Paulo
Vieira de Souza, o Paulo Preto, era investigado pela Polícia Federal desde
2008/09, como personagem da Operação Castelo de Areia, anulada pelo STJ, como
relatou a insuspeita Veja no dia 13 de 2010, em reportagem de Fernando Mello e Marina Dias:
Vieira
de Souza aparece em uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal na
Operação Castelo de Areia, que investigou a empreiteira Camargo Corrêa entre
2008 e 2009. Pelo menos quatro desses documentos, obtidos com exclusividade
por VEJA.com, trazem indícios de que o
engenheiro era destinatário de propinas da construtora. Um dos papéis mostra
quatro pagamentos mensais de 416.500 reais, com data inicial de 20 de
dezembro de 2007.
E
o que aconteceu? Nada.
O
apartamento onde guardava os tais R$ 100 milhões que punha “para tomar sol” e
tirar a umidade teria sido usado em 2010 e 2011, em plena camanha de José
Serra, quando foi exposto ao país, em rede nacional, como operador de propinas
do tucanato.
E
o que aconteceu? Nada.
A
polícia sabia em detalhes como era o apartament-cofre pelo menos desde agosto
de 2017, quando o doleiro Adir Assad, investigado desde 2012, falou da
existência do imóvel, no bairro paulistano de Vila Nova Conceição, como
registra O Globo, àquela época:
Assad
contou ter entregue valores diretamente a Paulo Vieira, responsável por licitar
obras viárias em São Paulo entre 2007 e 2010. Em pelo menos três delas —
Rodoanel (R$ 5 bilhões), Nova Marginal Tietê (R$ 1,4 bilhão) e Complexo
Jacu-Pêssego (R$ 2,1 bilhões) — teria havido repasse de propina.
E
o que aconteceu? Nada, porque Paulo Preto estava solto e Lula, contra
quem não há contas, recibos, cartões de crédito, escritura de apartamento ou
sítio, está preso.
Há
um ano, Rubens Valente e Reynaldo Urollo Jr., na Folha, chamavam a atenção para
o fato de que o caso contra o ex-diretor da Dersa se arrastava:
A
investigação do Ministério Público Federal sobre as contas bancárias na Suíça
atribuídas a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do
PSDB, é marcada por lacunas e procedimentos que fogem à rotina de uma apuração
do gênero.
PGR
não informa à Polícia do que recebe das autoridades suíças, discussões sobre as
provas pertenceram ao processo de São Paulo e o dinheiro que lotava o
apartamento – R$ 113 milhões, à época – ter sido tranquilamente transferido da
Suíça para as Bahamas.
Depois
de tanto tempo, com os personagens desta história já fora de cena, algo de
muito importante deve estar empurrando o atrasadíssimo ânimo apuratório da PF e
do MP.
Afinal,
não se deixou “um companheiro à beira da estrada”, não é?
Tijolaço
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