Nos
tempos de criança, havia a brincadeira de estar “com a mão amarela”, o que
“entregava” logo o autor da fedorenta proeza, quando ele imediatamente estendia
a mão dizendo “não fui eu”.
Na
sua live de hoje, Jair Bolsonaro saiu-se do mesmo jeito, ao reagir à
declaração de Edson Fachin de que são as “forças desarmadas” e não os militares
que devem dirigir as eleições e dizer que não sabe de onde o presidente do TSE
“está tirando esse fantasma que as Forças Armadas querem interferir na Justiça
Eleitoral”.
Correndo,
como faria o guri bobo.
A
mão amarela de Jair Bolsonaro está, há meses, metida no processo eleitoral:
tanques na Esplanada, declarações sobre uma “apuração militar paralela”, uso
ostensivo do Ministro da Defesa para “mandar recados” ao Tribunal Superior
Eleitoral e outras emanações íleas que enchem de miasmas o ar político.
Mas
se engana quem achar que Bolsonaro recuou e resolveu aceitar que a voz das
urnas seja ouvida a dar-lhe um passa-fora.
O
passo atrás é apenas o ensaio de uma nova investida, o que só cessará quando os
comandos militares fizerem o que fez o general Edson Leal Pujol na primeira vez
que a vivandeira foi berrar num ato golpista, na porta do QG do Exército, em Brasília:
portão fechado, política é aí fora.
Mas
talvez haja alguma verdade no que diz Bolsonaro quando diz que as Forças
Armadas não querem interferir na Justiça Eleitoral.
Quem
quer usá-las para isso é ele e usa o seu provável vice, Walter Braga Netto, como
correia de transmissão sobre os generais.
Tijolaço.
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