Era
previsível – e
isto foi dito aqui – que a “boiada” liberada ontem pelo ministro
ficaria presa na cerca da Justiça, por ser flagrantemente ilegal abolir, pura e
simplesmente, regras e licenciamentos em áreas protegidas.
É
natural, porque o objetivo de Jair Bolsonaro é, acima de tudo, criar uma
“culpa” para ambientalistas – e para todos que dão valor à conservação
ambiental – pelo que considera “avanço econômico”, seja em que bioma for:
garimpo na Amazônia, pecuária no Pantanal e no cerrado, resorts e
empreendimentos turísticos em áreas de manguezais e restingas.
Não
está interesado em promover estas atividades de forma adequadamente manejada,
como é possível hoje. Não: o raciocínio de Bolsonaro é o do “Velho Oeste”, de
terra sem lei, de afirmação da força – seja a do dinheiro, seja a das armas –
para ocupar a terra e arrancar dela tudo o que possa dar lucro, pouco
importante que, em 50 anos, venham a ser cidades e aldeias fantasmas, ou
amontoados humanos, como aqui no Rio aconteceu com a comunidade do Rio das
Pedras, que avançou sobre este curso d’água e pela Lagoa do Camorim e é, hoje,
uma área sob o controle da milícia.
Ricardo
Salles, que sobrevive a tudo na chefia dos órgãos ambientais, muito embora não
seja respeitado em parte alguma, aqui ou lá fora, é, como se disse ontem,
apenas um agente de Bolsonaro, o gerente que bota a cara para fazer as
barbaridades que o chefe deseja, sem a menor preocupação com a ética e lei.
Salles
é o “boi de piranha” da opinião pública para a boiada de Bolsonaro passar.
Do Tijolaço
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