A
noite de ontem, nas telas mais importantes da Globo – o Jornal Nacional e
a Globonews – foi uma prova que a verdade, por mais que a desprezem,
surge a partir de fatos reais com uma força avassaladora, capaz mesmo de dobrar
o ódio da emissora ao ex-presidente Lula.
Quase
escondida no noticiário até ontem, a visita de Lula à Europa ganhou um inimaginável
espaço com a recepção que teve do presidente francês Emmanoel Macron, com
honras de chefe de Estado, na sede do governo da França, com direito até a
exibição da Guarda Republicana.
Não
deu para segurar, embora tenham havido algumas tentativas de reduzir o ato a
uma “treta” de Macron contra Jair Bolsonaro, o que era apenas a cereja do bolo
para o presidente francês.
O
que não é, pois, a essência, porque a agenda de Lula teve outros pontos altos
(a conversa com futuro premier alemão, Olaf Scholz, um discurso no Parlamento
Europeu e, hoje, uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez,
entre outros), todos correspondentes ao que seria um roteiro presidencial).
O
fato teve tão estrondosa força, capaz de romper as fronteiras da Sibéria onde a
Globo colocou Lula, não exatamente porque ele é candidato – e o favorito – à
presidência brasileira.
Porque,
nele, viu-se o Brasil voltar ao mundo com a importância que já teve e que tem
de ter, não como uma republiqueta de governantes exóticos e babujantes,
aparvalhados por estarem pisando em palácios, ao ponto de esquecerem o que são
e o que representam.
Nem,
também, como simples intermediários de negócios, chamando os estrangeiros para
se aproveitarem das delícias brasileiras, mas dizendo que queremos ter voz nos
problemas mundiais e desejamos exercer a nossa parte no poder global, nos
defendendo e defendendo aqueles que sofrem do mesmos males que nos recaem.
E
fazendo isso como fazem os estadistas: serena e convincentemente, com uma visão
que atrai porque é original e simples, sincera e irretorquível.
Isso,
porém, parte de um patamar que muitos brasileiros – e mais ainda nas nossas
elites – não conseguem compreender: somos um país importante, pelo tamanho,
pela população e pela riqueza, em boa parte ainda potencial, que nos torna uma
das fronteiras do desenvolvimento que se quer em novas bases, humanas e
ambientais.
Lula
encarna este desejo e é por isso que pode falar de igual para igual com as
lideranças europeias e deixar os comentaristas globais babando de inveja e,
mesmo puxando pelo “folclórico”, tendo de reconhecer que não estava ali um
primitivo. a deslumbrar-se com um hotel de luxo em Dubai ou um passeio de moto
em Doha, no Catar.
O
mundo não é uma Disneylândia 0800 para alguém que fala em nome deste imenso
país.
Tijolaço.