Nem
foi aprovada – e não será aprovada tão rápida e generosamente como sonha o
governo – a PEC dos Precatórios é usada pelo governo Bolsonaro como “mãe de
todas as bondades”.
Diz
que é ela que permitirá o pagamento do auxílio, o reajuste dos aposentados e,
agora, o “reajuste geral” do funcionalismo. “A todos os servidores federais,
sem exceção”, prometeu Bolsonaro e isso, claro, inclui os que tem os melhores
salários e mais pesam no custo de pessoal.
Como
a folha de pagamentos da União roda em torno de R$ 330 bilhões – nos 3 Poderes
– um reajuste de 10% ( que nem repõe as perdas inflacionários) dá R$ 33 bilhões
de despesa extra, um terço do que seria liberado pela PEC. E não estava na
conta.
E
vá somando: emendas parlamentares, vale-diesel, vale-gás, dobrar as vagas dos
concursos para a Polícia Federal e para a Polícia Rodoviária Federal e…vai
vendo, Brasil…
Está
evidente que a PEC não é para abrir espaços para gastos assistenciais
indispensáveis aos brasileiros, mas para abrir os cofres públicos à reeleição
de Bolsonaro.
A
pergunta, porém, é se pagar um auxílio e uma parte das pessoas levadas à
pobreza e até à fome, ou dar um pequeno reajuste a funcionários que tiveram
anos de corrosão em seus vencimentos serão o bastante para dar votos a quem é
responsável por esta situação.
Bolsonaro,
no apagar das luzes do seu mandato, comporta-se como um Sílvio Santos naquele
“Quem quer dinheiro”, prometendo mundo se fundos – de despesa permanente – com
um saldo de precatórios que, além de menor que o gasto, é pontual e
transitório.
É
óbvio que isso não vai dar certo, embora a natureza das despesas seja correta,
em grande parte.
É
que o método para realiza-las é torpe e fraudulento, como são as razões para
fazê-lo.
A
fantasia de um “Bolsonaro Papai Noel”, trazendo presentes pelo teto tem tudo
para não convencer ninguém.
Tijolaço.
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