Aécio,
Gilmar e Temer: o triunvirato apocalíptico que governa o Brasil
Vamos pôr os
pingos nos is: o trio que hoje controla os três poderes da república das
bananeiras é formado por três cavaleiros do apocalipse.
Na versão
original do livro do Apocalipse, a visão profética do apóstolo João enxerga
quatro cavaleiros: Peste, Guerra, Fome e Morte. Na nossa versão tupiniquim, o
quarto cavaleiro, a morte, se concretiza no funeral de uma república e dos seus
poderes agonizantes; portanto, é o resultado da ação dos outros três
cavaleiros.
Aécio
certamente representa a peste: uma infecção aparentemente incontrolável, a
contaminar com uma cegueira inexplicável amplos setores conservadores e
elitistas da nossa sociedade que não percebem o abismo que ele cavou para o
país desde sua derrota eleitoral em 2014. Ele controla o tucanato, fiel da
balança a sustentar um governo ilegítimo, sem credibilidade e que afronta o
Brasil e os brasileiros. Como toda a peste, produz uma destruição enorme, mas,
para o bem da Nação, terá que ser controlada e extirpada.
Gilmar, a
guerra, é aquele que tenciona todos os poderes; beligerante, usa das
estratégias mais ardilosas e perversas para conseguir seus intentos. Como um
comandante vaidoso, age sem hesitação; não tem pudor nem temor. Para auferir
conquistas, não teme as atitudes mais inescrupulosas à luz do dia. Convive e
banqueteia tranquilamente com os outros dois cavaleiros com toda a certeza da
impunidade. Afinal, pontifica num poder que, como escreveu o professor Fábio
Konder Comparato, é “submisso às elites, corrupto em sua essência e
comprometido com a injustiça”. Sabe que pode contar com muitos dos seus pares
nas suas aventuras antidemocráticas. A bolinha do sorteio supremo que o diga...
Afinal, numa certa república das bananeiras muitos diabos não vestem prada;
vestem toga.
Temer, a
fome, apesar de aparentemente poderoso, é o mamulengo dos donos do poder
(rentistas, empresários, latifundiários, banqueiros). Ele negocia ardilosamente
uma série de políticas antissociais num país marcado pela desigualdade. Suas
“reformas” significarão mais carestia, precarização do emprego e das condições
de vida para a maioria dos brasileiros. Teleguiado pelo representante do
rentismo, o poderoso Henrique Meireles, sua sombra oculta, não tem nenhum
escrúpulo em liderar uma coalizão parlamentar de gatunos (dirigida por um
bandoleiro atualmente preso) que desfigura e macula a Constituição Federal de
1988 a favorecer descaradamente a Casa Grande e os interesses dos
"guerreiros do norte" - que se consideram os proprietários dessas
plagas. Mesmo atolado num lamaçal, age como um espírito desnorteado, moribundo
e agonizante, mas apegado ao que lhe resta.
O
triunvirato que hoje governa o país se uniu por motivos particulares e nada
republicanos. Os três navegam num mesmo barco furado que vaza excremento por
todos os lados; são odiados pelo povo; mas, precisam somar forças para se
sustentarem no poder.
Assim como
nos dois triunviratos da Roma antiga, o fim dos três cavaleiros do apocalipse
tupiniquim não será glorioso. Apesar de aparentemente unidos e momentaneamente
vitoriosos, Aécio, Gilmar e Temer sabem que essa união estratégica e o poder
momentâneo dela auferido escondem uma imensa repulsa popular que os lançará,
mais cedo ou mais tarde, no abismo dos degredados. Daqueles que traíram uma
Nação e seu povo.
E não nos
contentemos com o argumento segundo o qual a história fará justiça...
Do GGN
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