Não
há “agitação nas ruas”, exceto este carnaval “meia-boca”, já em dias algo
friozinhos. Também não há “comoção nacional” pela condenação de Daniel
Silveira, razão invocada para perdoar a pena de um sujeito que parece inflado
por ar comprimido que expele xingamentos, insultos e ameaças com a pressão que
parece tem sem seu tórax hipertrofiado.
A
no entanto, o clima de golpe institucional pesa como se o país estivesse a
viver insurreições e não um processo eleitoral que só não está frio porque um
dos interessados é o presidente da República e faz de tudo motivo para parecer
aclamado pelas multidões, ainda que elas não passem de umas 4 mil motos ou de
centos de pessoas arrebanhadas para inaugurações já nem se sabe do quê.
Este
“novo 64”, ainda que lá na cabeça insana de seus promotores agora, não é
invocado contra a “ameaça vermelha”. Se tanto, pela ‘cor-de-rosa”, obcecados
que são nosso conservadores com o gayzismo subversivo, depois que
ficaram no ridículas as alegações de lavouras de maconha nos terrenos das
universidade. Também não é contra a crise econômica, porque o governo é deles,
o ministério é deles e a grande maioria dos poderosos – e todo-poderosos – do
dinheiro também é deles.
O
Congresso também não está “dominado pela esquerda”, que não tem número nem para
fazer o terço necessário a impedir mudanças constitucionais. O Orçamento
secreto e o loteamento de cargos garantem nele folgadíssima maioria.
Também
a polícia só aparenta causar problemas ao governo por conta de um naco
suculento que lhe foi prometido e até agora não entregue.
Os
soldos militares foram revistos e as remunerações de quem vai para a reserva
não sofreram o castigo imposto aos civis e, para vários milhares, os cargos de
nomeação garantem que, agora, “prontidão” nunca mais.
Não
se pode reclamar do Supremo Tribunal Federal: atendeu ao “bilete” do general,
deixou fora das urnas de 2018 o capitão que cevaram e, com ele eleito e
secundado por uma tropa de generais, tiveram tudo para fazer o governo como bem
quisesse. Um atraso ou outro no “liberou geral” do armamento para os tarados
que se realizam furando a tiros figuras de papelão não chegou a comprometer o
“armas a granel” que se erigiu como fundamento da liberdade.
Então
contra o que é o golpe que se apregoa aos quatro ventos, que se ameaça todo o
tempo, que se ensaia com medidas arbitrárias, que se anuncia com os “acabou,
porra!” presidenciais?
Ora,
é simples e evidente: o golpe é contra o voto popular, que esboça eleger aquele
que, com tudo o que tiveram nas mãos, destruir.
É
por isso que precisam arranjar motivos para tentá-lo antes de outubro, para que
embora evidente que não, é a maioria que o deseja.
E,
para isso, serve até mesmo a figura insólita de um boçal, com seu discurso de
latrina, o qual está inscrevendo na porta da sua latrina verbal o nome de quem
o protege.
De
latrinas, o sr. Bolsonaro conhece bem, desde que planejou explodi-las num
quartel.
Tijojaço.
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