terça-feira, 26 de maio de 2020

COMEÇAMOS PELA DAMARES, IREMOS ATÉ O WEINTRAUB? POR FERNANDO BRITO

Damares Alves não acertou em cheio, mas chegou perto de sua premonição, exposta no chiqueiro ministerial do dia 22 de abril, de que governadores e prefeitos iriam ser presos.
É bom que os ministros do STF, que estariam desistindo de processar Abraham Weintraub, reflitam o que significa permitir que essa súcia fascista faça e aconteça, impune.
A era Sergio Moro torceu e deformou Ministério Público e a Polícia Federal e, agora, quem deles têm o controle é Jair Bolsonaro.
E, por trás deles, como uma sombra ameaçadora, Forças Armadas que estão usurpadas por um grupo de generais que se prestam a um papel jamais exercido por militares no Brasil: o de operarem como balconistas de cargos para dar a segurança ao presidente de que não haverá impedimento pelos meios legais, comprando um tampão de deputados que o evitem.
De outro lado, continua a operar, cada vez com menos disfarces, o SMI – “Serviço Miliciano de Informações” – dos Bolsonaro, com o “rachuncheiro” Flávio Bolsonaro dizendo que um ‘tsunami’ que está por vir contra o governo de Wilson Witzel, alegando que tem esta informação por um “papo de botequim”.
Papo de botequim, sabemos depois do vídeo da pocilga ministerial, costumam ser, nestes tempos, reuniões de governo.
O Estado brasileiro está inteiramente aparelhado pelo projeto estúpido-autoritário de Jair Bolsonaro e ninguém, seja quem for, está livre da ofensiva da máquina policial que, antes com Moro e agora com Jair, é quem define os rumos do país.
Do Tijolaço

NOTA DE PESAR PELA MORTE EM SÃO LUÍS DO FUTEBOLISTA BURITIENSE CHICO REGO


segunda-feira, 25 de maio de 2020

“BOLSONARO É MUITO MAIS ESTÚPIDO QUE TRUMP”, DIZ FINANCIAL TIMES

O populismo de Jair Bolsonaro está levando o Brasil ao desastrepor Gideon Rachman, no Financial Times.
Em uma visita ao Brasil no ano passado, conversei com uma importante financista sobre os paralelos entre Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Essa resposta me surpreendeu, pois o presidente dos EUA geralmente não é considerado um intelecto imponente.
Mas minha amiga banqueira foi insistente. “Olha”, disse ela. “Trump administrou um grande negócio. Bolsonaro nunca foi além de capitão do exército.”
A pandemia de coronavírus me lembrou dessa observação.
O presidente do Brasil adotou uma abordagem surpreendentemente semelhante à de Trump — mas ainda mais irresponsável e perigosa.
Ambos os líderes ficaram obcecados com as propriedades supostamente curativas da droga antimalárica hidroxicloroquina.
Mas enquanto Trump está apenas tomando o remédio, Bolsonaro forçou o Ministério da Saúde brasileiro a emitir novas diretrizes, recomendando o medicamento para pacientes com coronavírus.
O presidente dos EUA brigou com seus consultores científicos. Mas Bolsonaro demitiu um ministro da saúde e provocou a demissão de seu substituto.
Trump manifestou simpatia pelos manifestantes anti-bloqueio; Bolsonaro particiou de seus comícios.
Infelizmente, o Brasil já está pagando um preço alto pelas palhaçadas de seu presidente — e as coisas estão piorando rapidamente.
O coronavírus atingiu o Brasil relativamente tarde. Mas o país tem a segunda maior taxa de infecção do mundo e a sexta maior taxa de mortes por Covid-19.
O número de mortes no Brasil, responsável por aproximadamente metade da população da América Latina, agora está dobrando a cada duas semanas, em comparação com a cada dois meses no Reino Unido.
A composição econômica e social do Brasil significa que o país será severamente atingido à medida que a pandemia se acelera.
O sistema hospitalar em São Paulo, a maior cidade do Brasil, já está perto do colapso.
Com grande parte da população vivendo em condições precárias e sem poupança, o desemprego em massa pode levar à fome e desespero nos próximos meses.
Mas, é justo culpar Bolsonaro? O presidente, que assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2019, obviamente não é responsável pelo vírus — nem pela pobreza e precariedade que tornam a Covid-19 uma ameaça ao país.
Ele também não foi capaz de impedir que muitos governadores e prefeitos do Brasil imponham bloqueios em suas regiões.
Mas incentivando seus seguidores a desrespeitar os bloqueios e minando seus próprios ministros, Bolsonaro é responsável pela resposta caótica que permitiu que a pandemia saisse do controle.
Como resultado, os danos à saúde e à economia sofridos pelo Brasil provavelmente serão mais severos e mais profundos do que deveriam ter sido.
Outros países que enfrentam condições sociais ainda mais difíceis, como a África do Sul, tiveram uma resposta muito mais disciplinada e eficaz.
Se a vida fosse um conto de moralidade, as travessuras de coronavírus de Bolsonaro levariam o Brasil a se voltar contra seu presidente populista. Mas a realidade pode não ser tão simples.
Não há dúvida de que Bolsonaro está com problemas políticos. Seus índices de popularidade caíram e agora estão abaixo de 30%; cerca de 50% da população desaprova seu comportamento na crise.
O apoio que ele desfrutou dos conservadores tradicionais — que estavam desesperados para colocar no passado o Partido dos Trabalhadores, de esquerda — agora está desmoronando.
Sergio Moro, seu popular ministro da Justiça que luta contra a corrupção, renunciou no mês passado.
As alegações de Moro sobre os esforços do presidente para interferir nas investigações policiais foram suficientemente explosivas para provocar a Suprema Corte a abrir uma investigação que poder levar ao impeachment de Bolsonaro.
Mas o impeachment no Brasil é tanto um processo político quanto um processo legal.
Os delitos que levaram à remoção de Dilma Rousseff como presidente em 2016 foram bastante técnicos.
Foi mais significativo que Dilma Rousseff tenha atingido um índice de aprovação de 10% nas pesquisas e a economia sofrido uma recessão profunda.
As avaliações de Bolsonaro ainda estão muito acima do nadir de Dilma.
E, embora a economia esteja indubitavelmente caminhando para uma profunda recessão e um aumento no desemprego, sua retórica anti-lockdown pode lhe dar alguma proteção política.
Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, diz: “O que Bolsonaro quer fazer é se desassociar da crise econômica que se aproxima.”
As medidas de isolamento social que Bolsonaro contesta podem realmente ajudá-lo politicamente.
Poderiam impedir as manifestações em massa que deram o impulso para o impeachment de Dilma Rousseff.
E tornarão mais difícil para os políticos tramarem e negociarem nas proverbiais “salas cheias de fumaça” — um processo necessário para produzir um impeachment bem-sucedido. Tramar pelo telefone não é o mesmo.
Alguns políticos podem achar que mergulhar o Brasil em uma crise política é indecoroso, no meio de uma pandemia.
No entanto, a unidade nacional não surgirá enquanto Bolsonaro for presidente.
No estilo populista clássico, ele vive da política da divisão.
O Brasil já é um país profundamente polarizado, onde as teorias da conspiração são abundantes.
As mortes e o desemprego causados ​​pela Covid-19 são exacerbados pela liderança de Bolsonaro.
Mas, perversamente, um desastre econômico e de saúde poderia criar um ambiente ainda mais hospitaleiro para a política do medo e da irracionalidade.
Do Vi o mundo

