O candidato do PT Fernando Haddad perdeu a eleição, mas
"saiu maior" da disputa do que entrou, avaliou o jornalista Kennedy
Alencar na noite de domingo (28), quando o professor universitário perdeu a
eleição para o deputado de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), por 55% a 44%.
No texto, Kennedy lembrou do papel da Lava Jato no pleito.
Na visão de Alencar, a "Lava Jato abriu caminho para a
eleição de Jair Bolsonaro. Embora tenha revelado um enorme esquema de
corrupção, a Lava Jato destruiu a classe política tradicional e permitiu que o
candidato do PSL se apresentasse como uma novidade contrária ao status quo.
Ocorreu no Brasil um efeito semelhante ao vivido pela Itália após a Operação
Mãos Limpas."
Bolsonaro "se elegeu às custas de representar ruptura,
mas faz parte do sistema. Terá dificuldade para entregar o que prometeu. O
presidente eleito não deixou claro o que pretende fazer com o país em seus
primeiros discursos pós-vitória. Houve menções genéricas sobre medidas
políticas e econômicas. Tampouco Bolsonaro fez aceno para seus
opositores."
Kennedy lembrou que "Haddad, que saiu da eleição maior
do que entrou, também falou apenas para os seus eleitores. Faltou gesto para o
conjunto do país e para o próprio Bolsonaro. No entanto, foi importante o
petista pedir aos seus eleitores que não tivessem medo, colocando-se como líder
de fatia importante da sociedade."
Comentando o papel da Justiça Eleitoral, o jornalista
destacou que a Corte foi quem impôs ao Brasil "uma das maiores derrotadas
da eleição". "Fez bravatas contra fake news no começo do ano e foi
engolida por avalanche de mentiras. É herança negativa para futuras eleições que
demanda enfrentamento."
GGN
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