Anaïs
Fernandes e Talita Fernandes, na Folha, chamam a atenção para o fato de que a proposta
de reforma previdenciária do governo Bolsonaro não ser cruel apenas com os mais
velhos, que já estão no mercado de trabalho.
É
que, com a eliminação do recolhimento de FGTS e da multa por demissão para a
contratação de trabalhadores já aposentados, os mais jovens passarão a ter uma
escolha trágica: ou aceitam o que virá de redução de direitos com a tal
“carteira verde amarela” ou serão preteridos em muitos postos de trabalho onde
não for requerido vigor físico.
Afinal,
contratar um aposentado significa, com isso, um economia de 11,2% ao
empregador, isso se não acabar caindo a obrigação de recolhimento de INSS sobre
sua folha, o que é provável, desde que o Supremo vedou o recálculo de benefício
da chamada “desaposentação”.
Reparem,
não será sequer uma possibilidade de que o trabalhador de mais idade enfrentar
o desemprego que o impeça de alcançar o tempo de contribuição.
É,
simplesmente, a criação de um empregado mais barato para determinadas funções
(caixas de supermercados e outros comércios, por exemplo).
Quem
quiser competir com essa “vantagem” terá de abrir mão de direitos pela
aceitação da tal “carteira verde amarela).
Terá,
não. Todos teremos, porque com um novo regime de relações de trabalho “mais
barato” será escolher entre aderir ou ficar na rua.
Tijolaço
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