domingo, 24 de maio de 2020

O JULGAMENTO PELA HISTÓRIA ESTÁ LOGO ALI, POR FERNANDO BRITO

Estamos a poucas semanas – quem sabe menos que isso – de um ponto de ruptura da crise institucional em que está mergulhado o Brasil de Jair Bolsonaro.
Talvez não seja o único deste processo, mas acontecerá, inapelavelmente.
Bolsonaro só permanecerá no governo pela via de um golpe – cuja profundidade não se pode prever – que será o início da ladeira para a implantação de uma ditadura.
É esta a disposição, agora já nem tão escondida do grupo de generais palacianos, que juga-se no direito de usurpar o comando de fato das Forças Armadas, não se sabe com que grau de anuência dos seus comandantes de direito.
A declaração de Jair Bolsonaro de que tem um “sistema particular de informações”, com ligação direta com as estruturas policiais e militares é um sinal explícito do que já muitos militares sabem: Bolsonaro tem mais apoio na tropa e na baixa oficialidade do que entre os oficiais generais, por mais que entre estes lhe tenham tido simpatia eleitoral.
São eles, porém, o fiel da balança num momento em que a sociedade civil está acoelhada, quarentenada e, sobretudo, desorganizada politicamente depois que o lavajatismo a destruiu e bateu palmas para o atual maluco dançar, pisoteando a eles próprios.
Falta-lhes, entretanto, não só uma liderança política – o general Heleno é um nanogorila evidentemente desqualificado para isso e lhes falta um programa econômico, o que se evidenciou nas falas primárias de Paulo Guedes, nas quais “vender logo essa porra” e abrir hotéis cassinos.
De outro lado, uma solução de “queda” de Bolsonaro também parece não se afigurar como alternativa para este núcleo militar, que se formou sem num ter como um dos centros o general vice-presidente Hamilton Mourão, que o substituiria sem, é claro, apoio político, sem o quisto de apoio popular que remanesce com Bolsonaro e sem, como se observou, liderança militar.
Como isso vai terminar é imaginação além da possível a quem trabalhe com informações que moldem o provável e com imaginação que fuja do implausível, do qual estamos mais perto do que de qualquer solução racional.
Mas quase se pode pegar no ar, de tão sólida, a iminência de uma ruptura, porque chegamos a um ponto do qual não há retorno no confronto entre os poderes da República.
Tanto quando se pode prever que esta ruptura, alguns passos mais à frente terá que se ver com o ator ausente deste ato da peça tragicômica que se encena aqui: as ruas.
O Exército, como ente líder das Forças Armadas, tem de si uma compreensão como instituição permanente, talvez ainda haja, entre as tresloucadas cabeças generais alguma lucidez para entender que a história de pacificação impune com que se saiu da ditadura de 64 dificilmente se reproduzirá na nossa inevitável volta à normalidade democrática.
Logo ali.
Do Tijolaço

