Sob
o aspecto da segurança dos resultados, não nos fará muita diferença a presença
ou não de observadores eleitorais da União Europeia, “desconvidados” pelo
Tribunal Superior Eleitoral por pressão do governo Jair Bolsonaro, até porque
as ameaças às nossas eleições não estão nos sistemas de captação e totalização
dos votos que, tecnicamente, aqueles enviados verificariam.
A
garantia do nosso processo eleitoral depende muito menos de missões de
especialistas que de uma postura diplomática de nível mundial sobre a não
aceitação de influência de força armada – milícias, polícias e militares – na
escolha soberana do povo brasileiro.
Já
há, semeada pelo próprio presidente, evidência flagrante de ameaças que
justifiquem o acompanhamento do processo eleitoral bem antes que este chegue a
apuração.
A
diplomacia global sabe pode emitir sinais claramente compreensíveis de
advertência sobre como o mundo reagirá a uma violação dos princípios
democráticos e o que resta de inteligência nas elites militares, políticas e
empresariais saberão entendê-los e recuar diante de situações que levariam nosso
país a uma condição de exclusão internacional.
Neste
sentido, a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, condenado os abusos e
ilegalidades cometidos contra Lula, inclusive e sobretudo no cerceamento de
seus direitos políticos em 2018 já seria razão para que a comunidade
internacional estivesse de olho no que se passa com as eleições brasileiras.
A
pressão de Bolsonaro para “desconvidar” a União Europeia só serve para ampliar
este nível de alerta.
Afinal,
se foram mais de 200, em 75 países do mundo, por que será que no Brasil “não
pode”?
Tijolaço.
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