quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

O EXTERMINADOR DO PASSADO: ‘RIPA TODO MUNDO’, DIZ BOLSONARO. POR FERNANDO BRITO

O Brasil é governado por um energúmeno, criminoso e que ainda se orgulha de sua estupidez.

E não haveria lugar melhor para a exibição desta imodesta estupidez de Jair Bolsonaro do que a Fiep, a Casa do Pato Amarelo, de hoje ele narrou, como demonstração do “macho” que é que “ripou todo mundo” do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, o Iphan, porque durante as escavações para a construção de um daqueles horrores que são as lojas da Havan, achou-se o que ele chama de “azulejo” de valor arqueológico”.

Provavelmente o “véio”papagaio telefonou e só demorou o tempo de explicarem ao presidente o que era patrimônio histórico – uma bobagem, naturalmente, e ele resolveu o “pobrema”. Nas suas palavras, “ripou” os funcionários que cumpriam seu dever: “Ripei todo mundo lá no Iphan”, bradou sob aplausos dos empresários que foram ao beija-mão presidencial.

É assim que se administra: vai lá e “ripa”.

Isto sim é um homem de atitude, não fica com estes “mimimis”, estas coisas sem lugar no mundo moderno: objetos históricos, ripa!; índio, ripa!; amazônia, ripa!

É por isso que todas as pessoas de bem, que amam seu país e a memória daqueles que o fizeram vamos dizer, daqui a 11 meses: Bolsonaro, rapa!

Tijolaço.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

OS FATOS NOVOS DA PESQUISA IPEC, POR FERNANDO BRITO

Embora seja uma realidade, a queda nos índices de apoio a Jair Bolsonaro -apenas 21 ou 22% das intenções de voto, conforme o cenário – não é a novidade maior da pesquisa Ipec, o ex-Ibope.

O atual presidente já andava neste patamar – mostrei aqui que perde apenas 1% ou 2% em relação à pesquisa de setembro, dentro da margem de erro, portanto – e dele não sairá sem uma reversão, ainda que parcial, do cenário de recessão e inflação em que o Brasil está.

Por mais que percebamos o bolsonarismo quase como uma seita de fanáticos, Bolsonaro, para a grande maioria da população é “o governo”.

Os fatos que as pesquisa revela e que têm grande influência no cenário eleitoral são dois outros, para os quais a grande mídia não chama e não chamará a atenção.

O primeiro é “a volta dos que não foram” da candidatura Moro, apontada por muitos comentaristas como uma nova situação na disputa e que tenderia a capturar todos os “nem Lula, nem Bolsonaro” que, continuamente, superestimam.

Não são e nunca foram tantos e muito menos são um segmento uniforme e amorfo que escolheria “qualquer um” que não eles. E Moro não mostrou, também, “punch” para corresponder na opinião pública à imagem de grande novidade que a mídia deu à sua entrada na disputa e, assim, arrastar para sia a tal “3ª Via” que, aliás, respira por aparelhos.

O segundo fato é a rejeição atribuída a Lula – o contingente que declara não votar no ex-presidente “de jeito nenhum”.

Ela cai, segundo o Ipec, a 28%, quase igual à soma das intenções de voto de Bolsonaro somadas às de Moro, não mais que isso.

Portanto, em condições de absorver o voto de candidatos que se “desmilinguirem” ao longo da campanha, à medida em que esta vai tornando mais clara a sua natureza plebiscitária: Bolsonaro ou não-Bolsonaro, o que é igual a Lula.

Tijolaço.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

MERVAL E OS ‘BONZINHOS’ QUE FINANCIARIAM CAMPANHA DE MORO, POR FERNANDO BRITO

É instigante o tema da coluna de hoje de Merval Pereira sobre o “Moro com estrutura e dinheiro” que ele vê no cenário eleitoral de 2022.

Na visão dele – temo que Poliana ande pelas estantes da Academia Brasileira de Letras – parece que o União Brasil fusão do PSL e do DEM, presidida pelo “desapegado” Luciano Bivar vai entregar ào ex-juiz a “bolada” dos fundos partidário e eleitoral – coisa de R$ 458 milhões, R$ 320 milhões no fundo eleitoral e mais R$ 138 milhões de fundo partidário – para o ex-juiz fazer sua “cívica” campanha, além do tempo latifundiário de televisão.

Se – e somente “se”, mesmo – o tal União Brasil fechar negócio com Moro, é certo que o tempo de TV virá.

Mas será longe de poder ser chamado de “horário de propaganda eleitoral gratuita”. Desde que o mundo é mundo, na política, entrega-se tempo de televisão a um candidato sempre com contrapartidas, não por mera generosidade.

