A
detenção pela Polícia Rodoviária Federal, de uma mulher que teria xingado Jair
Bolsonaro quando este procurava aplausos na beira da rodovia Rio – São Paulo,
antes da 10392ª cerimônia de formatura militar em que está. Há anos, fazendo
politicagem com tropas militares, é bem o retrato da absurda alteração de
ânimos a que este país foi levado nos últimos anos, com a diferença é que um
dos lados tem, para reagir ao outro, o ânimo destas e das polícias em geral
(não só a Federal) em transformar protestos em crimes.
Se
soltar algumas imprecações sobre o presidente for motivo para conduzir alguém à
Polícia Federal, para “assinar” um flagrante de injúria, corre-se o risco de
ter de transferir as delgacias da PF para estádios de futebol, quando se trata
de um presidente com rejeição entre 55 e 69%, como temos. Ainda mais quando
este, ostensivamente, à beira de uma rodovia movimentada, provoca uma exposição
mais do que propícia a isso.
Amanhã
terão de fazer isso em estádios de futebol, desfiles de carnaval ou praças públicas.
Curioso
é que Bolsonaro trata como “atos ditatoriais” deter pessoas que desafiavam as
medidas legais restritivas na pandemia, dizendo que era um absurdo “deter uma
senhora” só porque recusava as ordens de usar uma máscara ou evitar uma
aglomeração, mas não acha que seja isso uma passante dizer um desaforo ao
cruzar com ele numa rodovia.
Aliás,
não apenas cruzar, mas encontrar uma sessão de exibição pública em que ele
passou quase uma hora, com o tráfego cortado para meia-via, à espera de
aplausos e saudações de quem chegou a ver que era ele, ali, num cata-aplauso digno
de sua pequenez e de sua desocupação presidencial.
Poderia
ter gasto o tempo visitando os inúmeros funcionários fantasmas que receberam
por anos nos gabinetes dos seus filhos para trabalhar no Rio morando lá, em
Resende, a 150 km de distância e agradecer todas as contribuições que deram à
família.
Tijolaço.
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