sábado, 23 de maio de 2020

BOLSONARO ISOLADO; HELENO GRUDA EXÉRCITO AO DESASTRE, POR FERNANDO BRITO

Os editoriais dos principais jornais brasileiros neste final de semana, todos violentos não apenas contra Jair Bolsonaro não perdoam o general Augusto Heleno, um personagem que, deveriam atentar os militares, é considerado pelo Estadão “não só (…) completamente despreparado para o cargo que ocupa, como considera ” democracia” o regime em que Bolsonaro manda e os demais obedecem”.
“Mais do que isso: colabora decisivamente para que suas atitudes irresponsáveis, de natureza essencialmente pessoal, pois sua função não é falar em nome do governo, sejam confundidas com o pensamento das Forças Armadas. Assim, urge que os comandos militares desvinculem as Forças Armadas desses … para desgraça do País, chegaram à Presidência nas eleições de 2018. Se não o fizerem imediatamente, e de maneira clara, correm o risco de de ver sua imagem, duramente reconstruída depois de 20 anos de ditadura, atrelada a um governo que flerta dia e noite com a ruptura.”
O Globo pergunta que o general da reserva considera que as Forças Armadas se disporiam a quebrar a ordem institucional que perdura há 32 anos, investindo contra o Supremo, que cumpre ritos legais, respaldados na Constituição?
Diz que Heleno atraiu “justificadas reações de repúdio e para confirmar que o calejado general da reserva passou a fazer parte do núcleo ideológico do bolsonarismo”.
A Folha endurece no título – Bolsonaro mente -, diz que ” o encontro do ministério entra para a história dos 130 anos da República no Brasil como um dos episódios mais execráveis do exercício do poder presidencial” e descarrega chumbo sobre o aval de Augusto Heleno – sugerindo que fala em nome das Forças Armadas – ao mentiroso.
A apuração dos crimes atribuídos ao Presidente] não pode se deter, ademais, diante de ameaças abjetas como a do general Augusto Heleno, do GSI, segundo o qual uma eventual apreensão do celular presidencial teria “consequências imprevisíveis”. Dados a baixeza e o desvario mostrados numa reunião formal, assusta de fato imaginar o que Bolsonaro diz em privado.
Do Tijolaço

sexta-feira, 22 de maio de 2020

SÓ O GOLPE SALVA O MANDATO DE BOLSONARO, POR FERNANDO BRITO

Jair Bolsonaro, é verdade, já não tinha o respeito pessoal de ninguém nas instituições da República.
Hoje, porém, quem perdeu qualquer traço de respeito foi o presidente da República, ao despir-se, com absoluto despudor, de toda a liturgia do cargo.
Não importa que não haja no vídeo prova cabal de que ele pressionou Sérgio Moro para trocar o diretor ou o superintendente da Polícia Federal.
O que aconteceu é que ele perdeu completamente a capacidade de ser acatado por qualquer um que não seja seu áulico ou carrapato de seu governo.
Entre estes, infelizmente, está um grupo de generais cheios de ambição e ódio que, por sua vez, usurpam o nome das Forças Armadas em seu próprio benefício, trabalham por distribuírem, a si e a outros grupos de militares cargos e posições de governo.
Estão, pela violência e pelo arbítrio, cada vez mais grotescos, criando um único caminho para sustentar um governo que já não se sustenta.
“Centrão”, já o provaram as agonias de Collor e Dilma, não segura governo, ou se seguram, como com Temer, apenas impedem que se sepulte seu cadáver.
Agora, com as agruras da crise que não demanda explicações, menos ainda o poderão.
Bolsonaro, no médio prazo, só permanece no poder com um golpe e é esta a questão que está em pauta em nosso país.
Manter este desclassificado, aceitar seus planos de armar milícias em seu favor e permitir que ele siga a transformar a República em um encontro de rufiões de bordel é concordar que, pela força, se consume totalmente um golpe autoritário da bandidagem com matrícula estatal e nome no Diário Oficial.
Do Tijolaço