E, fala sério, Merval, você acha que Bivar e ACM Neto vão entregar os fundos milionários de que seu novo partido dispõe para financiar a eleição de moristas neófitos na política e não para sua rede de apoiadores, candidatos a governos e cadeiras na nas Assembleias, Câmara e Senado?

Nem morta, santa…

Mas Merval escreve baseado no seu próprio desejo, e diz, por isso, que “a boa colocação de Moro nas pesquisas eleitorais servirá de lastro para impedir saídas e agregar possíveis novos deputados à bancada”.

Ora, todo mundo sabe que a trupe bolsonarista, que é, formalmente, do PSL incorporado ao “União – Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF), Onyx Lorenzoni (RS) e Teresa Cristina (MS), só para ficar nos casos notórios – vai para o partido de Bolsonaro se o novo partido apoiar Moro e para isso só esperam a janela de trocas partidárias que os imunize contra a possibilidade de perda de legenda por infidelidade partidária.

Moro não tem e não terá estrutura partidária e nem a extra-partidária com que conta Jair Bolsonaro: não tem as polícias, não tem os militares e não tem as igrejas evangélicas.

Tem apenas aquela cota de apoios incondicionais na mídia, enquanto puder aparecer como um candidato viável.

Mas, podem crer, se depender das “doações” de Luciano Bivar e de ACM Neto para ter “estrutura e dinheiro” que o viabilizem e arrastem votos, pode ir tirando o marreco da chuva.

Tijolaço.

sábado, 11 de dezembro de 2021

A ‘MEIA-DESCULPA’ DO ‘MORISMO’ DA FOLHA, POR FERNANDO BRITO

O leitor fica até animado com o início da coluna do ombudsman da Folha, quando ele abre o texto dizendo que “a mídia nacional aderiu à pré-candidatura de Sergio Moro à Presidência”.

Logo em seguida, porém , diz que isso é “a última certeza das redes sociais e de parte do público que persevera na leitura desta Folha” e que “nada disso se sustenta”.

À parte a ingratidão com os leitores teimosos como eu, o ombudsman se contradiz todo o tempo, quando admite que, ao menos hoje, Moro é competidor que está “lá atrás”, muito mais do que uma imprensa que o trata com mais espaços que aos candidatos que reúnem, sempre, perto de 70% do eleitorado e com grande vantagem de Lula nesta soma.

E sai, então, a conveniente explicação de que isso seria uma ato generoso de uma imprensa que desejaria ardentemente tirar Bolsonaro do horizonte:

Mas, afinal, a mídia está com Moro? Parte dela sempre esteve, isso é fato, mas o que há, não apenas na imprensa, é uma inegável empolgação com qualquer um que possa tirar Bolsonaro da corrida, ainda que Lula sobre no final.

Quer dizer que é parte da esconjuração do feitiço que produziu Bolsonaro incensar o feiticeiro Moro, um dos que mais conjurou os ódios que moldaram a eleição deste sujeito desclassificado?

Tirar um autoritário tosco para colocar um autoritário quase tão tosco?

Com que base se afirma que “uma inegável empolgação com qualquer um que possa tirar Bolsonaro da corrida” quando se vê, nas pesquisas mais recentemente divulgadas que Moro tem uma rejeição eleitoral acima dos 60%, quase tanta quanto tem o atual mandatário?

Que não se descarte o potencial eleitoral de Moro, vá lá, porque não se pode adivinhar, mas dizer, sem qualquer fundamento, que ele goza de simpatia eleitoral, mesmo que tendo, em pesquisas sobre 2° turno, resultado pior que o de Bolsonaro em um hipotético confronto com Lula?

O fato concreto é que Moro, nas pesquisas que lhe são mais generosas e num momento de superexposição – a confirmação de que será candidato e o lançamento festivo de sua candidatura, não chegou à metade de Bolsonaro e a um quarto de Lula.

O resto é confete.

Ou, pior, mistificação. Moro não é o exorcismo de Bolsonaro, é a sua mutação. Como observa Olga Curado, no UOL, “Moro quer ser Bolsonaro, é a mesma via. Não uma outra”.

E ela acerta em cheio: é democracia ou fascismo o que está em jogo no processo eleitoral.

Tijolaço.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

HACKER DA VACINA É TOSCO E MINISTÉRIO, TAMBÉM, POR FERNANDO BRITO

Inacreditável o ataque ao banco de dados da vacinação contra a Covid e imperdoável que o Ministério da Saúde não tenha tomado medidas de segurança quanto à preservação das informações de cadastro e vacinação de mais de 150 milhões de cidadãos brasileiros.

