Vejam
o roteiro que ele descreve com a maior cara dura, depois de ter sido
questionado por um grupo de advogados de tentar ditar o comportamento do
Supremo.
O
ministro Luiz Edson Fachin teria decretado a incompetência da 13ª Vara Federal
de Curitiba – isto é, de Sergio Moro – apenas para esvaziar o julgamento da
parcialidade com que este conduziu o caso do triplex “atribuído” ao
ex-presidente Lula.
Como
remeteu sua decisão monocrática ao plenário do STF, na hora de votá-lo, esta
semana, Fachin daria um voto contra o que ele próprio havia decidido e votaria
pela competência da vara curitibana, para ajudar a fazer maioria para, senão
revalidar a sentença, pelo menos revalidar tudo o que se fez ali.
Criar-se-ia
um imbroglio – se não é competente, não pode ser suspeito – para
preservar a íntegra do processo e deixá-lo pronto para ser liquidado com um
penada de um novo juiz.
Se
necessário, porque o “ideal” seria reverter ao status quo ante, mantendo
Lula condenado e – viva! – inelegível.
Assim,
seria aberto caminho para um candidato do Centro, o “Cinderelo”, no qual, por
horror a Bolsonaro, todos deveriam votar e resolver o problema que todos os
candidatos a príncipe encantado têm: a falta de votos.
Qual
deles? Tanto faz. Quem sabe Merval, que considera Sergio Moro o herói dos
heróis, acompanhe a declaração de voto do ex-juiz e faça campanha para o Danilo
Gentilli, um sujeito que consegue ser mais grosseiro e preconceituoso que Jair
Bolsonaro.
É
duro de engolir, mas para quem já votou no “Mito”, não é nada.
OS
PATIFES
Jair
Bolsonaro chamou de “patife” o governador João Dória, hoje, sábado, 10-04, em uma de suas
investidas ‘espalha vírus” na periferia de Brasil.
Ontem,
havia dito quase o mesmo (covarde é um dos sinônimos de patife) do Ministro
Luís Roberto Barroso, de quem disse não ter “coragem”.
De
alguma forma, Bolsonaro tem razão, inclusive se estender a si mesmo o adjetivo.
Patifaria,
aliás, é o que não falta a este país e por toda a parte.
Políticos,
empresários, prefeitos, deputados, senadores, governadores e o próprio
presidente da República, salvo exceções, com as vantagens que podem auferir da
pandemia do que em detê-la.
Nunca
se falou tanto em moralidade e dela nunca se desdenhou.
Porque
não há moralidade possível quando se desdenha da morte de 350 mil pessoas
alegando que “a economia não pode parar” enquanto os maiores beneficiários e
suas famílias permanecem no isolamento em que sempre viveram, em suas torres de
marfim, deixando que os pequenos negociantes, sem apoio, gritem “reabre,
reabre!” por eles.
Perdeu-se
a vergonha na cara, como é próprio dos patifes, quando um ministro do STF
converte-se em pastor da morte, quando um procurador geral da República vira
patrono do dízimo e quando um ex-juiz e falecido “herói nacional” nacional sai
de seu silêncio dourado para apoiar a candidatura de um palerma grosseiro,
Danilo Gentili, aquele que esfregava notificações nas “partes” gravando o
desaforo.
Não
por acaso, quando foi condenado por injúria, ganhou a solidariedade
presidencial.
Sim,
senhores, patifarias sobram, na ribalta e nos bastidores, onde se trama de tudo
contra os direitos da população e contra as liberdades.
Generais
provectos, decrépitos, agarram-se a sonhos de poder e, depois de conduzirem as
Forças Armadas a uma aventura desastrosa, que atingiu em cheio sua imagem
pública, esmeram-se em arrumar para si e para seu grupo espaços, mando e ganhos
no governo quase “ex” civil.
Médicos
picaretas que insistem em propagandear e distribuir em redes hospitalares
medicamentos ineficazes, eventualmente tóxicos, tudo para agradar o governo ou
praticar sua “medicina ideológica”.
A
velha direita brasileira, que agora rebatiza-se de “centro” não demonstra o
mínimo pendor em aliar-se à esquerda para consertar as lambanças que fez ao dar
os braço à extrema direita e agarra-se ao sonho de que tomará de Bolsonaro o
que lhe entregou em 2018, ainda que esteja claro que ele tem a hegemonia do
campo conservador.
E,
para isso, como patifes, escondem-se numa ideia de “frente ampla” que ignora,
desdenha e ataca a principal figura da oposição brasileira. Não entende e não
aceita que a alternativa a ela é a completa milicianização do Brasil.
Logo
não poderá escolher, porque terá sido dessangrada por este processo que, antes
de ser político, é psiquiátrico, porque a patifaria está se tornando a matriz
da vida brasileira.
Tijolaço.