A
reação do ex-governador Geraldo Alckmin, dizendo ” diferenças intransponíveis
com Lula” e que política precisa ser feita com civilidade e com quem tem apreço
pela democracia é uma acontecimento positivo, goste-se ou não do tucano e de
sua orientação política.
Não
quer dizer, é claro, que seja, ao menos neste momento, viável uma aliança
eleitoral, ou ainda uma chapa que os reúna.
Mas
Alckmin reconheça-se, não esteve entre aqueles tucanos aos quais o antipetismo
levou ao crime de apoiarem Jair Bolsonaro e que hoje posam de “oposicionistas”
ao governo federal e amargou, quase sozinho, as agruras do adesismo do PSDB ao
ex-capitão, com cenas como todos lembram da traição de sua cria.
Não
creio em desdobramentos mais próximos deste gesto, como a formação de uma chapa
conjunta, mas é extremamente positivo para Lula contar, senão com a
neutralidade, ao menos com uma postura civilizada como a de Alckmin na dura
disputa pelos votos de São Paulo.
E
se for, eventualmente, eleito para o governo paulista – seja qual for o partido
para onde vá – fará uma bancada e terá a influência que dá o Palácio dos
Bandeirantes que podem jogar, em favor da estabilidade de um governo Lula.
Aos
que reagem com espanto, é bom lembrar em que condições assumirá o novo governo,
antes de sair chutando baldes.
Alckmin
está tendo uma atitude corajosa e digna, pois sabe que entre seus apoiadores
também é chocante a ideia de uma relação de cooperação com o PT e com Lula.
A
eleição, aliás, vem se configurando mais como uma disputa para ver quem será o
“anti-Lula” por, ao menos de boca, anti-Bolsonaro todos dizem que são.
A
postura civilizada do ex-governador ajuda a quebrar – e justo em São Paulo, o
maior eleitorado do país – esta mistificação da direita.
Abriu-se
mais um caminho de diálogo para Lula e ele não deixará de aproveitá-lo, como é
dever de quem tem de pensar em derrotar Bolsonaro.
Tijolaço.
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