A história está para lá de mal contada, uma vez que, se havia alguém contra a utilização destes cadastros – não se sabe por quantos dias inviabilizada – era o próprio governo, com sua oposição declarada ao passaporte de vacinação.

Mas a forma que ocorreu é absolutamente tosca, com um “bilhete” cheio de erros de português e uma referência a um email @ctemplar, um provedor que se orgulha de aplicar criptografia de ponta a ponta nas mensagens eletrônicas, de tal forma que nem eles podem saber o conteúdo.

Ctemplar é, segundo eles, uma contração das palavras Cryto e Templário, os cavaleiros medievais, aliás, tão ao gosto de grupos de extrema direita.

Óbvio demais, claro, para ser alguma pista. Talvez por isso mesmo, uma pista.

É preciso de respostas rápidas ao caso, até porque todos falam em um violação primária, que, diz a Polícia Federal, nem teria destruído a base de dados e teria deixado o registro da conta usada para o acesso indevido ao sistema.

Impressiona, porém, a facilidade com que se consegue penetrar em sistemas que deveriam ser seguros, com métodos que nada tem a ver com as histórias de “hackers capazes de invadir o Pentágono”.

Dezenas de países no mundo têm arquivos assemelhados com registro de vacinação e não se tem notícia de que algo semelhante tenha acontecido.

Ainda mais num governo com obsessão em segurança e num ministério que montou este cadastro quando era dirigido por um general e com dúzias de coronéis a bordo.

Tijolaço.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

BOLSONARO CHUTA O PAU DA BARRACA DE LIRA E PACHECO, POR FERNANDO BRITO

Os relatores do Orçamento – escolhas pessoais de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco – ficaram em maus lençóis com o decreto publicado hoje por Jair Bolsonaro com a determinação de que o Governo divulgue, em 90 dias, todas as solicitações que fizeram para a liberação de emendas do chamado “orçamento secreto” (as emendas de relator, classificadas sob o código RP-9).

E, formalmente, as solicitações são deles, embora todos saibam que são de deputados e senadores a quem Pacheco e Lira mandaram atender, sabe-se lá em troca de que posicionamento tomariam em votações politicamente importantes no Congresso.

O ex-Secretário de Governo da Presidência, general Luiz Carlos Ramos, diz que “”é de competência legal do relator do Orçamento, e não da Secretaria de Governo”. Tira o Governo da reta e empurra tudo para a Câmara e para o Senado.

Os relatores, é claro, não podem dizer que receberam os pedidos de verbas rabiscados em um papel de pão.

Não importa que o decreto presidencial não determine a autoria inicial do pedido, porque a revelação do destino que as verbas tomaram vai deixar isso claríssimo no meio político e isso será o suficiente para o “ele ganhou tanto e eu só ganhei a metade”.

Numa base governista já trincada pelas disputas eleitorais para reeleger-se daqui a 11 meses, um desastre total.

Bolsonaro sabe que não é daí que lhe virá o apoio eleitoral para outubro de 22 e que a “classe política” dá mais voto apanhando do que apoiando.

Tijolaço.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

A ‘MEIA PEC’ ARRUINA RODRIGO PACHECO. POR FERNANDO BRITO

Vá lá que ninguém levava muito a sério a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco à Presidência da República e sua pretensão de apresentar-se como um “novo JK”, sem ter as obras que o criador de Brasília tinha em seu currículo e nem sequer s habilidades de “é de valsa” que este tinha na política e nos salões dançantes.

Todo mundo sabia que ele era apenas um “candidato-tampão” para permitir que Gilberto Kassab cacifasse uma provável aliança de segundo turno com Lula (ou com outro candidato, a ver como viria o vento) na fase decisiva das eleições.

Só que Pacheco, de insosso passou a amargo, quando teve de tomar posição sobre a imoralidade que ocorre no Senado com as emendas secretas do relator do Orçamento – que dão a ele, presidente da Casa, imensos poderes porque, afinal, o relator é escolha sua).

E agora, azedou de vez, porque a confusa promulgação da metade da PEC dos Precatórios descumpriu o acordo feito no Senado para aprovar a proposta, sem prejudicar o Auxílio Brasil mas limitando o emprego de verbas extras em outras ações de governo e em novas liberações de verbas a governistas.

O pré-candidato, que era, como já se disse aqui, “sem sal e sem molho” passou a ser visto como um dos ingredientes do caldo governista que se tornou o Congresso. Aliás, mais expressamente, como caudatário de Arthur Lira, o presidente-da-Camara-e-paupara-toda-obra do governismo.

A briga pública com a senadora Simone Tebet foi tudo o que a imagem do presidente da Câmara não precisava.

É difícil que, sem voto e, agora, queimado perante a opinião pública, Pacheco siga por muito tempo em sua pantomima de candidato a presidência.