quinta-feira, 21 de maio de 2020

COMO ORGANIZAR A AJUDA INTERNACIONAL ÀS ECONOMIAS EMERGENTES, POR LUIS NASSIF

Rogoff estima as consequências de um corte de uma taxa negativa de -3%. Se a operação for feita de maneira correta, as taxas negativas teriam o mesmo efeito da política monetária normal, aumentando a demanda agregada e estimulando o emprego.
Queda de demanda global, nos preços das principais commodities, recessão nas principais economias mundiais e perda de dinamismo da China, o grande motor das últimas décadas. E, no rastro, uma situação dramática para os países emergentes, pela queda no comércio internacional e pelas vulnerabilidades  no front externo – devido à queda dos preços das commodities e à fuga de capitais externos.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, estimou que 170 países terão queda no PIB em 2020, criando dificuldades enormes para o próprio sustento da maioria das famílias.
Recentemente, o FMI e o  e o Banco Mundial anunciaram um alívio do serviço da dívida e desembolso adicional para os mais pobres. Os governos do G20 também congelaram os pagamentos bilaterais e tentam convencer os credores comerciais a aderirem ao acordo, o que poderá resultar em um volume de até US$ 40 bilhões.
Não será suficiente. E começam a pulular sugestões em vários centros acadêmicos e multilaterais.
Uma das sugestões é o perdão da dívida dos emergentes, na linha do que foi feito nos anos 90, uma ação conjunta do FMI, Banco Mundial e Clube de Paris que garantiu US$ 76 bilhões a 36 países englobados no programa Países Pobres Altamente Endividados.
Outra linha anti-crise, defendida por economistas como Kenneth Rogoff, consiste na aplicação de taxas de juros “profundamente negativas” por parte dos países desenvolvidos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserva, apoiado pelo Tesouro, está a caminho de garantir todos os créditos privados, estaduais e municipais da economia.  É um programa sustentável se o estresse do mercado for breve. Se a economia levar anos para se recuperar, estimar Rofogg, o quadro será complexo. Nesse caso não se saberá quantas empresas se manterão abertas e quantos governos continuarão solventes.

O ponto central é que, globalmente, a riqueza será destruída drasticamente. E muitas vozes, incluindo Rogoff, defendem que os credores compartilhem do prejuízo, através do perdão de parte das dívidas. Outra alternativa seria o FED jogar as taxas de juros abaixo de zero, seguindo a lógica de taxas negativas do Japão e da Europa.
Rogoff estima as consequências de um corte de uma taxa negativa de -3%. Se a operação for feita de maneira correta, as taxas negativas teriam o mesmo efeito da política monetária normal, aumentando a demanda agregada e estimulando o emprego.
Há um conjunto de pré-condições para o programa ser bem-sucedido:
O mais importante é impedir a acumulação em larga escala de dinheiro por empresas financeiras, fundos de pensão e companhias de seguro. Segundo ele, trata-se de movimento jamais tentado por nenhum Banco Central do mundo.
Regulamentação, taxa variável, de acordo com os prazos.
Proteção contra as taxas negativas aos pequenos depositantes.
Para as economias emergentes, seria uma boa saída. Mesmo com taxas negativas, haverá necessidade de perdão para parte das dívidas dos emergentes maiores.
No caso dos emergentes, a maior vulnerabilidade é o crédito privado, que foi altamente expandido em momentos de liquidez abundante, especialmente em empresas exportadoras de commodities. Como as cotações eram fixadas em dólares, havia a sensação de um hedge natural.
Agora, com a queda nas cotações de commodities, há um descasamento entre garantias e passivos.
PROTECIONISMO
Um ponto que vem sendo desmentido pelos fatos é o do fechamento das economias, como resultado da pandemia apontando o fracasso da globalização.  E as vulnerabilidades reveladas pelo Covi-19, que levariam os países a estimular a produção interna, reduzindo a cadeia global de valores.
A reação da China, aumentando em12 vezes a fabricação das máscaras, é apontada como um dos sinais da manutenção da globalização comercial. Outro aspecto é a hiperespecialização da cadeia produtiva. A tecnologia padrão do ventilador, por exemplo, depende de 300 peças diferentes, fabricadas em diversos países. Logo, sua fabricação exige uma coordenação mais intensa dos fornecedores globais. O que torna a coordenação global um papel cada vez mais relevante.
Nessa ótica, haveria vantagem nas cadeias internas de fornecedores apenas em episódios muito raros, que afetem a produção de vários países simultaneamente.
Do GGN

