O
processo autoritário que começou com a judicialização da política e virou a
politização da justiça (veja só como decisões impactantes sobre bloqueios de
contas de partidos e políticos saiu hoje, antevéspera dos atos dos bolsolavajatistas)
também vai produzindo seus danos em outras áreas: a ocupação do governo por
ex-dirigentes das Forças Armadas está levando à perigosa simbiose entre
os militares e o governo.
Primeiro
foi o Clube Militar, sempre reacionário instrumento político do Exército,
através de seus altos oficiais reformados. Agora, juntaram-se como
patrocinadores dos atos de domingo o Clube Naval e o Clube da Aeronáutica.
Não
é um apoio pessoal de militares reformados, que têm todo o direito de se
posicionarem como quiserem na política: são instituições que têm de representar
todos os oficiais da reserva.
Não
se tem notícia de uma linha sequer de ponderação sobre os pesados cortes
orçamentários sofridos pelas três Armas, não há ao menos um murmúrio de
preocupação com a entrega de nossa tecnologia de defesa aérea, nenhum sinal de
preocupação com que faltem recursos para manter os quartéis, mas há a mistura
perigosa da “Lava Jato” e da reforma da Previdência (que, aliás, não os atinge)
como se fossem “manifestações cívicas e patrióticas” que devam patrocinar.
Cívicas
como Olavo de Carvalho, que enxovalhou seus oficiais generais e com quem,
agora, vão confraternizar com faixas e tapinhas nas costas? Patriótica como o
sabujismo que presta continências à bandeira americana assim que vê uma?
Não
importa que as falanges que se organizam sejam minoritárias e verdadeiros zoos ideológicos.
Velhos generais, do alto de suas confortáveis reformas, não hesitam em unir-se
a pitbulls fanáticos.
Do
tijolaço
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