domingo, 6 de setembro de 2020

BOLSONARO CANTAVA VITÓRIA APÓS FACADA EM MG, DIZ PAULO MARINHO

Em entrevista a Andreia Sadi, ex-aliado do presidente diz que o então candidato considerava a eleição “ganha”; episódio completa 2 anos neste domingo.
O empresário Paulo Marinho. Foto: Reprodução/Poder 360
O dia 06 de setembro marca dois anos da facada de Adélio Bispo contra o então candidato Jair Bolsonaro, ocorrida na cidade mineira de Juiz de Fora. O episódio foi o catalisador que o presidenciável necessitava para impulsionar sua vitória nas eleições presidenciais.
Tal percepção pode ser percebida na entrevista que um dos ex-aliados do hoje presidente, o empresário Paulo Marinho, concedeu à jornalista Andreia Sadi no programa “Em Foco com Andreia Sadi”, transmitido pela Globonews em 2019, cuja íntegra (fechada para assinantes) pode ser acessada clicando aqui.
Quando questionado sobre o atentado, Marinho diz que a “síndrome da conspiração” está enraizada na família, e o atentado de Juiz de Fora apenas piorou a situação. “O atentado de Juiz de Fora legitimou essa tese deles, de uma certa (sic) maneira, porque ali você nota que há sempre uma ideia de que aquilo não é um atentado de um sujeito doente mental, que aquilo é uma grande organização criminosa por trás daquele elemento”.
Marinho diz que, “sem dúvidas”, o atentado foi o divisor de águas para a vitória de Bolsonaro. “Só para recordar: a campanha eleitoral começou no dia 31 de agosto. O atentado foi no dia 06 de setembro. Na véspera do desfile de 07 de setembro – por acaso, ele tinha me convidado a ir com ele no desfile de 07 de setembro, e ainda tinha me dito “você vai ter que acordar cedo, porque nós vamos ter que chegar lá às cinco da manhã. E eu disse: “bom, então às quatro eu já estarei lá de pé”.
O ex-aliado de Bolsonaro diz que o hoje presidente foi para Minas acompanhado de Bebianno e do filho Carlos, e lá chegando houve o episódio do atentado. “Sem dúvida nenhuma, aquilo mudou completamente o resultado da eleição. Aliás, essa consciência foi do próprio capitão Bolsonaro na ocasião: a primeira visita que eu fiz a ele no hospital Einstein (Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo), eu me recordo que ele disse para o Gustavo e para mim no quarto: ‘olha, agora a gente não precisa fazer mais nada, só esperar que a eleição tá ganha’.”
Improvisação e Fake News
Marinho explica que, na época do primeiro turno das eleições, tudo na campanha de Bolsonaro era mais improvisado, por conta do pouco tempo de televisão – oito segundos. “As pessoas que vieram fazer a campanha foram indicadas pelo deputado Julian (Julian Lemos, deputado federal pelo PSL/PB), que se elegeu. Ele e o Gustavo (Gustavo Bebianno, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, falecido em março de 2020) eram os donos, eram os coordenadores da campanha”.
No segundo turno, o tempo de televisão passou de oito segundos para 32 minutos, e foi montada uma megaestrutura de campanha na casa de Marinho, localizada no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo Marinho, muitos bolsominions simpatizantes produziam material independente e ajudaram Bolsonaro a avançar na campanha. “Não foi daqui (base da campanha) que saíram peças publicitárias de desconstrução de outras candidaturas, contra o PT. Eram feitas fora daqui, nas redes sociais de pessoas que a gente não conhecia”, disse Marinho, que disse que aproveitavam esse conteúdo para encaminhar para outras redes. “Fake news a gente também mandava”.
Do GGN

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