O PSD, que parecia aquele personagem do Chico Anísio que dizia que “eu estava quietinho lá em Barbacena”, não está nem um pouco interessado em assumir um protagonismo negativo.

Até para Geraldo Alckmin, a quem não saberia mal uma filiação sem opção definida na eleição presidencial, Pacheco está se tornando não um pequi roído, mas um espinho de pequi e quem já comeu da comida goiana, sabe como dói.

Tijolaço.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

BOLSONARO É O ‘MISTER SINHÔ’ DA TIME, POR FERNANDO BRITO

Não é preciso ser Sherlock Holmes para saber como Jair Bolsonaro foi o nome mais votado na enquete promovida pela revista norte-americana Time: certamente suas falanges cibernéticas trabalharam duro para entupir de votos o site de votação.

Faz lembrar aqueles antigos concursos de “Sinhazinha e Sinhozinho” das festas juninas, que eram ganhos pela criança que mais arrecadasse vendendo “votos”, naturalmente pelas mãos de mães, madrinhas e tias pressurosas em fazer do queridinho ou da queridinha uma “personalidade do arraial”.

Evidente que não será a escolha dos editores, ainda mais se derem a eles as planilhas de votação indicando o “esquema” promocional em seu favor, mas fica a ideia de, quem sabe, fazer um concurso de bocó do século ou de “Meu Malvado Favorito” para ser ganho por quem se tornou uma abominação global.

Este troço é uma ideia fixa da turma e já fizeram circular, até, uma falsa capa da Time com o “Mito” como Person of the Year”.

Vai ser ególatra e provinciano assim lá longe, Bolsonaro.

Devia ter mandado o pessoal ter dado uns votinhos para o Donald Trump, também, porque fica feio com o “chefe” você aparecer com quase o triplo dos votos, justo lá na casa dele.

E, depois, ainda quer tirar onda com a armação no Twitter: “agradeço aos 2.160.000 eleitores que votaram em mim. Esperamos que revista Time nos conceda, de fato, o título respeitando o resultado das eleições”, escreveu.

Não, Bolsonaro, os editores da Time vão exigir voto impresso.

Tijolaço.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

‘VOLKSGERICHTSHOF’: O ‘TRIBUNAL DE EXCEÇÃO’ QUE MORO QUER CRIAR. POR FERNANDO BRITO

O Direito que Sergio Moro defende é uma deformidade.

Ontem, em entrevista ao Correio Braziliense, o ex-juiz voltou a sugerir, com mais detalhes, a ideia de uma “corte nacional anticorrupção”, um tribunal paralelo ao Judiciário que, como o nome indica, julgaria um só e específico crime, o de desvio de dinheiros públicos.

Para este tribunal, quer atrair “os melhores servidores e os melhores magistrados do Judiciário, por meio de um processo seletivo que leve em conta, com procedimentos de devida diligência, não só a integridade dessas pessoas, mas também o comprometimento com o combate à corrupção”.

Um processo seletivo que, como em todos os tribunais superiores depende, afinal, da nomeação presidencial. Dele, portanto.

Nem se vai discutir como será ranqueada a “integridade dessas pessoas” ou se o “comprometimento com o combate à corrupção” será uma espécie de Guiness de condenações, pouco importa se devidas ou indevidas, como foram as dele.

O fundamento desta ideia é odioso – porque pré-define o tipo penal, antes mesmo do exame do caso, sem considerar os critérios de fixação de competência. Exatamente aquilo que, semana passada, levou à anulação, no STJ dos casos de crime eleitoral que, pela vontade do próprio Moro, interessava julgar e condenar no âmbito da Lava Jato.

O “Tribunal da Lava jato”, aliás, era useiro e vezeiro em usurpar a competência da distribuição dos processos e chamava a si, sem protesto possível, todos os casos que pudessem dar a roupagem de um Super-Homem ao juiz que virou ministro do governo que elegeu.

A ideia de uma “corte nacional anticorrupção” é, além de tudo, francamente inconstitucional.

Diz aquele livrinho com que manifestamos “ódio e nojo às ditaduras que “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.

Autoridade competente, nesta aberração que se criou em Curitiba, com uma “vara especializada em lavagem de dinheiro e corrupção” resultou num juiz com superpoderes, ao qual se incumbiu de julgar todos os crimes, quase ao gosto do freguês, ao ponto de dizermos, na imprensa, que alguém “caiu na Lava jato”, como se ela fosse um ramo do Direito, como são o cível, o criminal, o de Família…

Ou alguém pode deixar de reconhecer que se usou o critério de escolher o foro de acordo com o réu não foi utilizado na raiz do julgamento de Lula no caso que ficou conhecido como o do “triplex”? Ali, a investigação vinha da transferência para a construtora OAS de um condomínio vendido pela Bancoop: todos o caso ficou em São Paulo e terminou com absolvição geral dos acusados, em duas instâncias, exceto para Lula, que foi pinçado do processo e atirado nas mãos de Moro.

