terça-feira, 25 de maio de 2021

BOLSONARO DECRETA SILÊNCIO NO EXÉRCITO SOBRE PAZUELLO, POR FERNANDO BRITO


Estadão informa que Jair Bolsonaro “telefonou diretamente para o general Braga Netto (Defesa) proibindo a divulgação de qualquer nota ou manifestação pública a respeito do caso. A ordem foi cumprida e o Exército, que informou mais cedo aos jornalistas que iria se pronunciar, cancelou o envio do comunicado à imprensa.”

Assim, não se sabe se o comando do Exército cumpriu o seu dever de abrir processo disciplinar sobre o fato de Eduardo Pazuello ter ignorado o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército e ter atendido o chamado direto do presidente da República para participar do ato político dos motociclistas do Rio de Janeiro.

Está evidente que um ato disciplinar oculto deixa de ser um ato disciplinar porque, sendo escondido, não é capaz de disciplinar ninguém.

O general Paulo Sérgio Nogueira tem completa autonomia legal e administrativa para abrir uma apuração de infração disciplinar de Pazuello, sem precisar de autorização presidencial ou mesmo de Braga Netto. As informações são de que, após consulta ao Alto Comando do Exército, já o fez, com três dias de prazo, como manda a lei, para a apresentação de defesa.

A “ordem” do Planalto, porem, anula na prática a decisão e faz ao Exército o pior dos males: o disse-me-disse, a intriga, a incerteza.

Nada pior que estar sendo tratada como “secreta” uma eventual advertência por ato praticado publicamente, transmitido pela televisão.

Serve apenas para tornar a transgressão impune e a punição inútil, porque “abafada”.

Isso só ocorrerá se com uma punição de advertência simples, restrita aos boletins internos reservados e, assim, sem o exemplo para tropa.

Se o comandante do Exército aceitar calado isso, perderá o respeito de seus colegas do Alto Comando e de seus subordinados.

Se recusar-se e exercer sua autonomia disciplinar sobre seu comandado, pode perder o cargo, mas não a honra e a dignidade do posto.

Tijolaço.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

EDUARDO PAZUELLO SERÁ PUNIDO E ENVIADO A RESERVA APÓS IDA À MANIFESTAÇÃO COM BOLSONARO

Decisão da punição foi tomada pelo comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira.

Pazuello infringiu o artigo 45 do Estatuto Militar, que proíbe a participação de oficiais da ativa em atos políticos.

O general e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, será enviado a reserva, após participar de uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no último domingo (23). A informação é da jornalista Marília Sena, do Congresso em Foco.

A decisão da punição foi tomada pelo comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira. Pazuello infringiu o artigo 45 do Estatuto Militar, que proíbe a participação de oficiais da ativa em atos políticos. A decisão, segundo as informações, é delicada, pois Bolsonaro poderia reverter a punição de Nogueira e criar uma crise com os militares.

Folha de S.Paulo também noticiou, ontem, que generais da cúpula da Força conversaram por telefone sobre o que ocorreu no Rio de Janeiro e dizem, em conversas reservadas, que Pazuello tomou uma “decisão descabida” e “enxergaram uma transgressão a normas básicas do Exército”.

A transferência de Eduardo Pazuello a reserva é dada como certa, já que os integrantes do Alto Comando avaliam que a ida do general da ativa ao palanque político do presidente passa uma “mensagem negativa a patentes inferiores”.

CPI DA COVID

Os senadores que integram o grupo majoritário da CPI da Covid também questionaram a participação do ex-ministro da Saúde, sem máscara, durante a aglomeração promovida por Bolsonaro. Para eles, o general, que prestou depoimento na última semana, fez uma “afronta à comissão“.

Na próxima quarta-feira (26), o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (MDB-AM) vai votar novos requerimentos de convocações e a expectativa é que Eduardo Pazuello seja reconvocado a prestar depoimento.

Na semana passada, ao responder ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), Pazuello mentiu em diversos momentos, omitiu informações para blindar Bolsonaro e, indiretamente, trouxe a tona fatos que incriminam o presidente da República.

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI, classificou como um “deboche” à população e um ato para tentar desmoralizar a CPI a aglomeração realizada no Rio de Janeiro. Já o o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o ex-ministro da Saúde disse que o depoimento será somado ao ato de ontem. “O general Eduardo Pazuello fez hoje uma escolha de ser o primeiro personagem declaradamente indiciado da CPI.”

 Rede Brasil Atual

domingo, 23 de maio de 2021

DEUSANIRINHO PATROCINA PROJETO DENTE DE LEITE DO BRAGUINHA, NO BAIRRO BACURI EM BURITI DE INÁCIA VAZ

Deusanirinho entregando chuteiras a uma criança.

Realizou-se no Recanto Fazendinha no Bairro Bacuri, em Buriti, grande evento em prol do futebol mirim, que contou com a presença de todos os seguimentos da sociedade buritiense, trata-se do projeto esportivo de futebol denominado Dente de Leite, desenvolvido por Francisco Braga Filho, agente administrativo, 47 anos, conhecido como Braguinha, ex-jogador do Flamenguinho. O projeto nasceu em 2010, é desenvolvido junto as crianças e adolescentes da comunidade do Bairro Bacuri, com um número estimado em 50 garotos, com idade entre 8 e 17 anos, teve como parceiro inicial o veterano Banana (professor Fábio). Festa muito concorrida.

Braguinha, Foto: Cabocos da bola (Anísio Mídia)

Neste sábado, 22 de maio, BRAGUINHA fora surpreendido por força de relevante ação social que presta junto ao futebol buritiense. DEUSANIRINHO que leva o nome do seu genitor José Deusaniro de Faria Freitas, se deslocou de Brasília, onde é radicado, para pessoalmente sentir as emoções e a energia positiva dos seus conterrâneos. Deusaniro Júnior, como seu pai é um amante do futebol, e num gesto solidário promoveu o evento e fez significativa doação de equipamentos esportivos para o projeto Braguinha continuar sua trajetória do bem.

Deusanirinho ladeado com Adoniran Teixeira e outros.