quarta-feira, 20 de maio de 2020

DITADURAS SÃO PARA NÃO SE ESQUECER JAMAIS. POR MOISÉS MENDES

Os brasileiros poderiam copiar e admitir que copiam o que uruguaios e argentinos fazem com criatividade para lembrar sempre, mesmo em meio a uma pandemia, que um dia foram submetidos a ditaduras.
Hoje, é o Dia do Silêncio no Uruguai, e daqui a pouco as pessoas sairiam às ruas de Montevidéu carregando retratos de assassinados pelos ditadores e que são considerados até hoje como ‘desaparecidos’.
Com a clausura, que impede a realização da passeata, disseminou-se pelo país o Dia do Silêncio virtual. Na semana passada, o semanário Brecha antecipou a marcha e colocou em sua capa as fotos das vítimas dos militares.
Hoje, o Plenário Intersindical de Trabalhadores-Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), que vem a ser a central sindical deles, divulgou essa imagem poderosa, que está na capa do jornal La Diária.
A central colocou sobre as cadeiras, no auditório da sua sede, os retratos de 197 desaparecidos, mostrados por familiares, com a frase ao fundo que exalta: memória, verdade e justiça.
É dali da sede da PIT-CNT que saem muitos dos que participam da Marcha do Silêncio todos os dias 20 de maio. Em 1973, a ditadura prendeu e sumiu com 18 líderes sindicais, que nunca mais foram localizados.
Hoje, no centro de Montevidéu, uma área teve o asfalto pintado com marcas de pés no chão, para mostrar que, mesmo simbolicamente, a marcha acontecerá agora à noite. Ao fundo, dependurados num varal, aparecem retratos de desaparecidos.
Parques e praças foram ornamentados com margaridas de papel. Os uruguaios não saem atrás de pretextos para não fazer o que fazem há 25 anos.
E no Brasil? Aqui, nós debatemos a ocupação do Ministério da Saúde por uma tropa de choque do Exército.
Do DCM

terça-feira, 19 de maio de 2020

O EXÉRCITO BRASILEIRO INFECTA-SE COM A IMAGEM DA MORTE, POR FERNANDO BRITO

O Exército Brasileiro está sendo levado a uma armadilha que lhe será fatal por anos.
Virou “bucha de canhão” na guerra já perdida contra o novo coronavírus.
Não porque os militares sejam por natureza incapazes. Mas são incompetentes para este combate.
Nem mesmo durante a ditadura militar o Ministério da Saúde foi ocupado por um militar, como agora, com o general Edson Pazzuelo.
Aliás, como informa O Globo, o Ministério da Saúde está sendo, literalmente, ocupado por militares.
É um sinal inequívoco de que as equipes técnicas estão sendo desmontadas.
Os que ficam estão intimidados, procurando as sombras, os cantos, os desvãos para não serem eliminados.
Por mais que apareçam por toda a parte pessoas querendo se promover com “modelos estatísticos” que preveem para depois de amanhã o pico da epidemia, o fato concreto é que a baixa quantidade de testes e os precários registros de notificação que compõe a nossa contabilidade de contagiados e de mortos, impedem qualquer avaliação precisa.
Nosso mais confiável indicador infelizmente são as mortes e, sobre isso, o que temos é o recorde batido hoje em São Paulo, com 324 mortes, cem a mais que o recorde anterior, de 224 óbitos, também registrado numa terça-feira, 28 de abril.
A mancha que ficará no Exército pela ambição de generais medíocres que estão levando a corporação a fantasiar-se de “abre-alas” da cloroquina para agradar um psicopata.
Do Tijolaço

