Desculpem-me
os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, mas são eles os culpados
pela nova crise que Jair Bolsonaro está abrindo sobre a segurança do
processo eleitoral.
Ao
convidarem “especialistas” das Forças Armadas para o que seria um grande meeting
técnico para aperfeiçoar a segurança das eleições já não tinham, depois da
ameaça golpista de Sete de Setembro, o direito de se iludirem com a expectativa
de que Jair Bolsonaro mandaria o Exército para este trabalho sem tentar
transformá-lo em agente da confusão.
Não
se acusa, claro, os profissionais recrutados para esta cooperação, mas a índole
de quem os envia e a subordinação que estes têm não ser apenas à códigos e
programas, mas aos ditames de seus superiores hierárquicos.
Os
“esclarecimentos” fracos e gentis que a corte eleitoral deu às afirmações
insidiosas de Jair
Bolsonaro em sua live caberiam se fossem dados pelos militares,
porque é a eles que caberia repor a verdade de que “são apenas pedidos de
informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação,
sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou
vulnerabilidades”, como informou a nota do TSE.
Se
é assim, caberia ao próprio Ministério da Defesa esclarecer que não foram, como
disse Bolsonaro, “várias, dezenas de vulnerabilidades”. O Exército empurrou os
esclarecimentos para o Ministério, que empurrou para o TSE, como se o
presidente não tivesse dito que elas foram encontradas pelo “nosso pessoal”,
frisando que ele era o “chefe supremo” das Forças Armadas inclusive nisso.
Mesmo
quando as questões levantadas pelos militares forem respondidas, é claro que
Bolsonaro não se dará por satisfeito, porque seu objetivo, com ou sem elas, é
desacreditar as urnas que, provavelmente, lhes serão madrastas.
A
conversinha do Ministro Luiz Roberto Barroso à época em que fez o convite,
alegando que a presença das Forças Armadas na comissão eleitoral iria “esvaziar o discurso
de golpe” é uma tolice.
Coisa
de carneirinho que acha que vai convencer o lobolsonaro.
Tijolaço.