É um contrassenso que a criação de varas especializadas possa ser, na pratica, um desaforamento para ela de todo caso em que se possa supor ter havido um crime “especial” que vai ser julgado, seja qual for ou onde for, por um único juiz.

Não poderíamos, então, ter um foro especial para tráfico de drogas, ou para homicídio, ou para estelionato ou um para cada artigo ou grupo de artigos do Código Penal, o que significaria a transformação do juiz em um carimbador de sentenças e penas e não alguém equidistante das partes, capaz de pesar evidências e formular um julgado imparcial.

Quem vai para uma “corte nacional anticorrupção” é, claro, com certeza corrupto, faltando apenas formalizar sua culpa e seu castigo.

A se a isso se chamar eficiência, poder-se-ia aaplaudir o exemplo do Volksgerichtshof, o “Tribunal do Povo”, criado na Alemanha nazista para julgar casos de “traição à Pátria”, crimes contra o Estado alemão e supostos atos de corrupção.

Eficientíssimo, em apenas 12 anos de funcionamento condenou à morte cerca de 5 mil pessoas.

Tijolaço.

domingo, 5 de dezembro de 2021

O QUE BOLSONARO TEM QUE MORO NÃO TEM. POR FERNANDO BRITO

Perguntaram-me, ontem, quais as chances de que Sergio Moro ultrapasse Jair Bolsonaro e assuma o “duelo” com Lula no segundo turno e minha resposta foi quem com os dados da realidade de hoje, essa não é uma hipótese provável.

E o disse porque o ex-juiz tem uma representatividade e uma plataforma que está, apesar do “teatro” ensaiado com o qual ele tenta se lançar a outros temas, exclusivamente no antilulismo, do qual ele, como no velho comercial de TV, se apresenta como “argumento”, o tal “la garantía soy yo“.

Embora tanto ele quanto Bolsonaro sejam dois personagens medíocres, Moro tem mais dificuldade, mesmo apelando para o simplismo do “senso comum” em descer ao patamar da estupidez explícita que faz do então candidato e atual presidente o Mito dos recalcados.

Seus modos e falas complicados e sem paixão não geram proximidade, algo essencial em quem se candidata a “fenômeno” como foi o ex-capitão em 2018.

Moro também não conta com a capilaridade que Bolsonaro teve. Não tinha partido, é verdade, mas tinha militares e policiais, ativos e aposentados (além da imensa quantidade de pessoas ligadas, para o bem e para o mal a eles), como um verdadeiro partido, com presença nacional e também a adesão, amplamente majoritária, das igrejas evangélicas.

De um jeito torto e antirrepublicano, o candidato teve um grande, um imenso partido, maior e mais orgânico que qualquer um dos partidos políticos.

Moro não o tem, embora tenha a a espuma da mídia, que tem poder, mas não organicidade.

Como não tem o governo e sua capacidade de influir sobre o voto – muito embora Jair Bolsonaro – seja um desastrado no exercício deste poder, pela confusão e estupidez de suas políticas, e pela insinceridade que emana de tudo o que faz, inclusive do auxílio-emergencial, ao qual, pela demora em agir e pelas confusões de sua implantação, conseguir desnudar o caráter eleitoreiro, mesmo sendo uma ato de aceitação (quase) unânime de manobra eleitoral.

Moro e sua trupe elitista nem isso conseguem, porque embora não se posicionem contra uma emergência que grita nas ruas, com as pessoas catando lixo, demonstram que o fazem a contragosto, cheios de ressalvas fiscais que deixam claro o “melhor seria não dar”. Os “mercadistas”, como ele, lamentam mais o auxilio que a fome.

Lula, como mostrou a entrevista que deu a Podpah na semana que passou, mal começou a mover a engrenagem de empatia que tem com a população. Isso é o contrário do que têm dito – ou desejado – muitos analistas, que acham que seu teto já foi alcançado. Não foi e este sim é um teto que pode ser rompido com as articulações que desenvolve com forças políticas que, mais importante do que atraírem votos próprios, sinalizam a viabilidade de um novo governo sob sua chefia.

As escolhas políticas não são feitas pelo “ideal”, embora devam sempre ser feitas pelas ideias. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”, escreveu em 1850 Marx.

