Alguém
tem de avisar ao general Hamílton Mourão que ninguém está acusando Jair
Bolsonaro e seu governo de serem os responsáveis pelo rompimento da barragem de
Brumadinho. E que fica muito feio que ele tente tirar proveito político dizendo
que “não tem nada com isso”.
—
Essa conta não pode vir pra gente, não pode vir para nosso governo. Porque nós
assumimos faz 30 dias. Ali é uma empresa privada, a Vale é uma empresa privada.
General,
é claro que a responsabilidade civil e criminal é da Vale, que não poderia,
mesmo com qualquer grau de imprevisibilidade, deixar uma barragem de rejeitos
se romper. Se os laudos que tinha estavam errados, que ela processe (chama-se,
juridicamente, de regredir) contra quem os deu.
A
responsabilidade do Governo, se o senhor não atinou, é a de fiscalizar com
eficiência e capacidade técnica não aceitar passivamente a “garantia da
empresa”. E de só permitir o que seja seguro e sem risco para a população e o
ambiente.
É
por isso que não estamos culpando Jair Bolsonaro pelo que aconteceu em
Brumadinho, mas pelo que pode acontecer daqui para a frande se prevalecer o que
ele disse à Folha, não tem nem dois meses. Está na Folha, mas coloco o link,
para facilitar sua agenda pesada.
Há
notícias iniciais de que licenças facilitadoras e fiscais sem capricho andaram
acontecendo por lá, a ver.
O
que se quer do governo federal, que é quem detém competência para as licenças
minerárias e que faça quem lucra bilhões extraindo minérios pague, com impostos
e royalties, a manutenção de um corpo técnico capaz, com instrumental
suficiente para fiscalizar sua atuação.
E
com independência, para não acontecer como com a multa que deram ao “chefe” por
pescar numa reserva e anularam depois.
Porque
um governante dá exemplos – o Temer diria: verba volant, exempla trahunt –
e ao sinalizar que demoniza a fiscalização “no cangote dos empresários”
Jair Bolsonaro abre caminho para que tragédias aconteçam.
E
aí, sim, a conta irá para os senhores.
Merecidamente.
Tijolaço
0 comments:
Postar um comentário