É instigante o tema da coluna de hoje de Merval
Pereira sobre o “Moro com estrutura e dinheiro” que ele vê no cenário
eleitoral de 2022.
Na visão dele – temo que Poliana ande
pelas estantes da Academia Brasileira de Letras – parece que o União Brasil
fusão do PSL e do DEM, presidida pelo “desapegado” Luciano Bivar vai entregar
ào ex-juiz a “bolada” dos fundos partidário e eleitoral – coisa de R$ 458
milhões, R$ 320 milhões no fundo eleitoral e mais R$ 138 milhões de fundo
partidário – para o ex-juiz fazer sua “cívica” campanha, além do tempo
latifundiário de televisão.
Se – e somente “se”, mesmo – o tal União Brasil
fechar negócio com Moro, é certo que o tempo de TV virá.
Mas será longe de poder ser chamado de “horário de
propaganda eleitoral gratuita”. Desde que o mundo é mundo, na política,
entrega-se tempo de televisão a um candidato sempre com contrapartidas, não por
mera generosidade.
E, fala sério, Merval, você acha que Bivar e ACM
Neto vão entregar os fundos milionários de que seu novo partido dispõe para
financiar a eleição de moristas neófitos na política e não para sua
rede de apoiadores, candidatos a governos e cadeiras na nas Assembleias, Câmara
e Senado?
Nem morta, santa…
Mas Merval escreve baseado no seu próprio desejo, e
diz, por isso, que “a boa colocação de Moro nas pesquisas eleitorais servirá de
lastro para impedir saídas e agregar possíveis novos deputados à bancada”.
Ora, todo mundo sabe que a trupe bolsonarista, que
é, formalmente, do PSL incorporado ao “União – Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF), Onyx Lorenzoni (RS) e Teresa
Cristina (MS), só para ficar nos casos notórios – vai para o partido de
Bolsonaro se o novo partido apoiar Moro e para isso só esperam a janela de
trocas partidárias que os imunize contra a possibilidade de perda de legenda
por infidelidade partidária.
Moro não tem e não terá estrutura partidária e nem a
extra-partidária com que conta Jair Bolsonaro: não tem as polícias, não tem os
militares e não tem as igrejas evangélicas.
Tem apenas aquela cota de apoios incondicionais na
mídia, enquanto puder aparecer como um candidato viável.
Mas, podem crer, se depender das “doações” de
Luciano Bivar e de ACM Neto para ter “estrutura e dinheiro” que o viabilizem e
arrastem votos, pode ir tirando o marreco da chuva.
Tijolaço.