Deusanirinho se solidarizou com o projeto levado a cabo por Braguinha, sensibilizado pelos apelos dos irmãos Teixeira, Ivan Mauro principalmente e Adoniran, por reconhecerem que ações com esta magnitude é que o Brasil, o Maranhão e Buriti precisam, pois verdadeiramente impulsiona, valoriza e desenvolve o crescimento do futebol local, sem falar que oferta outro sentido à vida desta garotada, inclusive evitando o caminho curto que leva as drogas, ceifa a vida de tantos brasileiros, um gatilho para violência urbana fruto dessa desassistência do estado, infelizmente sempre crescente em nosso país.

Materiais doados

O Dente de Leite tocado por Braguinha recebeu das mãos de seu novo parceiro Deusanirinho um reforço e tanto, os materiais doados são os seguintes: coletes, 02 jogos de camisas com seus respectivos calções, para sub 13 e sub 17, 04 camisas e 02 pares de luvas para goleiro, 25 chuteiras, meiões, 03 bolas, 02 apitos, 01 bomba para encher às bolas, garrafa térmica para água, 01 par de redes, 01 kit socorro com a medicação gelol para aplicar nas contusões e outros componentes, por fim, 03 sacolões para guardar o material. De forma que o projeto ganhou material para usar por um bom tempo de trabalho.

Zenandes entregando chuteiras.

O evento foi grandioso, com direito a oração do ex-goleiro Chico Coco, falação e lanche farto a vontade, registre-se que tudo dentro das diretrizes sanitárias impostas pela pandemia, que por ausência de vacinas, teima em engatar uma terceira onda, mais terrível ainda que a primeira e a segunda, que pelos números de ontem já matou 448.208 grandes brasileiros. Braguinha relatou que não sabia o que dizer, mas pelo visto deu aula em Antonio Flora, agradeceu ao velho ídolo desportista Deusaniro, o pai, dirigente a época do Flamenguinho, do qual vestira a camisa durante longos anos,  por sempre lhe amparar nos momentos difíceis, inclusive pagando sua escola em segredo para não melindrar os demais companheiros. Daí Braguinha começou a chamar para perto de si, os seus parceiros de trabalho, como Dias, Gisleno, Diá, Neguite, Sandro, Banana, dentre outros.

Braguinha emocionado.

Braguinha por um momento se emociona, veio as lágrimas mas incentivado pelos amigos presentes se refez e retomou o discurso de gratidão, agradeceu a todos aqueles que colaboram com o seu empreendimento social, lembrou dos seus bons tempos de jogador ao lado de Alan Borges, segundo ele o melhor ponta esquerda daquele momento, bem como a tristeza do encerramento de sua carreira no futebol amador, em decorrência da fratura de sua perna, que ainda hoje não ficou bom, necessitando do suporte de uma velha e boa bengala, finaliza rogando a Deus para um dia se curar e aposentá-la de vez.

Deusaniro na sua fala aos presentes.

Deusaniro por sua vez não se fez de rogado, também mandou sua mensagem, em certa passagem ele diz: “este projeto aqui não tem nenhum cunho partidário, não há nenhum interesse da minha parte de cor partidária, mas sim, se nesses quatro anos possamos não fazer gol contra de propósito, aplaudir os acertos, críticas construtivas no momento certo, mas todos nós se conjugar o verbo somar e junto aqui com todos os vereadores, presidente da Câmara, secretários, cidadãos, vamos juntos irmanados construir um Buriti melhor, as crianças meus votos que sejam boas jogadoras, mas acima bons cidadãos”, termos em que Deusanirinho encerra sua fala agradecendo a todos os presentes.

O PROBLEMA DA ECONOMIA BRASILEIRA É A SOLUÇÃO, SE AS ELITES ENTENDEREM O ÓBVIO, POR FERNANDO BRITO

O Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Luana Araújo e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa da cerimônia de lançamento da Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19, e o lançamento da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.

Tempos atrás, o jornal O Globo tinha uma seção que se chamava “Conte algo que não sei”.

O bordão vem à mente diante de extensa reportagem de hoje de Fernando Canzian que é manchete da Folha de S. Paulo: “País mais pobre e informal torna recuperação incerta“.

Verdade que o país está mais pobre e mais informal, mas isso não é, aparentemente, um “problema” para as elites econômico-sociais do Brasil, porque a “solução” que advogaram e advogam tem sido sempre a de ampliar a pobreza e a informalidade, apontando os gastos públicos e os direitos trabalhistas e as obrigações tributárias (portanto, a formalidade) como travas ao nosso desenvolvimento.

Não são e nunca foram e está ainda bem fresco em nossa memória como não houve contradição entre progresso econômico e avanços no campo social e trabalhistas, mesmo que – é verdade – desacompanhados de um processo de justiça nos impostos, algo que enfrenta veto absoluto de mente estreita de boa parte de nossas elites.

Os “adoradores do bezerro de ouro” fiscal (claro que apenas pelo lado da despesa) se recusam a ver que injetar dinheiro mais que necessário nesta imensa massa de pobreza é a óbvia solução para a bulimia econômica que deixa o país submergir na letargia. E não encaram a informalidade como um potencial de formalidade, mas como apenas como a manutenção de um “departamento estanque” da atividade econômico, que passa longe do que interessa ao grande mundo de dinheiro e “resolve” o problema no exército de reserva que lhe barateia salários e remunerações.

Ontem, assistindo ótimo trabalho que o igualmente ótimo Caco Barcellos coordena no programa Profissão Repórter, da Globonews, duas passagens impressionaram quando foram ouvidos os problemas dos que perderam o auxílio emergencial da primeira etapa da pandemia.

Na primeira, um rapaz descreveu o que fez com os extintos R$ 600: erguer dois cômodos para deixar de ficar amontoado na sala da casa da mãe de sua mulher. Se você quiser falar em economês, ele transformou o subsídio em “Formação Bruta de Capital Fixo”, que é onde entra a construção nas contas do PIB. Aquele dinheiro rodou nas engrenagens da economia como não giraria se tivesse sido aplicado em subsídios aos fabricantes e comerciantes de insumos para a construção civil. Que, aliás, tiveram um desempenho excelente durante aqueles meses da construção civil, mesmo com os imensos aumentos de preço que tiveram: o Índice Nacional de Custo da Construção, apurado pela Fundação Getúlio Vargas, passou de 4% no acumulado de 12 meses em abril de 2020 para 13% em abril de 2021.

