quinta-feira, 28 de março de 2019

NÃO TEM PARTE BOA EM UM GOVERNO TÃO RUIM, POR FERNANDO BRITO

Leio comentaristas da imprensa dizendo que Paulo Guedes, Sérgio Moro e a “ala militar” estão preocupados com a insanidade que toma conta de Jair Bolsonaro.
Seriam a “parte boa” de um governo (?) ruim, diferente das Damares, dos Ernestos, dos Vélez e do próprio chefe.
Que me perdoem, não há parte boa em um governo tão ruim.
Não foi à toa que Dante Alighieri escreveu às portas do inferno que deixassem de lado a esperança todos os que ali entrassem.
Jair Bolsonaro não era uma incógnita, não era um marciano recém descido à Terra, alguém que não se soubesse de onde vinha, o que dizia, o que urrava.
Era, senhores generais, o “capitão-bombinha”, e os senhores não ouviram o conselho de Ernesto Geisel: “Bolsonaro é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar”.
Era, senhor Guedes, o homem que dizia “sonegar tudo o que desse para sonegar”.
Era, senhor Moro, o homem que dizia que o erro do regime que agora anda comemorar, “foi ter matado pouco”.
Os senhores não são crianças e não eram crianças no ano de 2018, quando aderiram a ele, achando que era a gazua para chegarem ao governo pelo caminho fácil do oportunismo e que o poriam na coleira, achando que o pitbull seria um totó dócil e servil às ambições que vocês nutriam.
Três meses foram tempo suficiente para que se visse que o país foi entregue a um aventureiro sem escrúpulos e sem juízo, sem equilíbrio e sem responsabilidade, sem capacidade nem caráter.
A situação destes senhores é pior do que a dos “isentões” que ficaram no “nem isso, nem aquilo” no segundo turno das eleições, cobrando autocríticas que não são capazes de fazer, ou estariam, num ato de contrição, lamentando a própria omissão.
Ninguém que tenha conseguido conjugar um pingo de caráter e um cargo no governo pode deixar de ver que ele está levando o Brasil a desastres impensáveis. Não lhes resta, se ainda pretendem apenas o purgatório e não a maldição eterna do povo brasileiro, senão sair e ajudar a parar a marcha da insensatez à qual se juntaram achando que lograriam o “capitãozinho maluco”.
Do Tijolaço

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