Talvez devamos acrescentar que as escolhas são feitas, também, pelo perigo de ousar quando o pescoço da democracia – aquela que nos permite corrigir erros – estiver sob risco de quem quer, assim que puder, estrangulá-la sob um estado policial.

Coisa que Bolsonaro não puderam fazer a quatro mão, mas sonham em fazer cada um com suas próprias.

Tijolaço.

sábado, 4 de dezembro de 2021

NA PORTA DO STF, A CENA DE BOTEQUIM. POR FERNANDO BRITO

Muita gente se chocou com os pulinhos de Michele Bolsonaro, comemorando, como quem acerta os números numa cartela de bingo, a aprovação do sr. André Mendonça para integrar o outrora vetusto Supremo Tribunal Federal.

Há pouca importância no saltitar da primeira-dama que, exceto este papel decorativo, não tem nem funções públicas e oficiais a desempenhar, nem mesmo a mixórdia que tempos atrás se atribuiu à jovem “conja” de Michel Temer, a de ser “bela, recatada e do lar”.

Deixe-se isso à conta da infantilidade da senhora e de sua compreensão da fé religiosa como um jogo da futebol, onde grita-se “aleluia” a cada “gol do time de Deus”.

Mas não há atenuantes para as fotos distribuídas pela própria Presidência, a dos saltos simiescos de Jair Bolsonaro tropegamente abraçado a Mendonça, antítese de qualquer ideia de decoro , para um ministro “terrivelmente evangélico”.

Como a vergonha é pouca, numa terra tomada pelos sem-vergonha, foi preciso esperar a coluna de Janio de Freitas para que a imagem ganhasse sua legenda demolidora, a única companhia digna da cena circense com que Mendonça ingressa no Supremo:

O auge da autenticidade de André Mendonça viria, porém, na sua comemoração com Bolsonaro, já antiética por si só. Fotografada e distribuída à imprensa pela própria Presidência, mas muito pouco reproduzida para leitores e espectadores.
Bocas escancaradas em riso de cafajeste, caras debochadas, enlaçados em mais do que um abraço, parecem dois bêbados desequilibrados e se amparando mutuamente, para diversão dos circunstantes.

 O Supremo passou por muitas vergonhas, mas nunca viu, com certeza nunca viu, tamanha falta de compostura em nome da sua toga.

De fato, porta de botequim é pouco para descrever a cena e, ainda pior, o desejo de que todos a vejam.

Tijolaço.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

“BOLSONARO NUNCA MAIS!”: MULHERES TOMAM AS RUAS DO PAÍS NESTE SÁBADO (4)

Ato é convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e pela Campanha Fora Bolsonaro.

Mulheres puxam novo dia nacional de luta pelo impeachment de Bolsonaro - Alexandre Schneider / AFP.

Movimentos e coletivos feministas, centrais sindicais e partidos de esquerda realizam, neste sábado (4), mobilizações em todo o Brasil pelo impeachment de Jair Bolsonaro, contra a fome, a miséria, o machismo, o desemprego e a violência.

A palavra de ordem é “Bolsonaro Nunca Mais!”. Razões para isso todas as mulheres têm de sobra. A organização dos protestos afirma que além de ser um péssimo gestor, que colocou a economia do país no buraco, com altas taxas de desemprego e inflação, aumento da fome e da miséria, Bolsonaro é o presidente mais machista da história do Brasil.

Inspirada na campanha #EleNão, que realizou massivos atos feministas contra Bolsonaro no período eleitoral em 2018, a mobilização atual realizou, como processo preparatório, uma plenária online no dia 23 de novembro. Houve a participação de 470 pessoas de diferentes partes do país.

"É importante a gente tirar o Bolsonaro, nem que seja um dia antes dele terminar o governo dele”, afirma Sonia Coelho, militante da Sempreviva Organização Feminista e da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). Ela destaca que “é impossível continuar convivendo com um governo que destrói vidas e direitos todos os dias”.

A luta contra a fome e a miséria são centrais, urgentes e inadiáveis e pressupõem a saída de Bolsonaro da presidência da República. "Nós, mulheres da classe trabalhadora, mulheres cutistas, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres trans, estaremos mais uma vez nas ruas no dia 4 de dezembro, as quais sempre ocupamos para dizer – Ele Não e Fora Bolsonaro – e pedir impeachment já, afirma a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves.

No Rio Grande do Sul, pelo menos oito cidades já confirmaram a realização de protestos. Em Porto Alegre, a concentração para o ato será realizada às 16h, na Praça do Tambor, próxima à Usina do Gasômetro. Bagé, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Encruzilhada do Sul, Pelotas, Osório e Santa Maria também tem atos confirmados.

