O
Brasil é um país tão surreal que a gente acaba tendo que, uma vez ou outra, a
gente tem de dar razão até à Janaína Paschoal, que, outro dia, disse a
acreditar num “abandono ao pé do altar” de Jair Bolsonaro em seu “casamento” –
expressão dele – com o Partido Liberal, de Waldemar Costa Neto, marcado para o
dia 22.
Pois
não é que foi “adiado” o casório? E, provavelmente, porque o “noivo” exigiu
como dote algo que a “noiva” não quis entregar, ao menos não de imediato e espontaneamente.
Pois
Bolsonaro, que nunca teve tradição partidária exige, com seu “cacife”
presidencial, ter completo controle sobre as candidaturas aos governos
estaduais e ao Senado, como ele próprio já declarou.
O
PL, com seu pragmatismo eleitoral, tem acordos que antecedem o interesse do
ex-capitão em utilizá-lo como “barriga de aluguel”, como sempre tratou os
partidos, muitos, por onde andou.
Quando
era um mero deputado do baixo clero, insignificantemente “folclórico”, isso não
tinha importância.
Agora,
que enfrentará uma eleição polarizada, importam muito para quem não quer ser
identificado como candidato do Bolsonaro, até porque sabe que os candidatos que
se servirão dos votos dos fanáticos são os que vierem a acompanhá-lo na
filiação partidária.
O
provável é que Waldemar Costa Neto ceda e acabe se desfazendo dos renitentes ao
bolsonarismo e aceite lançar peças fracas como “candidatos do Mito”.
Fosse
outra a personalidade do atual presidente, Costa Neto até poderia ter mais medo
de perder o controle da legenda – algo que conservou mesmo quando estava
cumprindo pena na Papuda.
Mas
não é o caso: Bolsonaro não tem pretensões de formar partido, nem bancada, nem
amigos. A prova é que conseguiu racha o partido que alugou em 2018 – um dia o
telefone do falecido Gustavo Bebianno vai falar – e perdeu metade dele, em
pouco tempo, e nem levou adiante o tal “Aliança 38”, no qual juntou com mais
facilidade cartuchos de bala do que filiados.
Tijolaço!
0 comments:
Postar um comentário