Na segunda, o triste retrato do que é o desalento ocupacional que quadruplicou, na prática, do 1,5 milhão de pessoas, em 2014, para 5,7 milhões em 2020. Uma pessoa conta como desistiu de “distribuir currículo” inutilmente, todos os dias, durante meses e, agora, contenta-se com os “bicos” que eventualmente consegue, raros e miseráveis. Mas que, apesar de tudo, tem o sonho de ser “registrado” – ter um emprego de “carteira” – um dia.

Há tanta ânsia pela formalização que, no ano da pandemia, 2020, 2,7 milhões de brasileiros buscaram a alternativa de se tornarem microempreendedores individuais (MEI), para formalizarem suas atividades, terem previdência e poderem emitir notas, saindo da “clandestinidade” laboral.

Portanto, existem as condições para que o “País mais pobre e informal” tenha sim, uma recuperação mais rápida e consistente, se a inclusão dos pobres e informais no Orçamento brasileiro for o gatilho para descomprimir a mola de crescimento econômico que o arrocho fiscal, a queda nos investimentos públicos e, depois, a pandemia, apertaram até não mais poder.

É claro que é preciso por fim ao festival de apropriações indevidas dos recursos públicos pela politicagem, pelos altos salários de categorias privilegiadas e por limites a isenções de tributos indevidas e distorcidas. Mas o país precisa acreditar no trabalho, no progresso, na possibilidade de uma vida melhor, onde a calçada fria não é o seu destino.

Pois também nisso acho que cabe o “conte algo que não sei”. Já o fizemos, e fizemos tendo bem pouco. Muito menos que agora.

Tijolaço.

sábado, 22 de maio de 2021

EM CARTAZ, NO RIO, “OS TARADOS DO ASFALTO’, POR FERNANDO BRITO

Tendo Jair Bolsonaro como “macho-alfa”, motociclistas desfilarão no Rio, da Barra ao Aterro do Flamengo, em apoio a quem consideram seu líder.

É segundo eles, “um passeio”, não uma manifestação, até porque não são capazes de apontar uma razão para o ato.

O que poderia ser? Coloroquina ampla, geral e irrestrita? Queremos pistolas e fuzis? “Sai de casa, seu maricas imbecil?”.

Hell’Angels, “Anjos do Inferno”, a comparação não é má, embora eles sejam. Ou, pelo menos, tentem ser, com caras de mau, tatuagens “sinistras”, adolescentes senis, ou quase.

Quase não haverá mulheres, quase todas na garupa dos “centauros”.

Que se danem as pessoas que estão morrendo de fome, os coitados que enchem as ruas cariocas, não estamos aqui para mitigar o sofrimento humano, mas para proclamar a “superioridade dos fortes”.

Essa é a política da selva, não a da civilização.

Pobre povão, que achou que as motos eram seu ganha-pão como entregadores ou mototaxistas, zunindo entre os carros sem pensar nos perigos.

Outras motos rolam, roncando grosso, contra o miado fino daquelas onde aprendem que a vida é abandono, sofrimento e dor.

Tijolaço.

OS LIMITES DA FOTO FHC & LULA, POR FERNANDO BRITO

Três semanas atrás, escreveu-se aqui que assistíamos à “lulificação” da direita sem rumo.

O processo, depois da foto de Lula e Fernando Henrique Cardoso, publicada ontem – e outros acontecimentos já o antecipavam – está agora evidente e poucos duvidam que outros – na política partidária e fora dela – seguirão o ícone do tucanismo.

O neologismo “lulificação” não foi usado casualmente, porque não se poderia ter usado outro, o “lulou”.

Lulificar-se é a descrição de um estado, de uma condição transitória provocada por condições de temperatura e pressão do ambiente político, não uma conversão pessoal, ideológica e, portanto, com algum grau de estabilidade, de longa permanência.

O que ocorre, pelo menos por enquanto, é algo bem diferente de uma aliança política, ou mesmo político-eleitoral, que demandaria programa, compromissos ao menos pontuais, partilha de poder.

Tudo isso pode acontecer, mas não é o que, agora, está em pauta.

O caso, aí, é o de um ponto único, essencial: o retorno a uma situação política de normalidade, pois a que temos – até mesmo pela ausência de viabilidade eleitoral de qualquer candidatura de centro-direita ou de direita “civilizada” – está sob as rédeas de um sujeito com sinais autoritários e psicopáticos mais do que evidenciados.

Ou melhor, exponenciados pela situação de crise pandêmica à qual o governo brasileiro respondeu com negacionismo e incompetência.

Esta normalização das disputas políticas num ambiente democrático. que tantas vezes fugiu aos brasileiros desde o fim do regime autoritário – lembremo-nos que o sucederam Sarney e Collor – é condição essencial para a disputa de projetos de poder que, é claro, tocam-se como os punhos de Lula e FHC na foto: um cumprimento sem contágio.

A arguta Cristina Serra, na edição de hoje da Folha, diz que “esse encontro é como um ajuste de placas tectônicas que, até bem pouco tempo, estavam em choque e, ao que parece, encontraram algum ponto de acomodação”.

Sim, é o de que é preciso fazer naufragar, absorver e desintegrar a ameaça da selvageria. da ditadura e do império da morte, da qual Bolsonaro é a encarnação horripilante.

Tijolaço.

MULTA NÃO DETERÁ ‘VARIANTE BOLSONARO’, MAS DÁ BOM EXEMPLO, POR FERNANDO BRITO

É claro que Jair Bolsonaro não vai responder à autuação que recebeu por provocar aglomeração – e sem máscara – no Sindicato dos Produtores Rurais de Açailândia, no Maranhão e será multado à revelia.

Ou melhor, vai responder com xingamentos políticos e defendendo a “liberdade de contaminar” contra o “comunismo da máscara”, decretado pelo governador Flávio Dino, a quem já chamou de “comunista gordo”.

Mas vai, no que puder, tentar fazer muito mal ao Maranhão, porque é assim que reage a quem tenta fazê-lo cumprir a lei.

Fez com que se castigasse o servidor do Ibama que o multou por pesca ilegal e, não satisfeito, jurou de morte a Área de Proteção Ambiental de Tamoios, que quer desproteger para instalar hotéis de luxo e cassinos.

