Globalmente,
fortaleceram-se novos arranjos internacionais, a cooperação cidade-a-cidade e
as redes de cidade, ajudando a desenvolver lideranças colaborativas e ações de
apoio mútuo e troca de conhecimento.
Se
eleito, Guilherme Boulos terá uma oportunidade única de surfar nas mudanças que
estão ocorrendo internacionalmente, de valorização das experiências municipais.
O
seminário da Brookings Institution e da Fundação Rockefeller, sobre o mundo
pós-pandemia, traz um capítulo alentado sobre as novas tendências das cidades e
as articulações internacionais visando valorizar as experiências comunitárias e
inovadoras.
O
trabalho parte da constatação que a Covid-19 mostrou a centralidade do papel
das cidades. Coube aos prefeitos comandar a linha de frente do combate à
pandemia, protegendo e restaurando a saúde pública e a segurança econômica.
Globalmente,
fortaleceram-se novos arranjos internacionais, a cooperação cidade-a-cidade e
as redes de cidade, ajudando a desenvolver lideranças colaborativas e ações de
apoio mútuo e troca de conhecimento. Tudo isso enquanto os sistemas
multilaterais tradicionais afundavam nas tentativas de articular ações
coletivas.
O
U20, rede de cidades ligada ao G-20, anunciou planos pra lançar um “Fundo
Global de Resiliência Urbana”, criado por cidades para cidades, para permitir o
financiamento internacional direto aos municípios.
As
propostas
Segundo
os estudos, a recuperação das cidades se dará em cima de dois objetivos
paralelos: saúde pública e recuperação verde. E o principal indicador deverão
ser os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), acompanhados pela
Organização das Nações Unias (ONU).
Esses
movimentos já seriam nítidos. Diz o trabalho que há uma tendência de buscar a
equidade priorizando os mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, há a preocupação de
acelerar as ações sobre mudanças climáticas, além da necessidade de investir em
infraestrutura que apoie a recuperação verde.
Citam
o exemplo do prefeito de Boston, Marty Walsh, prometendo tornar a cidade neutra
em carbono até 2050. Esse movimento atinge, também, Paris, Berlim e Buenos
Aires.
Por
outro lado, há dois problemas financeiros séries a serem enfrentados: o estrago
nas finanças municipais, provocando pela pandemia; e a dependência das cidades
em relação aos governos estaduais e nacionais.
A
maneira de contornar o problema é aumentar a demanda por líderes locais e por
apenas e compromissos adotadas por redes globais lideradas por cidades. Citam o
“Decálogo para as Consequências do Covid-19”, da United Cities and Local
Governments.
Em
muitas cidades, prefeitos e governos locais estão buscando novos modelos de
governança e engajamento dos cidadãos. E buscando maximizar sua influência
através de experiências inovadoras de governança e da mobilização das
iniciativas coletivas.
Por
exemplo, Bristol está moldando a política de recuperação da cidade com
conselhos temáticos reunindo lideres locais. Mannheim realizou pesquisas e
grupos de foco para identificar suas prioridades. E Nova York possui “conselhos
consultivos setoriais”, formados por representantes da sociedade civil e dos
setores público e privado, para reorientar a abertura da cidade.
Esses
movimentos ganharam projeção na última década, através de conselhos municipais.
Em São Paulo, esse modelo acabou esvaziado por gestões vazias, como de João
Dória Jr.
Com
o clima política gerado por políticas inovadoras, o passo seguinte será
mobilizar os diversos eco-sistemas da cidade e flexibilizar coletivamente seus
próprios recursos e ativos. Recentemente, prefeitos de 12 grandes cidades se
comprometeram a alienar os ativos visando aumentar seus investimentos
financeiros em soluções climáticas que promovam empregos decentes.
As
políticas habitacionais do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) teriam
tudo para chamar a atenção – e o apoio – de organismos internacionais.
OUTROS
CAPÍTULOS DO SEMINÁRIO:
1. Metas
ambientais no centro das políticas públicas.
2. Sistema
financeiro internacional.
3. Cadeias
globais.
4. Multilateralismo.
5.
Liderança local
6.
Desenvolvimento sustentável
7.
Produtividade global.
8.
Deslocamento do trabalho.
9.
Desigualdade.
10.
Custos humanos da pandemia.
11.
Gestão do Covid
12.
Educação global.
Do GGN
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