Se
o presidente da República anuncia, em solenidade oficial, que “a inflação na
questão alimentar terá que ser convivida (sic) por um longo tempo ainda”, será
que o Seu Zé, que está pagando 40% a mais no saco de batata e de 10 a 20% a
mais na caixa de tomates do que pagava, no atacado, para levar à feira estes
produtos, vai moderar o preço no varejo para recuperar o baixo ganho na semana
que vem?
Será
que o seu Geraldo, precista daquela rede de hortifrútis vai pensar em
promoção para as verduras que não baixaram de preço no Ceagesp?
Alface,
tomate e batata não têm nada a ver com a Guerra da Ucrânia, que Bolsonaro
aponta como causa dos aumentos. Têm a ver, além da chuva e do sol, com a
expectativas dos preços internos.
A
alta dos preços da cesta básica, que já alcançou níveis absurdos, não vai
recuar e a fala presidencial só o confirma.
Nos
demais preços, estamos “pendurados” na apreciação do Real que, sabem-mo até as
pedras de Wall Street, se sustenta na insignificância dos juros
norte-americanos frente à inflação que é alta mas, ao contrário do que diz
Bolsonaro, é menor que nossa e, portanto, depreciativa para moeda brasileira.
Bolsonaro
aposta em um cenário absolutamente temerário, achando que a situação
internacional lhe servirá de álibi para um eventual descontrole de preços maior
do que temos hoje.
Difícil
contar isso em Nova Iguaçu, Duque de Caxias ou em Osasco.
Tijolaço.
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