Por conta das multas que tomou por excesso de velocidade na Rio-Santos, tentou e tenta acabar com os radares rodoviários.

Jair Bolsonaro é perigoso porque é uma variante maligna do vírus do autoritarismo, que tem de ser isolada para não continuar contaminando a vida brasileira com os efeitos mortais de sua irresponsabilidade.

Talvez as autoridades maranhenses não consigam deter a variante indiana, que chegou lá de navio e que está sendo bloqueada por todos os meios. Mas à “variante bolsonaro”, com multas não deterá. O tratamento é mais longo, vai até outubro de 2022. E a cura virá com doses maciças de voto.

Tijolaço.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

VOX POPULI E EXAME INDICAM VITÓRIA DE LULA SOBRE BOLSONARO EM 2022 JÁ NO PRIMEIRO TURNO COM 19%

Levantamentos divulgados nesta sexta-feira (21) mostram que o petista venceria o militar no primeiro ou no segundo turno.

Pesquisas mostraram que Lula venceria Bolsonaro em 2022 - Ricardo Stuckert.

Duas pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (21) mostraram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no primeiro ou no segundo turno das eleições de 2022.

A pesquisa Vox Populi mostrou que Lula venceria a disputa em 2022 já no primeiro turno. Na pesquisa estimulada, Lula vence com 43%. Bolsonaro atinge 24%. Depois, aparecem Luciano Huck (8%) e Ciro Gomes (5%). Nesse caso, a soma de índice dos outros candidatos não chega ao número de Lula. No caso da escolha espontânea, o petista aparece com 33%, Bolsonaro, com 19%, e Ciro Gomes, com 2%.

Já na pesquisa Exame Invest Pro., o primeiro turno seria um pouco diferente. Em pesquisa espontânea, Lula aparece na liderança, com 19% das intenções de voto. Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 17% e Ciro Gomes aparece com 4%. Sergio Moro e João Doria aparecem com 2% das intenções de voto e Luciano Huck com 1%.

João Amoedo, Luiz Henrique Mandetta, Eduardo Leite e Tasso Jereissati aparecem com menos de 1%. Outros nomes foram citados por 0,3% dos entrevistados. No entanto, 46% das pessoas afirmaram que não sabem para quem vão votar, e 7% disse que não vai votar em ninguém ou que vai votar em branco ou nulo.

VOX POPULI

Na pesquisa estimulada, foram apresentados três nomes para os entrevistados.

Em um primeiro cenário, Lula tem 37% das intenções de voto e Bolsonaro tem 32%. Moro aparece em terceiro lugar com 18%, e 8% das pessoas não sabem em quem votar. Já 6% dizem que não vão votar em ninguém, nulo ou em branco.

Em um segundo cenário, Lula apareceu com 36%, Bolsonaro com 32% e Huck com 15%. Não sabem foram 12% dos entrevistados, e ninguém, branco e nulo somam 5%.

Em um terceiro cenário apresentado, Lula registrou 36% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro e 15% de Jereissati. 12% disseram que não sabem, e 5% disseram que não vão votar em ninguém, em branco ou nulo.

Em um quarto cenário, Lula aparece com 35%, Bolsonaro com 31% e Mandetta com 15%. Não sabem 13%, e ninguém, branco e nulo 6%. Em um quinto cenário, Lula tem 35% dos votos, Bolsonaro 33%, Ciro 13% e não sabem 14%. Ninguém, branco e nulo são 6%.

Em um sexto cenário, Lula tem 35%, Bolsonaro, 32%, Eduardo Leite 13% e não sabem 15%. Ninguém, branco e nulo são 4%. 

Em um sétimo cenário, temos Lula (35%), Bolsonaro (30%), Doria (10%), não sabem (17%) e ninguém branco e nulo (8%).

Em um oitavo cenário temos Lula, com 36%, Bolsonaro, com 30% e Amoedo, com 9%. Não sabem foram 18% e ninguém, nulo e branco, 7%. Em um último cenário temos Lula (37%), Bolsonaro (31%), o apresentador Danilo Gentili (8%) e não sabem (17%). Ninguém, branco ou nulo, foram 6%.

Em um possível segundo turno, a Vox Populi aparece com cenário favorável a Lula. Contra o atual presidente, o petista tem 55% das intenções, enquanto Bolsonaro fica com 28%. Ninguém/branco/nulo são 14% e 3% não sabem. Com Ciro Gomes, a vantagem é de 52% contra 19%. Contra Doria, a vitória seria 56% contra 14%. O governador paulista tem menos intenções do que a categoria ninguém/branco/nulo (27%).

Levantamento realizado pela Exame Invest Pro. mostrou que, em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista seria eleito com 45% dos votos, contra 37% do atual presidente. Porém, 9% disseram que não sabem em quem votariam, e brancos e nulos somaram 9%.

CENÁRIOS COM LULA

De acordo com a pesquisa da Exame Invest Pro., Lula venceria também qualquer outro candidato. Contra o apresentador Luciano Huck (sem partido), o ex-presidente teria 44% e o apresentador, 40%. Não sabem somam 9%, e brancos e nulos, 7%. Contra o ex-juiz Sergio Moro (sem partido), Lula teria 43% e o ex-ministro 40%. Não sabem, 11%, e brancos e nulos, 6%. Contra o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), Lula teria 43% contra 35%. Não sabem, 10% e brancos e nulos, 12%. 

Contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a vitória seria de 47% contra 30%. Não sabem são 12%, e brancos e nulos, 11%. Com o  senador pelo PSDB do Ceará, Tasso Jereissati, o placar seria 47% contra 30%. 17% de pessoas que não sabem e 6% de brancos e nulos. Contra o govenadorde São Paulo, João Doria (PSDB), Lula teria 45% e o governador 28%. Não sabem, 14% e brancos e nulos, 13%. 

Contra o político do partido Novo, João Amoedo, Lula teria 46% e Amoedo apareceria com 19%. Não sabem, 21%, e brancos e nulos, 14%. Contra o apresentador Danilo Gentili, Lula teria 47% e o apresentador, 17%. Não sabem, 22% e brancos e nulos, 14%.

