Nos
anos 20, na fase de nossa afirmação como país, o escritor Oswald de Andrade,
brincando com as vitórias do Clube Paulistano numa excursão a terra europeias,
depois de chamar de “injustiça” a única derrota sofrida, assim mesmo por 1 a 0,
contra o Olympique de Cette, na França, deu como título a um poema com os
placares, a famosa frase “a Europa curvou-se ante o Brasil”.
Ontem,
quase um século depois, o incontrolável modernista talvez achasse razão para
escrever que “a Europa gargalha ante o Brasil”, o que, aliás, ele abominaria
grafar.
Ao
explicar ontem, diante do parlamento porque o governo suspendera a autorização
para que pousasse em território francês qualquer avião vindo do Brasil, o
primeiro ministro, Jean Castex arrancou risadas ao argumentar que o presidente
brasileiro Jair Bolsonaro recomendou e nosso país é aquele que mais prescreve
hidroxicloroquina para tratar a Covid-19.
Oswald,
que reclamava terem feito “dum país que possui a maior reserva de ferro e
o mais alto potencial hidráulico, fizeram um país de sobremesa. Café, açúcar,
fumo, bananas”, mortificar-se-ia ao ver que nos fizeram, também, o país do
charlatanismo. Assista:
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