As
imagens que acabam de ser exibidas pela Rede Globo deixam bem claro que foi um
processo de infiltração de líquido – água ou lama pouco densa – o que derrubou
a barragem de rejeitos de mineração da Vale em Brumadinho.
Não
um transbordamento, não uma rachadura no aterro, mas uma imensa mancha de
umidade que, durante alguns segundos, aparece bem na base da barragem, que tem
40 anos desde o início de sua construção. Em seguida, suas bordas viram um
esguicho de lama, alimentado pela “descida” do copro da barragem, semelhante a
um das “implosões” de prédios que assistimos tantas vezes.
Quase
ao centro da construção, a impressão que se tem é que um lençol de água ou de
rejeitos muito pouco densos, subterrâneo (a barragem estava seca na parte de
cima, com vegetação, inclusive árvores de pequeno porte) liquefez a parede de
terra do reservatório.
O
fenômeno parece ser igual em outro ponto, à direita de quem a olha de frente,
aproximadamente no mesmo nível do primeiro, ainda que ambos sejam praticamente
simultâneos, até porque tudo é muito rápido.
Não
foi, portanto, uma acumulação de água rápida, mas um processo de acumulação
lento e progressivo.
Como
se formou uma camada tão instável e potencialmente desastrosa sem que os
instrumentos de detecção não tenham sinalizado parece ser o “mistério”.
O
tão citados piezômetros, aparelhos usados no monitoramento de barragens, medem
os níveis de acumulação de água em trechos profundos da barragem e não os
detectaram. Existiam, nessa profundidade, correspondente a períodos
antigos? Ou foram negligenciados, em razão da barragem estar abandonada já há
algum tempo?
O
vídeo que registra a queda da barragem tem a importância equivalente à “caixa
preta” de aviões acidentados.
Sabe-se
o que aconteceu, falta saber por que aconteceu e por culpa de quem aconteceu.
E
se querem responsabilizar a quem de direito.
Tijolaço
0 comments:
Postar um comentário