SIMULAÇÕES DE 2º TURNO COM BOLSONARO

Bolsonaro venceria em todos os outros cenários, segundo a Exame Invest Pro.. Contra o apresentador Luciano Huck, o atual presidente teria 45% dos votos, contra 39% do apresentador. Não sabem somariam 6%, e brancos e nulos 10%. Contra o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), Bolsonaro teria 40% e o pedetista teria 37%. Não sabem são 15%, e brancos e nulos 8%.

Contra o ex-ministro Sergio Moro (sem partido), Bolsonaro teria 40% e o ex-ministro 36%. Não sabem somariam 10%, e brancos e nulos15%. Contra o governador de São Paulo João Doria (PSDB), o atual presidente teria 46% e Dória teria 33%. Não sabem 9%, e brancos e nulos 11%. 

Em outro cenário, Bolsonaro teria 44% e o senador Tasso Jereissati (PSDB), 30%. Não sabem são 15% do eleitorado, e brancos e nulos, 11%. Em mais um possível embate, Bolsonaro teria 44% e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), 29%. Não sabem, 14%, e brancos e nulos, 12%.

Em mais uma projeção, Bolsonaro teria 46% contra 26% do político João Amoedo (Novo). Não sabem, 15% e brancos e nulos, 13%. Contra o apresentador Danilo Gentili (sem partido), Bolsonaro teria 47% e o apresentador, 23%. Não sabem, 15% e brancos e nulos, 16%.

BOLSONARO REJEITADO

Levantamento realizado pela Exame Invest Pro. mostrou que Bolsonaro aparece com a maior rejeição. Questionados sobre em quem não votariam de jeito nenhum, 39% dos entrevistados disseram o nome de Bolsonaro. Lula foi citado por 36% deles, Doria por 25%, Moro por 21% e Huck por 20%. Gentili foi citado por 20% e Ciro por 18%.

Jereissati foi rejeitado por 14%, Eduardo Leite por 13%, Mandetta por 11% e Amoedo por 6%. Porém, 4% afirmaram que não rejeitam nenhum e que votariam em todos, e 1% disseram que rejeitam todos e que não votariam em nenhum. Por fim, 13% afirmaram que não sabem.

A mesma pesquisa mostrou também que 53% do público entrevistado acha que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não merece ser reeleito. No entanto, 37% afirmou que sim e 10% disse que não sabia. Em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 50% das pessoas responderam que ele não merece voltar a ser presidente, 39% disse que sim e 11% afirmou que não sabia.

MÉTODOS DAS PESQUISAS

Na pesquisa Exame Invest Pro., 1,2 mil pessoas foram entrevistadas entre 19 e 20 de maio de 2021. A margem de erro máxima é de 3,10 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na Vox Populi, foram feitas 2 mil entrevistas, e a margem de erro é de 2,2%. A pesquisa foi feita entre 12 e 16 de maio.

Brasil de Fato.

EM NOVA PESQUISA LULA VENCE BOLSONARO POR 45% A 37% NO SEGUNDO TURNO, OS DEMAIS SEM CHANCES

Pesquisa lançada na manhã desta sexta pelo Instituto Ideia aponta vitória de Lula num eventual segundo turno com Bolsonaro, com ampliação da vantagem em relação à rodada de abril. O levantamento indica que todos os candidatos da chamada “terceira via” perdem tanto para Bolsonaro como par Lula num eventual segundo turno.

(Foto: Ricardo Stuckert | Reuters).

A pesquisa do Instituto Ideia indica que Lula teria 45% das intenções de voto contra 37% de Bolsonaro em um eventual segundo turno se as eleições fossem hoje. Lula ampliou a vantagem desde a última sondagem, realizada há um mês, pelo instituto, quando vencia Bolsonaro por 40% a 38%.A pesquisa deve ser lida com reserva porque foi feita por telefone, o que limita a escuta dos segmentos mais pobres da população. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 e 20 de maio. Na pesquisa presencial feita pelo Datafolha e divulgada em 12 de maio, a vitória de Lula era mais expressiva: 55% aq 32%.

Nos cenários do segundo turno feitos pela pesquisa Ideia, Bolsonaro perde apenas para Lula, vencendo todos os eventuais adversários, o que indica a inviabilidade da chamada “terceira via”: Luciano Huck (45% a 39%), Ciro (40% a 37%), Sérgio Moro (40% a 36%), Doria (46% a 33%), Tasso (44% a 30%), Eduardo Leite (44% a 29%), Amôedo (46% a 26%) e Danilo Gentili (47% a 23%).

Na simulação de segundo turno, Lula vence todos os candidatos da chamada “terceira via”. Na disputa com Lula, o petista tem 43%, e Ciro, 35%. A eleição mais acirrada de uma terceira via com Lula é contra o ex-juiz Sergio Moro (43% X 40%).

Na avaliação de 54% dos pesquisados, Jair Bolsonaro não merece ser reeleito para mais quatro anos de mandato. Em relação ao ex-presidente Lula, este número cai para 50% que acham que ele não merece comandar o país novamente.

A rejeição a Bolsonaro também é alta quando os eleitores são questionados em quem eles não votariam de jeito nenhum. Entre os entrevistados, 39% disseram que não dariam mais uma chance ao atual presidente. Lula aparece com 36%, seguido de João Doria, com 25%, e Sergio Moro, com 21%.

Lula lidera também a pesquisa espontânea.

Brasil 247.

DE OLHO NAS ELEIÇÕES 2022, ROGÉRIO MARINHO AUMENTA VERBA PARA SEU ESTADO EM 223%

Ministro comanda um feudo do Centrão, mobilizado pelo Palácio do Planalto para atender demandas de parlamentares do bloco. Marinho vai ser candidato a governador no RN.

Marinho atuou também na distribuição do dinheiro do orçamento secreto (Alan Santos/PR).

O Ministério do Desenvolvimento Regional priorizou, em 2020, a destinação de verbas ao Rio Grande do Norte, base política do ministro Rogério Marinho. No ano em que Marinho assumiu o atual cargo, o governo federal assinou contratos para enviar um total de R$ 1,2 bilhão ao Estado, que passou a ser o primeiro no ranking da pasta. O dinheiro será aplicado em obras de porte, como a construção de adutoras e parques eólicos, na compra de tratores agrícolas, construção de galpões, cisternas e asfaltamento de ruas e estradas.