segunda-feira, 18 de maio de 2020

O MARANHÃO ADOTA NOVO PROTOCOLO PARA O TRATAMENTO DE PACIENTES COM COVID – 19 COM SINTOMAS LEVES

A indicação consiste e um kit de fármacos que combinam Hidroxocloroquina, Azitromicina, um corticoide, vitamina C e D, além de remédios para febre e dores.
A Secretaria de Estado da Saúde inseriu um novo protocolo medicamentoso para tratamento de pacientes diagnosticados com Covid-19 que estão com sintomas leves. A medida contempla pessoas com comorbidades, sem doença cardíaca, do 1º até o 5º dia de infecção do vírus. Orientado pela comunidade científica, o protocolo consiste em um kit de fármacos que combinam Hidroxocloroquina, Azitromicina, um corticoide, vitaminas C e D, além de remédios para febre e dores, como paracetamol e dipirona.
Desde terça-feira (12), o Ambulatório de Covid-19 do Hospital Dr. Carlos Macieira utiliza o protocolo. “Estamos recebendo os pacientes na fase inicial da doença, com sintomas leves, oriundos das Unidade de Pronto Atendimento (UPAS) e que possuem comorbidades tais como pressão alta, diabetes, entre outras. Aqui o paciente passa por criteriosa avaliação médica e realiza o exame de eletrocardiograma, para assim receber o kit. Os pacientes são informados da reação adversa e os que querem, levam o kit para tratamento em casa”, explicou o diretor geral do Hospital, Edilson Medeiros.
O secretário de Saúde, Carlos Lula disse que a rede estadual de saúde fez um protocolo, desde o início da pandemia, para administração do medicamento. De acordo com o secretário, além dos ambulatórios, as UPAs de São Luís também fornecem o kit que contém hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, um corticoide, vitaminas, entre outros. O paciente recebe o medicamento que o médico lhe recomenda.
“No Maranhão, político não opina sobre conduta médica. Isso é decisão unicamente de suas excelências, os médicos. À Secretaria de Saúde cabe apenas prover as condições para ministrar o medicamento. Como é de se esperar, as medidas vão mudando de acordo com o estudo da doença e o comportamento dos pacientes. O paciente recebe o kit de medicamentos para tratamento dos sintomas leves, com a devida recomendação médica”, afirmou.
O ambulatório já recebeu cerca de 150 pacientes que foram encaminhados pelas UPAS de São Luís. O transporte desses pacientes é feito em vans próprias para essa assistência. O ambulatório funciona de domingo a domingo, de 8h às 18h.
Diabético e hipertenso, Márcio Veras, de 50 anos, esteve entre os primeiros pacientes atendidos pelo novo serviço. “Eu sai do trabalho com muita dor de cabeça, coriza, garganta inflamada e fui direto para UPA do Vinhais. Depois de uma avaliação, me enviaram para o ambulatório do Macieira. O atendimento foi excelente. Fizeram exames detalhados e depois de saber que 25% do pulmão 18/05/2020 Maranhão tem protocolo de cloroquina para tratamento de pacientes com sintomas leves da Covid-19 –estava comprometido e um exame de coração apontou alteração, passaram para mim a Azitromicina”, contou.
O médico Rodrigo Lopes, assessor especial da SES, ressalta que estudos recentes mostraram que o uso combinado dos fármacos Hidroxicloroquina + Azitromicina na fase mais grave e moderada da doença não possuía comprovação de sua eficácia. “Hoje as discussões são entorno do uso precoce dessa medicação para pacientes com sintomas leves e na fase inicial da doença, por isso o Maranhão, assim como outros estados, vem adotando o uso desse kit, na fase inicial da doença – principalmente nos grupos de risco, desde que com criteriosa avaliação do paciente e aceitação do mesmo em tomar a medicação”, explicou o médico.
No Maranhão, a Secretaria de Estado da Saúde recomendou o uso da cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento dos pacientes com Covid-19, desde o início do atendimento aos casos na rede pública estadual. Apesar de já ser usada há bastante tempo para tratamento de malária e outras doenças reumatológicas, por exemplo, a Hidroxicloroquina possui efeitos colaterais como qualquer outra medicação.
“Um pequeno grupo de pacientes pode apresentar problemas cardiológicos, oculares, por exemplo, por isso o uso precisa ser monitorado. A população não deve fazer o uso dessa medicação sem receita e monitoramento médico, pois existe um risco. O ideal é que o paciente não tenha doenças cardíacas, mas somente o médico pode fazer essa avaliação”, ressaltou Rodrigo Lopes.

OUTRAS UNIDADES

Alem do Ambulatório de Covid-19 do Hospital Dr. Carlos Macieira, as UPAS e o Hospital da Vila Luizão também fornecem o kit para dispensação aos pacientes com sintomas leves de Covid-19, com a devida recomendação médica.
A Secretaria de Estado da Saúde ampliará o protocolo para outras unidades da rede de gestão estadual nas demais regiões.

Do JP/assessoria SESMA

A MORTE COMO ESTRATÉGIA DA POLÍTICA DE JAIR BOLSONARO PARA O BRASIL, POR FERNANDO BRITO

Não surpreende ler na Folha que Jair Bolsonaro pode demorar para escolher novo ministro da Saúde.
A aposta do presidente é muito diferente de agir para minimizar os danos humanos da pandemia. Ao contrário, ele espera que o desastre humanitário não apenas desmoralize os governos que adotam medidas restritivas, como desencadeie um processo de sofrimento e convulsão social que ampare a tomada de medidas de força.
Sobre as ações de saúde, basta-lhe continuar a agitação da pantomima da cloroquina, como a dizer que são os médicos e os governadores que não querem dar ao povo a cura que o presidente promete, embora já não haja ninguém sério que creia que seja.
Aliás, é difícil para qualquer pessoa mentalmente equilibrada entender o pensamento do ex-capitão, mas todos os fatos concretos mostram que é assim a sua conduta.
Quanto mais o país afundar, mas sentirá como positivo o pequeno alívio da “retomada”, ainda que ela seja pequena, quase inexpressiva, como o alívio de quem tira apenas uma volta do torniquete que o garroteia.
Além do mais, ele conta com a tibieza das reações do Legislativo e do Judiciário – mais o primeiro que o segundo – para que possa seguir, com uma legião de zumbis humanos e robôs virtuais, a se imporem sobre um povo entocado, impedido de ir além das inócuas panelas na janela.
A “arminha” do ex-capitão é aquilo a que ficaram reduzidas as Forças Armadas, comandadas de fato por uma turma de generais provectos e desavergonhados, que trocam sua honra pela proximidade do poder e pela garantia de que o país não se erguerá.
Do Tijolaço