Em BH

Movimentos feministas de Belo Horizonte organizam, para sábado (4), uma manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro. A ação na capital mineira, agendada para as 14h, na Praça da Liberdade, faz parte da jornada nacional “Bolsonaro nunca mais”, convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e pela Campanha Fora Bolsonaro. 

Para Bruna Camilo, militante da Marcha Mundial das Mulheres e secretária geral do PT de BH, a manifestação tem o intuito de dar visibilidade às indignações das mulheres e continuar as ações unitárias iniciadas em 2018 com os atos “Ele não”. 

Apesar das denúncias, a ideia é que o ato seja alegre e colorido, com bandeiras e música / Joyce Fonseca.

“Se não fossem as mulheres organizadas, Bolsonaro poderia ter tido uma vitória no primeiro turno. Nunca podemos nos esquecer da importância das mulheres na política, nos movimentos populares. Está chegando o último ano do governo federal, que teve uma gestão cheia de retrocessos, com mais mulheres mortas, violentadas e empobrecidas. E nosso ato vai ter esse tom de denúncia”, comenta.

A manifestação também pretende se posicionar contra Romeu Zema (Novo), pois, segundo Bruna, há um alinhamento do governo estadual à política do presidente. “Zema é irmão siamês de Bolsonaro. Com a falta de apoio do governo estadual, as mulheres mineiras têm passado por muito sofrimento e muita violência. No sábado também seremos ‘fora Zema’”, afirma.

Apesar das denúncias, a ideia, segundo Bruna, é que o ato seja alegre e colorido, com bandeiras e música. Haverá bateria aberta para mulheres que quiserem tocar seus instrumentos e uma ala destinada às ciclistas. 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

OS GENERAIS DO OZÔNIO. POR FERNANDO BRITO

Perdoem-me os senhores oficiais reformados, mas o comportamento do Clube Militar está virando chacota.

Lauro Jardim, em O Globo, faz-nos saber que se prepara uma palestra antivacina na sede do Clube, para o dia 9, na qual uma senhora, a médica Maria Emilia Gadelha Serra, falará sobre “Passaporte Sanitário – eventos adversos das vacinas contra COVID-19 e os riscos para a segurança nacional..

Hein? Efeitos adversos – pelo que se sabe raríssimos e pontuais, ainda mais em se tratando de vacinas que estão sendo aplicadas há um ano e aos bilhões – até vá lá, em nome da ciência, embora isso seja assunto para pesquisas e estudos e não para apresentações com tudo para serem alarmistas.

Mas seus “riscos para a segurança nacional”, pelo amor de Deus, quais seriam? A transformação de milhares de brasileiros em jacarés comunistas? Os chips da Huawei chinesa injetado nos braços inocentes da população? Algum efeito hormonal estranho, que faça crescer barbas às mulheres, como sugeriu o Presidente da República?

A doutora Gadelha foi apontada pelo Projeto Comprova, consórcio de 28 órgãos de imprensa, como espalhadora de boatos mais perversos, como o de que a vacina provocaria grande número de abortos e que seria perigoso viajar de avião, pois pilotos vacinados estariam tendo AVC durante a pilotagem das aeronaves por terem recebido a vacina. E outras barbaridades, como a de que, em alguns estados dos EUA, aplicaria-se hidrólise alcalina para decompor cadáveres e fazer desaparecer mortos pela vacina, alem de mentir sobre o uso de fetos abortados na confecção de imunizantes.

É tão bizarra a situação que suplico ao leitor que visite os links para certificar-se que, infelizmente, é tudo verdade. Ou mentira, a depender do que é dito por estes abilolados.

Ela é presidente de uma certa Sociedade de Ozonioterapia – que ganhou o noticiário pelas experiências e administração retal do gás – que é, segundo a FDA norteamericana ” um gás tóxico sem nenhuma aplicação médica útil conhecida em terapia específica, adjuvante ou preventiva”.

A Anvisa brasileira – aliás presidida por um vice-almirante – também diz que o ozônio não tem nenhuma finalidade medica comprovável, e que não há ” evidências científicas que comprovem a eficácia do uso do ozônio como desinfetante contra o SarsCoV-2“.

Só escapou de entrar na farmacopeia presidencial pela sua, digamos, original forma de ser administrado.

Não é possível querer que nossos provectos militares tenham esta razão, para, no convite da palestra, “convocar a todos sócios e convidados para adentrarem nas portas do conhecimento”. Eu, hein? Este tal do ozônio é que parece ser risco à “segurança nacional”, meus generais.

