Em
entrevista a Andreia Sadi, ex-aliado do presidente diz que o então candidato
considerava a eleição “ganha”; episódio completa 2 anos neste domingo.
O
dia 06 de setembro marca dois anos da facada de Adélio Bispo contra o então
candidato Jair Bolsonaro, ocorrida na cidade mineira de Juiz de Fora. O
episódio foi o catalisador que o presidenciável necessitava para impulsionar
sua vitória nas eleições presidenciais.
Tal
percepção pode ser percebida na entrevista que um dos ex-aliados do hoje
presidente, o empresário Paulo Marinho, concedeu à jornalista Andreia Sadi no
programa “Em Foco com Andreia Sadi”, transmitido pela Globonews em 2019, cuja
íntegra (fechada para assinantes) pode ser acessada
clicando aqui.
Quando
questionado sobre o atentado, Marinho diz que a “síndrome da conspiração” está
enraizada na família, e o atentado de Juiz de Fora apenas piorou a situação. “O
atentado de Juiz de Fora legitimou essa tese deles, de uma certa (sic) maneira,
porque ali você nota que há sempre uma ideia de que aquilo não é um atentado de
um sujeito doente mental, que aquilo é uma grande organização criminosa por
trás daquele elemento”.
Marinho
diz que, “sem dúvidas”, o atentado foi o divisor de águas para a vitória de
Bolsonaro. “Só para recordar: a campanha eleitoral começou no dia 31 de agosto.
O atentado foi no dia 06 de setembro. Na véspera do desfile de 07 de setembro –
por acaso, ele tinha me convidado a ir com ele no desfile de 07 de setembro, e
ainda tinha me dito “você vai ter que acordar cedo, porque nós vamos ter que
chegar lá às cinco da manhã. E eu disse: “bom, então às quatro eu já estarei lá
de pé”.
O
ex-aliado de Bolsonaro diz que o hoje presidente foi para Minas acompanhado de
Bebianno e do filho Carlos, e lá chegando houve o episódio do atentado. “Sem
dúvida nenhuma, aquilo mudou completamente o resultado da eleição. Aliás, essa
consciência foi do próprio capitão Bolsonaro na ocasião: a primeira visita que
eu fiz a ele no hospital Einstein (Hospital Israelita Albert Einstein, em São
Paulo), eu me recordo que ele disse para o Gustavo e para mim no quarto: ‘olha,
agora a gente não precisa fazer mais nada, só esperar que a eleição tá ganha’.”
Improvisação
e Fake News
Marinho
explica que, na época do primeiro turno das eleições, tudo na campanha de
Bolsonaro era mais improvisado, por conta do pouco tempo de televisão – oito
segundos. “As pessoas que vieram fazer a campanha foram indicadas pelo deputado
Julian (Julian Lemos, deputado federal pelo PSL/PB), que se elegeu. Ele e o
Gustavo (Gustavo Bebianno, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência
da República, falecido em março de 2020) eram os donos, eram os coordenadores
da campanha”.
No
segundo turno, o tempo de televisão passou de oito segundos para 32 minutos, e
foi montada uma megaestrutura de campanha na casa de Marinho, localizada no
bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo Marinho, muitos bolsominions
simpatizantes produziam material independente e ajudaram Bolsonaro a avançar na
campanha. “Não foi daqui (base da campanha) que saíram peças publicitárias de
desconstrução de outras candidaturas, contra o PT. Eram feitas fora daqui, nas
redes sociais de pessoas que a gente não conhecia”, disse Marinho, que disse
que aproveitavam esse conteúdo para encaminhar para outras redes. “Fake news a
gente também mandava”.
Do
GGN
0 comments:
Postar um comentário