Nas
malas de Jair Bolsonaro, para a viagem a Davos, onde pretendia brilhar
pela ausência de chefes de Estado mais importantes iam apenas a arrogância
pessoal, a submissão aos interesses do capital, a vaidade de pretender-se um
“Trump Tropical” e, claro, um ponto eletrônico emprestado pela Miriam Leitão,
para que possa repetir, sem escrever na mão, o ditado de Paulo Guedes sobre
política econômica.
Porque
no teleprompter que estreou estes dias (veja aqui), ainda está muito tatibitati.
Hoje
à noite, porém, quando partir, a bagagem estará acrescida de um enorme baú de
preocupações com o escândalo das contas do “filho 01” e do amigo e mutuário
Fabrício Queiroz.
A
coletiva de imprensa, ponto alto de sua “marketagem” já havia sido
cancelada.
Agora,
terá de colocar uma escolta de sujeitos para evitar os contatos com os
jornalistas que transitam nos corredores e limitar-se a uma ou duas frases
escolhidas, sem ter de responder perguntas.
Não
dá mais para tentar se sair com “isso vocês têm de perguntar ao Flávio”, porque
qualquer repórter com alguma agilidade perguntará em seguida: “mas o senhor não
perguntou?”
Ele
e seu ministro da Justiça, o implacável Sérgio Moro, a rigor, não deveriam sair
do país sem dar explicações minimamente convincentes sobre o episódio, porque
ambos, a esta altura, sabem mais do que a lama que, aos baldes, a cada dia vai
se espalhando nas tevês e nos jornais.
É
suicida a tese, se for esta, de manter-se em silêncio, por Davos e, depois,
pela cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, marcada para 28 de janeiro.
Seu
recado para os políticos e integrantes do governo para que assumam a defesa de
Flávio só por um ou outro – e com renitência e ressalvas – vem sendo cumprido.
Em
ritmo infinitamente menor do que brotam dos esgotos de Ministério Público –
liberado faz tempo para vazar – as informações cada vez mais assustadoras sobre
a movimentação de dinheiro.
A
cada dia de silêncio, qualquer história, ainda que minimamente plausível, vai
se tornando inacreditável.
Tijolaco
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