domingo, 17 de maio de 2020

sábado, 16 de maio de 2020

BURITI CONTINUA DE LUTO, MORRE O CIDADÃO ABRAÃO RIBEIRO DA SILVA AOS 96 ANOS RECÉM-COMPLETADOS

Abraão Ribeiro, homem de fibra, religioso, honesto e trabalhador
O seu Abraão como era conhecido por todos, puxado na idade, e com a saúde debilitada, contraiu a covid – 19, fora internado no principal centro de saúde de Buriti, uma clínica de atenção básica, localizada no sopé de um morro, quase dentro do Riacho Tubi, onde faleceu por volta das 5 horas da manhã de hoje, sábado 16 de maio.
Como seguem as recomendações das autoridades sanitárias de saúde, não houve velório, ultra-restrito aos poucos familiares, foi sepultado aproximadamente entre às 10 e 11 horas de hoje, no cemitério municipal São José, que por sinal é vizinho à sua casa, onde viveu grande parte de sua vida regrada, na Rua inácia Vaz.
Abraão Ribeiro, nasceu em 15 de maio 1924, no município de Buriti, no lugar São Francisco, alfabetizado aos sete anos de idade pela professora Tonica Guimarães, com quem aprendeu a ler, escrever e a contar, foi agricultor, comerciante por longos anos, político, religioso e também era poeta. Casado com Angélica Januário de Aguiar, com quem teve 15 (quinze) filhos, alguns em memória, 29 (vinte e nove) netos, 24 (vinte e quatro) bisnetos e 2 (dois) tetranetos.

Abraão Ribeiro da Silva, era filho de Gedeão Ribeiro da Silva e Zulmira Marques da Costa, ficou órfão de pai aos nove (09) anos, começou a trabalhar muito jovem no ramo do comércio varejista e da lavoura. Após o casamento, passou dividir as tarefas de comerciante, quitandeiro com sua esposa Angélica que vendia no balcão. Ele responsável pelas compras, ou seja, do abastecimento do comércio que eram feitas em Teresina, Parnaíba, Chapadinha, bem como em Buriti.

Seu comércio girava em torno da compra da produção de gêneros produzidos nas roças, pelos moradores da redondeza nas terras arrendadas por ele. Seu Abraão comercializou e em quase todo território buritiense, onde da mesma forma estabelecia residência, foram inúmeras localidades como, João Lobo, Boa Hora, Sítio Velho, Vargem, Pedras, Barra Nova, Pé da Ladeira e muitos outros povoados. Armazenava os gêneros comprados, incluindo o babaçu em Buriti. Abraão era um homem culto, educado, bom pai de família, bom filho, muito religioso e sábio, quando era bem jovem queria ser padre, mais as dificuldades da época o fizeram desistir.

Por toda sua vida, nos lugares que morou, nas terras em que arrendava e montava seu comércio, trabalhava gratuitamente com muito amor para as comunidades, pregando o evangelho, alfabetizando os adultos, cuidava da saúde dos moradores e vizinhos, aplicava injeções e realizava campanha de vacinação, um verdadeiro voluntário. Na década de 70 (setenta), se estabeleceu em Buriti, mais precisamente em 1974, onde morou até seus últimos dias de vida, trabalhou até quando pode na construção das comunidades, tendo criado e presidido a Comunidade Santa Helena, momento em que fora construída a Capela de Santa Helena, na Rua de mesmo Nome.

Abraão implantou e presidiu as Comunidades Eclesiais de Base na sede municipal e em vários povoados, participou da criação das Frentes dos Trabalhadores Contra as Secas, fomentou ativamente o movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais de Buriti, igualmente fundou a Colônia de Caça e Pesca, participou da criação do Conselho Tutelar e da Pastoral da Criança de Buriti, colaborou com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente na cidade. De modo que criou e presidiu o PDT em Buriti por vários anos, por meio do qual foi candidato a vereador e vice-prefeito, de forma que participou aguerridamente dos movimentos sociais de seu tempo, com efeito pelos direitos dos trabalhadores e dos menos favorecidos da sorte, um homem incansável.