Ao assumir a pasta em fevereiro do ano passado, Rogério Marinho aumentou em 223% os repasses ao seu estado, em relação a 2019. Os valores incluem verbas de fontes distintas, como os fundos constitucionais e orçamento da União, inclusive emendas parlamentares, e estão sendo aplicadas de formas variadas, como contratos de repasses, termos de execução descentralizada, convênios e empréstimos.

No primeiro ano da gestão de Marinho, o investimento do ministério no Rio Grande do Norte superou a soma do que receberam os vizinhos Ceará (R$ 650 milhões) e Paraíba (R$ 315 milhões). Considerando todos os Estados e o Distrito Federal, Sergipe, também no Nordeste, foi o que levou a menor parcela: R$ 28 milhões.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho Foto: Marcos Corrêa/PR.

Questionado sobre o volume de recursos destinado a sua base eleitoral, o ministro disse que "não houve favorecimento do Rio Grande do Norte em detrimento dos demais Estados". O ministério também ponderou que uma parcela dos recursos (R$ 695 milhões do governo federal) faz parte de seis contratos de financiamento a empresas privadas para instalação de parques eólicos, por meio da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Rogério Marinho comanda um feudo do Centrão, mobilizado pelo Palácio do Planalto para atender demandas de parlamentares do bloco. O segundo Estado que mais recebeu recursos  do Desenvolvimento Regional em contratos referentes ao ano passado foi o Piauí (R$ 863 milhões), do senador Ciro Nogueira (Progressistas), um dos parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro. São Paulo vem na terceira posição (R$ 800 milhões).

Ao mesmo tempo que tocou verbas tradicionais, Marinho atuou também na distribuição do dinheiro do orçamento secreto, revelado pelo Estadão, uma outra fonte de recursos do governo. O “tratoraço”, como o caso ficou conhecido, foi um esquema criado pelo governo Bolsonaro, em 2020, para atender deputados e senadores com indicação de recursos das emendas de relator-geral (chamadas de RP9) em troca de apoio no Congresso. As mudanças na emenda que possibilitaram a enxurrada de R$ 3 bilhões em verbas só da pasta do Desenvolvimento Regional foram gestadas, em acordo com o Congresso, no Planalto, pelo então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, hoje na Casa Civil.

Nos repasses gerais do Ministério do Desenvolvimento Regional ao Rio Grande do Norte, R$ 905 milhões já foram empenhados, mas apenas R$ 190 milhões, efetivamente executados. Os dados são divulgados pelo próprio ministério, no painel “carteira de investimentos”, e dizem respeito apenas a verbas do governo federal. Se consideradas as contrapartidas de municípios, o volume de investimentos sobe para R$ 1,5 bilhão. Neste ano, até agora só houve contratos assinados com Distrito Federal, São Paulo, Sergipe e Goiás, conforme os dados do painel.

LOTEAMENTO

A pasta do “tratoraço” teve os cargos loteados entre apadrinhados do DEM, PL, Republicanos e Progressistas, além de um setor do PSDB sintonizado ao Palácio do Planalto. O ministro é um dos principais “inauguradores de obras” de Bolsonaro e roda Estados, especialmente do Nordeste, reduto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Originado pela junção dos antigos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, a pasta comandada por Rogério Marinho conta com cinco grandes secretarias. A maior delas, a da Mobilidade e Desenvolvimento Regional Urbano, a chamada “Secretaria do Tratoraço”, atrai deputados e senadores pela compra de tratores para as prefeituras, revelada pelo Estadão. O chefe é o advogado pernambucano Tiago Pontes Queiroz, acostumado aos meandros burocráticos do governo, indicado por deputados do Republicanos, entre os quais Sílvio Costa Filho (PE). Antes, Queiroz também exercia cargo apadrinhado politicamente na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô em Recife (PE), e é vinculada ao ministério. Abaixo dele, despacham três diretores, um ligado ao próprio Marinho e outros dois ligados a parlamentares influentes no Centrão, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, e o deputado Wellington Roberto (PB), líder da bancada do Partido Liberal, homem de confiança do ex-deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto.

De todos, a escolha mais pessoal de Marinho foi o secretário de Segurança Hídrica, o engenheiro Sérgio Luiz Costa, indicado ao ministro pelo presidente da Codevasf, Marcelo Moreira. Costa antes estava na mesma autarquia, e era ligado ao senador tucano Roberto Rocha (MA), um bolsonarista. Marinho tem especial interesse nas obras hídricas para o semiárido nordestino, segundo pessoas próximas. Já o secretário de Saneamento é o economista tucano Pedro Ronald Maranhão Braga Borges, indicado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que chegou a pedir a abertura de uma CPI para apurar o orçamento secreto.

ELEIÇÕES
Além de Marinho, o Rio Grande do Norte é reduto político do ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), deputado licenciado e filho do ex-governador Robinson Faria.  Atualmente é governado pela ex-senadora Fátima Bezerra (PT), aliada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Circula nos bastidores da política potiguar, a aliança de direita, patrocinada por Bolsonaro, seria formada por Marinho como candidato a governador e Fabio Faria a senador. O pai dele, ex-governador Robinson Faria, candidato a deputado federal. Porém, Marinho ainda não revela seus planos. Ele tem dito, publicamente, que seu futuro político está amarrado ao de Bolsonaro e que decidirá sua candidatura em diálogo direto com o presidente.

O atual ministro do Desenvolvimento Regional pediu desfiliação do PSDB desde que decidiu ingressar no governo Bolsonaro, em 2019, como secretário de Previdência e Trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes, hoje seu desafeto. Ele ainda tem familiares na legenda. E foi um dos que apoiaram a filiação do prefeito de Natal, Álvaro Dias, que estava no MDB, em 2020. Queridinho de empresários industriais, Marinho é frequentemente chamado por Guedes de “desleal” e “fura-teto”, dado o ímpeto por investimentos em grandes obras e a defesa de que o Estado lidere a retomada econômica, estimulando gastos em infraestrutura.

