Dê-se
o “desconto” de que o primeiro ano da pandemia foi um tempo de petróleo barato
(embora nem tanto a gasolina, o gás e o diesel) e é um exagero pensar que o
lucro da Petrobras em 2021 -R$ 106,6 bilhões, contra R$ 7,1 bilhões em 2020 –
tenha sido muito maior.
Mas 1.400% de aumento no lucro líquido é uma situação que
não só torna a empresa uma extorsionista dos consumidores brasileiros como,
descaradamente, uma vilã do processo inflacionário que acontece neste país.
Afinal,
subir o preço nas bombas em 50%, em um ano, que nome merece?
Ainda
mais quando se articula uma chantagem para tirar dos estados (e dos municípios,
que têm grande participação no ICMS – parte de sua receita em tributos sobre o
preço dos combustíveis.
A
empresa produziu menos petróleo (-2,2%) mas ganhou muito mais na exportação do
óleo bruto e dos derivados. Reduziu sua capacidade de refino e anunciou que
pretende seguir na sua política de “desinvestimento”, isto é, na venda de
“nacos” da empresa, como fez na sua privatização da sua rede lucrativíssima de
postos (a BR Distribuidora) que construiu ao longo de cinco décadas de sucesso.
Só
de venda de ativos, no último trimestre do ano, foram R$ 28 bilhões.
Dos
lucro, R$ 101 bilhões serão distribuídos aos acionistas em dividendos A União
fica com R$ 37 bilhões e os R$ 64 bilhões restantes são embolsados pelos acionistas
privados, sem um centavo de impostos.
Como
era mesmo a declaração “intervencionista” de Lula?
“Nós
não vamos manter o preço da gasolina dolarizado. É importante que o acionista
receba seus dividendos quando a Petrobras der lucro, mas eu não posso enriquecer
o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e
paga mais caro por causa da gasolina”
Que
é isso, Lula? 1.400% a mais de lucro é “a mão invisível do mercado” tirando a
parte dela…
Tijolaço.
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