        Seu a Abraão gostava muito de ler, de escrever poemas e alem disso recitá-los. Nos anos 80 (oitenta) começou a escrever poemas, em 1996 lançou o folheto com versos em homenagem a sua terra denominado "Minha Terra", a sua amada Buriti de Inácia Vaz. Aposentado como comerciante, sua visão já não era aquela de outros tempos, assim como, a audição, mas continuava bem-humorado e sábio, ora por outra, quando a saúde lhe permitia, ele brindava os visitantes recitando trechos de algumas de suas poesias. Como poeta participou com destaque no ano de 2010 e 2016 dos Festivais Buritienses de Poesias promovidos pela AMIB. Um fragmento das suas obras foram publicadas nos livros "Vozes Poéticas dos Morros Garapenses", 2º edição de 2019, e  "Aventuras Literárias", lançado pela AMIB, no ano de 2017.
Seu Abraão e D. Angélica na solenidade de entrega de medalhas na AMIB.

Por fim, em 23 de julho de 2017, Abraão Ribeiro da Silva e sua esposa foram homenageados pela Associação dos Amigos de Buriti - AMIB, com as medalhas de honras, pelo exemplo de casal e cidadãos, que muitos e relevantes serviços prestaram à comunidade buritiense. Abraão Ribeiro cumpriu com mérito a sua missão na terra dos homens vivos, passaporte para ser bem recebido na terra dos homens mortos.  

Fonte: Buriti: nosso berço nossa história de Joaquim Pedro Linhares de Aguiar.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

PARÁ E MARANHÃO TÊM MAIOR TAXA DE INFORMALIDADE, SEGUNDO PESQUISA DO IBGE

PNAD Contínua mostra que a média nacional perdeu força no primeiro trimestre, de 41% para 39,9%; taxa ficou estável em 18 estados.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro passou de 41% para 39,9% durante o primeiro trimestre, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) mostra que, entre as unidades da federação, as maiores taxas foram registradas no Pará (61,4%) e Maranhão (61,2%), e as menores variações foram vistas em Santa Catarina (26,6%) e Distrito Federal (29,8%).
Embora a taxa de informalidade tenha se mantido estável em 18 estados, ela ficou acima da taxa média nacional (39,9%) nesses locais, variando de 41,2%, em Goiás, até 61,4% no Pará.
Em 11 desses 18 estados, a informalidade ultrapassou 50% e apenas Distrito Federal (29,6%) e Santa Catarina (27,3%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
“A informalidade teve queda porque houve uma redução das duas populações que a compõem – empregados sem carteira do setor privado e trabalhadores por conta própria – devido às dispensas dos contratados no quarto trimestre. Isso significa que os trabalhadores sem carteira e os que trabalham por conta própria não estão sendo absorvidos pelo mercado formal”, diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Para o cálculo da taxa de informalidade da população ocupada, a pesquisa considera como informais os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, empregadores sem registro no CNPJ, trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.
Do GGN

BOLSONARO E A LIBERAÇÃO DE SEU PROTOCOLO PARCEIRO DA MORTE, POR FERNANDO BRITO


Não tem a menor importância quem vá ser nomeado para o lugar de Nelson Teich no Ministério da Saúde.
O Ministro da Saúde – ou, dizendo melhor, da Doença e da Morte – é o afamado Dr. Jair Bolsonaro, formado Psicopatia Clínica.
Qualquer sujeito que ocupe o cargo, seja general que vigiava Teich seja algum profissional médico aventureiro, será um carimbador dos diagnósticos e receitas brotados da cabeça do ex-capitão.
Terá de seguir o Protocolo da Morte, seja enfiando cloroquina goela abaixo de pacientes desesperados, capazes de autorizar que lhes administrem até cápsulas de querosene na esperança de não morrerem aos montes.
É Jair Bolsonaro que o define, de acordo com seu senso de oportunidade, ao enxergar na crise de dor e fome que a pandemia pode causar a chance de, em nome de combater a agitação – que seus próprios apoiadores encarregam-se de promover, em grupos tão pequenos quanto ruidosos, como as três ou quatro dúzias de fanáticos nazistas que foram saudá-lo, hoje, no Planalto.
Já tínhamos um Ministério da Saúde combalido pela primeira mudança de ministro, um mês atrás, confuso e paralisado pela falta de energia e dinamismo de Teich e pela ocupação dos cargos intermediários por gente do meio militar. Agora, o que restava de seu corpo técnico está diante da escolha entre sair dos cargos ou esperar ser defenestrado por recusarem-se a obedecer ordens estúpidas.
Fala-se que na segunda-feira Bolsonaro mandará carimbarem sua receita macabra, todos à rua, com cloroquina à vontade.
Nosso país passará por um processo de destruição inédito, que farão os 15 mil novos infectados registrados hoje parecerem um bobagem e as mais de 14.800 mortes se assemelharem a uma bênção.
Com ou sem bloqueios, vocês verão as ruas se encherem de gente se expondo, confundida pela loucura que emana de Brasília, diante da qual as forças políticas e as instituições titubeiam, transigem e, ao final, se rendem.
É preciso dizer a verdade, o fascismo não está às portas. Ele já entrou, empalmou o poder e se dedicará, com ardor mórbido, a matar e destruir.
Do Tijolaço