Marinho assumiu no governo Michel Temer uma tarefa que poucos parlamentares topariam: relatar a reforma trabalhista, pauta impopular, que foi aprovada e lhe custou a impopularidade às vésperas da eleição de 2018. Marinho ainda chegou a propor outra, igualmente controversa, a reforma dos planos de saúde. O preço chegou. Ele não obteve votos suficientes para se reeleger deputado federal. Em 2012, ele não se elegeu prefeito de Natal, na única disputa de cargo majoritário que tentou. Por isso, aliados avaliam que ele ainda vai testar sua viabilidade eleitoral, sem aceitar a pressão de Faria - convertido ao bolsonarismo, o ministro das Comunicações deixará o PSD para se filiar ao Progressistas.

Dom Total.

A VENDA DA ELETROBRAS OU APAGÃO ELÉTRICO, O QUE VIRÁ PRIMEIRO? POR FERNANDO BRITO

O projeto de “pré-privatização” da Eletrobras, aprovado ontem na Câmara dos Deputados, felizmente, tende a ficar parado – ou em marcha lenta – no Senado, onde o rolo compressor bolsonarista não é tão forte quanto a máquina de maldades pilotada por Arthur Lyra.

Mas não é só por isso: para retardar o impacto da privatização nas tarifas de energia, o projeto coloca todo o peso da carga sobre o setor industrial – o que também acaba transferindo preços ao consumidor – e aposta no mesmo mecanismo furado a que Fernando Henrique apelou para “resolver” os problemas do apagão de 2001: a construção, a toque de caixa de usinas termelétricas a gás, que acabaram tendo de ser assumidas pela Petrobras e que vão na contramão da redução de emissão de gases com que o país se comprometeu.

E não é tudo: como o projeto define as áreas de implantação das térmicas – Norte, Nordeste e Centro -Oeste – em áreas com menor malha de gasodutos e adensamento de linhas de transmissão, tudo isso é custo de investimento e investimento é coisa que mingou no país em níveis apavorantes. A Folha, hoje, mostra dados que revelam que estes baixaram ao nível dos anos 60/70 , ainda que os juros negativos, em tese, devessem estar empurrando o capital para inversões produtivas.

Para por aí? Não, mesmo. Entramos na estação da seca com níveis muito baixos nos reservatórios e a sombria perspectiva de chegarmos ao final do ano com apenas 10 a 20% de reservas para a produção de energia, mesmo com uma demanda que se estagnou por conta da “marcha-lenta” da economia.

Professor da UFRJ, Adílson de Oliveira, especialista em energia, diz que estamos “em contagem regressiva para um apagão:

— Daqui a cinco ou seis meses, não teremos capacidade para abastecer o mercado. Só não estamos em racionamento agora por causa da pandemia de coronavírus, que deu uma estagnada na economia

As térmicas estã0 produzindo 26% da carga elétrica demandada pelo país, o dobro do que faziam no ano passado. São a fonte de energia que mais cresce, com 45,3% da potência instalada que entrou em operação no ano passado.

Nossa ainda maior fonte de eletricidade, a hidráulica, no ano passado, respondeu por apenas 1,23% da energia agregada ao pais.

A matriz elétrica brasileira, que já foi mais de 70% hidráulica, está em 58% e caminha para perder essa hegemonia nesta década, e é ela, disparado, a de geração mais barata e, por isso, a de menor custo.

Um novo governo, que esteja disposto a reverter o processo de desindustrialização brasileiro, terá de reverter este “meter o dedo” bolsonarista no setor de energia.

Tijolaço.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

O VÍRUS DA CORRUPÇÃO, POR ÉLIO GASDA

A tolerância à corrupção é consequência da escassa consciência de cidadania.

A corrupção é um crime com várias facetas (Evaristo Sá/AFP).

Quando ele está em campanha

Diz que vai resolver toda situação.

Depois de tá eleito adianta o seu lado

E dá uma banana para o meu povão

Perde a credibilidade, a moral e o pudor

Tira o pão da boca das crianças

Do aposentado e do trabalhador!

 

De norte a sul

De leste a oeste, meu irmão

Como tem político contaminado

Com o vírus da corrupção! 

(Bezerra da Silva).

Corrupção, crime antigo e atual. No Brasil, o lícito e o ilícito, o público e o privado se misturam desde o tempo do Império. Quando chegou ao Rio de Janeiro, dom João recebeu de "presente" uma bela casa, a melhor do Rio, do traficante de escravos Elias Antônio Lopes.

Esse, em contrapartida, recebeu privilégios da Corte.

220 anos depois, mesmo durante uma verdadeira pandemia, os escândalos dominam os noticiários: Consórcio internacional elege Bolsonaro como "Pessoa do Ano" em corrupção de 2020! Sua família e seu círculo mais próximos aparentam estar envolvidos em conspirações criminosas e vêm sendo regularmente acusados de roubar da população. O que dizer do "bolsolão", ou tratoraço, orçamento paralelo de R$ 3 bilhões para comprar apoio no Congresso? E do Ministério da saúde que paga até 185% a mais por produto contra Covid 19? Flávio Bolsonaro compra mansão de R$ 6 milhões, mesma soma investigada pelo Ministério Público - valor três vezes maior do que o patrimônio declarado pelo senador em 2018; gasto milionário do Exército com camarão, uísque e vinhos virou notícia nacional! Ministério da Saúde, na gestão Pazuello, fez contrato de R$ 29 milhões sem licitação com empresas suspeitas para reformar galpões. Os sócios da empresa estão envolvidos em escândalos.  

Corrupção é outro nome do bolsonarismo? Ocorrem graves retrocessos institucionais, principalmente com a perda da autonomia de órgãos como a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal. Governo corta verba do Coaf destinada a sistema contra a corrupção. Os ataques frequentes aos jornalistas e à sociedade civil é outra ameaça na luta contra a corrupção.

Corrupção, do latim, corruptio, significa deterioração, sedução. Antes de se falar em pecado original, expressão ausente na Bíblia, a tradição cristã dizia que o ser humano vivia numa situação de corrupção. Corrupção é ter um coração (cor) rompido (ruptus), pervertido. Na política, corrupção é o controle abusivo do poder e dos recursos do governo visando tirar proveito pessoal ou partidário. Corrupção sempre implica trocas entre quem detém poder decisório e quem detém poder econômico, visando à obtenção de vantagens ilegais para indivíduos ou grupos.

