O
Tijolaço, por algumas horas e com o devido pedido de “licença” de véspera,
deixou de acompanhar o notíciário das redes para que Fernando Brito o seu autor
fizesse o que sempre fez na vida: estar na rua, ao lado das causas da
educação e da liberdade, sem o que nada do que escrevesse em seu Blog teria
sentido.
Como
não esteve na manifestação do dia 15, não pode dizer se foi maior, menor ou
igual. Pode apenas dizer que havia gente para lotar a Cinelândia à Avenida
Presidente Vargas, algo como 1,5 km de gente.
Muito
maiores, claro, que os atos pró-Bolsonaro de domingo.
A
mais forte impressão para quem participa de atos de protestos desde os anos 70:
a juventude. A segunda, a forte natureza apartidária – embora não
antipartidária – dos manifestantes. Claro, havia algumas bandeiras de partidos,
mas não eram a tônica.
Entre
os mais velhos que participaram do ato – a classe média de meia-idade, a maior
beneficiária dos avanços vividos pela universidade pública, tinha presença
pouco significante, uma pena – algo assombrava: a incredulidade de termos
retrocedido tanto e termos, em última análise, um governo de energúmenos.
Várias
vezes se ouvia que a ditadura que combatemos era, ao menos, menos
escandalosamente burra que os sujeitos que estão no poder.
As
ruas – já leio a cobertura do que houve em São Paulo e Belo Horizonte – não se
esvaziaram.
A
polarização, portanto, não vai cessar, só crescerá.
Ainda
mais com a postura estúpida do Ministério da Educação, de pretender proibir a manifestação de professores, estudantes e
até de pais de alunos.
Isso
só vai aumentar a adesão ao movimento.
“Cala
a boca” nunca deu certo, ainda mais com jovens.
Amanhã
Brito volta a fazer análises. Hoje é o dia da emoção de ter cumprido o dever de
defender aquilo que o fez ser o que é, dia de descansar a cabeça e de sentir
que, tantos anos depois das primeiras batalhas que foram travadas estamos
vivos, sãos e prontos para ser o que nunca deixamos de ser.
A
propósito: Brito percorreu a manifestação ao lado dos seus companheiros de
universidade de 42 anos atrás. Foram horas de juventude que não têm, de forma
alguma, preço para quem se orgulha da vida longa que se viveu.
Tijolaço
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