Do
alto do cavalo, digo, do alto de seu saber jurídico, Jair Bolsonaro, Primeiro e
(graças a Deus) Único Imperador da República decreta que seu decreto perdoando
Daniel Silveira, o deputado leão de chácara, “é constitucional e será
cumprido”.
Portanto,
o Supremo Tribunal Federal, a quem compete o controle de constitucionalidade de
todos os atos administrativos é, solenemente, declarado inútil.
Seu
poder está definitivamente usurpado e Jair Bolsonaro pode, a partir de agora,
decretar a nulidade de toda e qualquer sentença que de lá saia, se o quiser.
“Eu
acima de tudo”: foi só tirar duas letras.
Para
isso, garantem-lhe os “manos” fardados, reduzidos à condição de guarda
pretoriana idosa do César., que está à beira de cruzar com ela o Rubicão da
independência dos poderes.
Por
isso marcha ali outro personagem que soa estranho, como dublê de ministro da
Defesa de fato e candidato a vice-presidente.
É
triste e ruinosa a situação da República e só não é pior porque ainda resta – ao
menos suponho – inteligência entre os militares para saber que a imposição de
medidas de força não tem possibilidade de sustentar-se por mais que alguns
dias, porque não se tem a mídia e nem a conjuntura mundial que havia em 1964.
Isso
parece ser, ainda, a nossa maior garantia, pois já mandaram o cabo e o cavalo
para pisotear as decisões judiciais.
Tijolaço.
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