Pronto:
Jair Bolsonaro encontrou a fórmula, inédita no mundo, para transformar uma
eleição em um golpe militar, sem o uso de tanques, carros blindados e tropas de
choque.
Basta
um cabo (USB?) soldado nos computadores da Justiça Eleitoral, que transfira os
dados para o computador do Exército, e a sua vitória estará garantida. Pelo
menos é o que se depreende do que disse, agora há pouco, o presidente:
“Quando
encerra eleições e os dados chegam pela internet, e tem um cabo que alimenta a
‘sala secreta do TSE’. Dá para acreditar nisso? Sala secreta, onde meia dúzia
de técnicos diz ‘quem ganhou foi esse’. Uma sugestão é que neste mesmo duto
seja feita uma ramificação, um pouco à direita, porque temos um computador
também das Forças Armadas para contar os votos”, disse Bolsonaro, informa a Folha.
Como
‘a ramificação’ é ‘um pouco à direita’, não é difícil imaginar o que aparecerá
no ‘computador militar’.
É
bom que as chefias militares vejam no que estão se metendo, porque este é o
caminho mais perigoso, não só para o país, mas para elas próprias. Bolsonaro,
como qualquer comandante, só deve ser obedecido em suas ordens legítimas e não
há nada de mais ilegítimo do que forças militares usurparem o controle da
apuração do processo eleitoral, algo que nem durante o período autoritário foi
feito.
Isto
é, evidentemente, uma patacoada, mas envolver as Forças Armadas numa patacoada
é criminoso e perigoso. Coloca-as na posição de usurpadoras do voto popular e
de – não há outra conclusão possível – de dispostas a fraudar, na apuração, a
vontade popular.
A
declaração foi feita numa cerimônia oficial, em pleno Palácio do Planalto, onde
pontificou como “herói” o leão de chácara aliviado de sua condenação pelo
presidente.
Ele
é, agora, o símbolo anabolizado da liberdade de expressão, inclusive para
ameaçar dar surras e tiros.
Quem
sabe Bolsonaro não vai usar sua “Bic” para nomeá-lo o próximo ministro “da
defesa” pessoal?
Tijolaço.