Tijolaço.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

EM 3 MESES, BOLSONARO VAI DE ‘IMBROXÁVEL’ A ‘NOIVA DO VALDEMAR’, FERNANDO BRITO

 

Durante quase três anos – de sua vitória eleitoral ao último Sete de Setembro, há algo que não se pode negar a Jair Bolsonaro: o papel do ‘machão’ institucional da República, que dava de ombros para as dificuldades da pandemia – “e daí?” – , chamando de “maricas” quem queria se isolar, “peitando” as instituições da República – “acabou, porra!” – e evocando o fantasma de um golpe militar diante de uma multidão, mandando “enquadrar” o STF.

O que resta, a esta altura, do “Macho Man” valentão?

O que ele próprio diz: que “chora no banheiro”, que “está de saco cheio”, como se alguém acreditasse que pode largar tudo e “fechar a baiúca” eleitoral.

Mentira, claro.

Mas o fato real é que o fanatismo bolsonarista, alimentado a hormônios do ódio minguou e foi trocado por um pragmatismo eleitoreiro: o auxilio emergencial, ainda na base do “quem sabe” (e por isso, sem efeito eleitoral mensurável) e um discurso de extrema direita desabrido que seu predador eleitoral, Sérgio Moro, não pode fazer sob pena de perder – não lembro quem disse isso nas redes sociais – sua assessoria de comunicação da grande mídia.

Aí se compreende o que está em discussão e não é, de forma alguma, uma “Terceira Via”: será a disputa feroz dos votos de extrema direita, entre Bolsonaro e Moro.

Mas não é a única.

Se o ex-juiz e o presidente disputam a classe “A” – Moro vence entre os mais ricos (renda acima de R$ 10 mil), com 30%, bem mais que os 22% de Bolsonaro, o queridinho da direita tem um desempenho pífio entre os pobres (7%, segundo a pesquisa Atlas Politico)– quem disputa com o “Mito” a classe média baixa é Lula, e um pouco mais ali é muito mais no total do leitorado.

É neste segmento que o “Crepúsculo do Macho” (desculpa aí, Gabeira) bolsonariano oferece perigo ao ex-capitão.

É ali que ele construiu a sua imagem de negação da política fisiológica, aquela à qual se integrou de cabeça.

Aí está o problema: Moro não pode radicalizar para ser Bolsonaro – embora queira os bolsonaristas – e Bolsonaro, de olho na mídia, não pode aparecer em sua natureza mais radical e grosseira.

É por isso que se submete a aparecer como “noiva” do PL de Valdemar Costa Neto. e do PP de Arthur Lira, para representar alguma coisa a mais que seus minguantes áulicos.

Não o fará.

Todas as suas fichas estão no Auxílio Brasil e em cua manipulação para obter votos da pobreza. Na classe média, Bolsonaro está perdido e muito pouco dela conservará em votos.

Tijolaço.

BOLSONARO E ARISTIDES: BUMERANGUE DO ‘KIT GAY’. FERNANDO BRITO

Este blog, seus leitores devem ter reparado, foge de “tretas” como o diabo da cruz.

Mas nunca se esquece do verso de Geraldo Vandré sobre a “volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.

A atitude de Jair Bolsonaro de mandar deter uma mulher que lhe mandou o sonoro palavrão que estava pedindo ao mandar interditar meia pista (e são só duas) da rodovia Rio-São Paulo para ser saudado pelos passantes é, por si, uma destas histórias do famoso “pediu para apanhar”.

Mas, por seu histórico de referências sexuais, machismos e homofobias, acabou descambando para a história do “noivinha de Aristides”, que tomou conta das redes sociais e, reconheça-se, “colou” na sua figura.

A mulher detida por sua ordem, na Polícia Federal, declarou ter se irritado com a retenção no trânsito e soltado-lhe um sonoro fdp. É provável. porque não teria porque conhecer os detalhes extra-tatami do jovem cadete, se haviam.

Bolsonaro, o criador do kit gay, conseguiu produzir algo semelhante contra si mesmo, como um bumerangue do que fez.

Não importa se tenha havido um sargento Aristides, ou que nem tudo não tenha passado de inocentes wazaris e ippons, a chacota bem ao gosto presidencial ficou.

Se houver carnaval, vai virar fantasia de sucesso, se houver aglomeração, haverá um gaiato a gritar Aristides!, se houver manifestação será inevitável o boneco de quimono rosa-choque.

Virou chacota nos “trending tops” da redes sociais, território por ele controlado e ele próprio sabe, pelo que ele próprio fez, que ali ali estaa coisas pegam, tenham ou não verdades a sustentá-las. O aquela “mamadeira” tinha?

A ‘zoação’, da qual Bolsonaro tanto parece gostar com suas piadas de mau-gosto, supõe que o zoador também possa ser zoado.

Como diz a gíria moderna, “quem não sabe brincar, não desce pro play”.

Tijolaço.