da campanha: o ex-presidente chega à reta final impávido em seu índice de intenção de votos e o atual, de língua de fora, sem conseguir avançar para um patamar competitivo: está 12 pontos à frente (45% a 33%) e, principalmente, assiste à incapacidade de reação do candidato da direita.

O mesmo registro que o Ipec, o ex-Ibope, havia sugerido na segunda-feira, com um decréscimo das intenções de voto bolsonaristas, é a confirmação de que os trunfos governistas se extinguiram e que, apesar deles, no Datafolha, sua rejeição não apenas não cai como volta a subir (de 51% para 53%, contra 38% de Lula) e o resultado em um possível 2° turno, se houver, abrir-se para 54% a 38%, o que representa perto de 20 milhões de votos.

Domingo, faltarão duas semanas para a eleição, sem que se modifique o quadro que, desde o final do ano passado, dá vantagem a Lula e a possibilidade que , na margem de erro, liquide a eleição na primeira votação.

Lula tem um apoio sólido para uma ofensiva final em busca de uma vitória em primeiro turno que é seu próprio desempenho. E um argumento irretorquível de que sua vitória nele acabaria com os riscos de continuidade de um governo que tem 44% de “ruim ou péssimo” de avaliação, variando 2 pontos desde a pesquisa da semana anterior.

O Sete de Setembro, que era sua grande aposta, dissolveu-se.

Bolsonaro precisa agarrar-se na esperança de que os eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet permaneçam insensíveis à atração da possibilidade de despachar Bolsonaro no dia 2 de outubro.

E Lula precisa levar à rua o seu favoritismo, para que a força desta vantagem seja capaz de imantar votos.

Tijolaço.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

NO DIA DO CERRADO SOB GESTÃO DE BOLSONARO, A CONTA DO DESMATAMENTO NO BIOMA AVANÇA

Só em 2021, Cerrado perdeu 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, segundo Inep.

Agropecuária foi responsável por 98,8% do desmatamento no Cerrado em 2021 - Toninho Tavares/Agência Brasília.

Ontem (12) foi o Dia Nacional do Cerrado, bioma que abriga nascentes de oito das 12 bacias hidrográficas do país e é considerado a savana mais biodiversa do mundo. Ainda assim, há poucos motivos para comemorar: ele tem sido foco constante de queimadas, derrubadas de árvores e do avanço da fronteira agrícola.

De acordo com estudos do Mapbiomas, as atividades do setor agropecuário foram responsáveis por 98,8% do desmatamento no Cerrado entre 1995 e 2020. O bioma concentra 30% de toda área desmatada no Brasil.

Um levantamento de pesquisadores brasileiros publicado na revista Global Change Biology concluiu que esta perda da vegetação nativa resultou em um aquecimento médio da temperatura de até 3,5ºC em algumas partes do Cerrado, nos últimos 15 anos.

"A destruição da fauna e da flora do Cerrado também significa a destruição das pessoas. O Dia do Nacional do Cerrado é um dia de conscientização, luta e esperança", diz Pedro Ivo da Associação Alternativa Terrazul.

A falta de políticas públicas que preservam o bioma tem ameaçado não só a fauna e flora como também os povos tradicionais, que dependem do ecossistema para manterem seu modo de vida. Na última sexta-feira (9) , o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o projeto de lei  que reduz em cerca de 40% o tamanho da Floresta Nacional de Brasília, criada em 1999 para proteger uma extensão importante da savana, além das nascentes que fluem para o principal manancial de abastecimento de água da capital brasileira, a represa do Descoberto.

Bolsonaro coleciona diversos outros ataques ao bioma, incluindo flexibilizações de normas ambientais, incentivo ao avanço da agropecuária e ataques a populações tradicionais. Aliado ao agronegócio, o atual presidente não colocou em prática o Código Florestal brasileiro e cortou R$ 35 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente para 2022. 

O resultado das ações pode ser traduzido em números: entre 2021 e 2021, 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa do Cerrado foram devastados, o equivalente a seis vezes a cidade de São Paulo. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Com esse governo não teremos solução para o Cerrado. Quero, no futuro próximo, comemorar o Cerrado preservado e vivo", conclui Ivo.

BdeF.

sábado, 3 de setembro de 2022

REAÇÃO DOS ARGENTINOS ESFRIA ATÉ A EXTREMA-DIREITA DO BRASIL. POR FERNANDO BRITO

 

A imensa multidão que se reúne na Plaza de Mayo e em frente à Casa Rosada, o palácio presidencial argentino têm tanto significado que seus ecos estão chegando até as grandes cidades brasileiras.

Não porque Bolsonaro tenha relação com o chocante atentado contra a vice-presidenta Cristina Kirchner, é claro – embora a sua atrasada e debochada reação (“mandei uma notinha, lamento”) seja uma mal disfarçada satisfação com o ato abjeto – mas porque a cena exibida ao mundo é o retrato do grau de violência que a doentia militância de extrema-direita está chegando por toda a parte.

Não há quem deixe de ver que também aqui (e até ainda mais) formou-se também o caldo de insânia de onde brotam personagens como o brasileiro-argentino que pretendia explodir a cabeça de uma mulher “inimiga”.

Está se tornando agudo um sentimento de repugnância à crosta de desqualificados que vai sobrenadando por este caldo e que transborda,a toda hora em palavras e atos violentos e, até mesmo, num atentado em que se ia balear a cabeça de uma mulher à queima-roupa.

A frase de Bolsonaro de que “já estão tentando colocar na minha conta” lembra a brincadeira infantil do “foi quem estiver com a mão amarela” que os meninos diziam quando havia algum odor desagradável e o mais idiota mostra a mão para dizer “não fui eu”.

Não foi, mas foi o ódio que gente assim, aqui e lá entre os hermanos, semearam no convívio.

A diferença é que os argentinos estão demonstrando nas ruas que isso desperta o repúdio da sociedade, que não quer viver num clima em que as diferenças políticas sejam resolvidas a bala (“vamos fuzilar a petralhada”).

Um clima que ameaça, aqui, transformar o Dia da Pátria, semana que vem, no Dia do Medo.

Tijolaço.