Dias atrás, ao comentar
a visita de Carlos Lupi, presidente do PDT, a Lula, em Curitiba, disse que esta era a visita que deveria ter sido feita por Ciro
Gomes.
Tenho certeza que, a
esta altura da crise nacional, Lula teria visitado Ciro, se pudesse. Não pode
porque, como grosseiramente disse o irmão Cid Gomes, “está preso, ô babaca”.
Hoje, Ciro Gomes fez a
demonstração do quanto está correto o que disse e que evitei polemizar com
aqueles companheiros que, com sinceridade, embora com razões menores, defendiam
sua omissão.
Diz, em entrevista, que
“não visitaria o ex-presidente Lula na prisão se o petista
pedisse“.
Ciro, permita que desde
a minha humildade eu te diga: política não é a arte de guardar rancores e
frustrações.
Se fosse, Brizola
jamais o teria apoiado depois do que você disse dele, em 1993, como estampa
esta manchete de O Globo. Quem me chamou a atenção para ela foi um companheiro
de três décadas, do qual quase sempre divergi e com o qual isso jamais foi
razão para romper a amizade e o respeito pessoal e político.
Ninguém me contou: eu
ouvi o apelo de Brizola a que você desistisse em favor de Lula em 2002 e soube
de sua irada reação.
Lupi, com quem tive as
maiores divergências e a quem dirigi o meu pedido de desligamento do PDT,
depois de mais de 20 anos de militância política, merece o meu respeito: como
ex-ministro e integrante do governo de Lula, como você foi, não poderia ter
deixado de emprestar sua solidariedade pessoal a Lula, ainda que convidado a
visitá-lo.
Agiu como um homem de
bem, e você não.
O que você espera
ganhar com isso, os ex-bolsonaristas que ainda acham que ele foi um “mal menor”
frente ao mais reconhecido presidente da história recente do país?
Você a negaria a visita
a um homem submetido à injustiça e ao martírio, como confessa, mesmo que
houvesse um convite.
Tomara que não tenha
havido.
Seria imerecido.
Do Tijolaço
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