A corrupção é um crime com várias facetas. É um problema intrínseco a todo sistema apoiado em fatores internos e externos ao indivíduo (política, economia, administração pública e questões culturais e estados afetivos da pessoa). A verdade é que a corrupção está na base do capitalismo e seus laços com o poder e o dinheiro. A imposição do Estado mínimo aponta para um aspecto do neoliberalismo: a corrupção regulamentada. A corrupção desponta como estratégia dos poderosos para conseguir ainda mais poder. O governo Bolsonaro apresenta isso de forma muito clara. Para ter apoio no Congresso distribui verbas entre parlamentares. De impunidade em impunidade, o mal assumiu o poder.

A Igreja ensina que "entre as deformações do sistema democrático, a corrupção política é uma das mais graves, porque trai, ao mesmo tempo, os princípios da moral e as normas da justiça social; compromete o correto funcionamento do Estado, influindo negativamente na relação entre governantes e governados; introduzindo uma crescente desconfiança em relação à política e aos seus representantes, com o consequente enfraquecimento das instituições. A corrupção política distorce na raiz a função das instituições representativas, porque as usa como terreno de barganha política entre solicitações clientelistas e favores dos governantes. As opções políticas favorecem objetivos restritos de quantos possuem os meios para influenciá-las e impedem a realização do bem comum de todos" (Compendio da Doutrina Social da Igreja, 411). "É um pecado social. A corrupção fede, o mal rouba a esperança" (papa Francisco).

A tolerância à corrupção é consequência da escassa consciência de cidadania. Políticos notoriamente corruptos são reeleitos. Tolera-se a corrupção como parte do sistema político e da cultura do jeitinho brasileiro. A sociedade tem um baixo grau de cultura cívica e alto grau de irresponsabilidade com o bem comum. Omite-se, lava as mãos e aposta em salvadores da pátria.

"A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral" (Marques de Maricá). O desinteresse do cidadão para com as coisas do Estado e as desigualdades sociais são empecilhos na luta contra a corrupção. Igualdade, justiça social e honestidade são princípios fundamentais para erradicar a corrupção que governa o Brasil. O Governo que rouba é o mesmo que mata.

*Élio Gasda é doutor em Teologia, professor e pesquisador na Faje. Autor de: 'Trabalho e capitalismo global: atualidade da Doutrina social da Igreja' (Paulinas, 2001); 'Cristianismo e economia' (Paulinas, 2016)

O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente do Tubi News/Dom Total. O autor assume integral e exclusivamente responsabilidade pela sua opinião.

Dom Total.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

COM CERCA DE 300 MIL MORTES PAZUELLO AINDA FALA EM ‘MISSÃO CUMPRIDA’, POR FERNANDO BRITO

Quando se perguntou ao ex-ministro Eduardo Pazuello qual a razão de sua saída do Ministério da Saúde, a resposta foi tão lacônia quando cínica:

-Missão cumprida.

É possível que alguém possa considerar assim o salto de 30 mil para 300 mil mortes uma “missão cumprida”. quando a luta entre a vida e a morte está sob seu comando?

Estranhamente, porém, nenhum senador reagiu a este absurdo. Era o caso e levantar, bater na mesa, exigir respeito a 270 mil pessoas que deixaram este mundo pela pandemia, o mínimo que se poderia fazer diante de tanta desfaçatez.

Esta é a palavra. Pazuello tratou de tudo como se fossem assuntos burocráticos, que requeressem trocas de memorandos, pareceres jurídicos (aliás, em falsas afirmações), detalhes, como se os brasileiros não estivessem morrendo como moscas.

Mas quem para perguntar em que galáxia ele achava que estava Jair Bolsonaro, que ergue cloroquina como troféu diante das emas do Alvorada, “nunca” lhe deu orientações sobre o uso da droga, aliás, nunca deu orientação alguma sobre nada que ambos faziam apenas um teatro para “memes” quando o presidente desautorizou a assinatura do aval federal para a Coronavac, que mandou anular sua assinatura e quando, com Pazuello, gravou e publicou a cena do “um manda e o outro obedece”, segundo ele, “para a internet.

A rigor, só quando pisou nos calos dos dois senadores amazonenses, Omar Aziz e Eduardo Braga, descrevendo um mundo irreal, onde o sufocamento dos manauaras tenha sido quase uma fatalidade, já que todas as providências foram tomadas em tempo recorda: dia 10, à noite, tomou conhecimento dos problemas, dia 11 tomou as providências e dia 12 despejou cilindro de oxigênio em Manaus.

Idem na questão da Pfizer (a “resposta” que não houve foram “reuniões”), a da Covax (era “cara e insegura”) e por onde andou sua arrogância gelada e desumana.

Espera-se agora que, na segunda parte da inquirição de Pazuello, os senadores não se acoelhem, como até agora, diante de seu papel asqueroso.

44o mil brasileiros mortos merecem que haja, ao menos, brio diante desta monstruosidade.

Tijolaço.

MINISTÉRIO DA SAÚDE FEZ CONTRATO DE R$ 29 MILHÕES SEM LICITAÇÃO COM EMPRESAS SUSPEITAS

Contratos foram assinados na gestão Pazuello, mas foram anulados pela AGU. Militar com cargo no Ministério da Saúde é suspeito de facilitar negócios para mesma empresa no governo Bolsonaro.

A AGU quer que a investigação continue para verificar se há indícios de conluio entre os servidores e a empresa contratada. (Arquivo MS)

Em novembro de 2020, em meio à pandemia, o Ministério da Saúde contratou sem licitação duas empresas para fazer reformas em seus imóveis no Estado do Rio de Janeiro. As obras foram consideradas urgentes – por isso a licitação foi dispensada – e orçadas em R$ 29 milhões.

 Os contratos foram firmados pelo superintendente do Ministério da Saúde no Estado do Rio, coronel George Divério, nomeado pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Depois de assinados, os contratos foram anulados pela Advocacia-Geral da União (AGU), que considerou que não havia razão para a dispensa de licitação. A história foi exibida nesta terça-feira, 18, pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

 Segundo a reportagem, em novembro de 2020 Divério autorizou a contratação da empresa LLED Soluções para reformar galpões do Ministério da Saúde na zona norte do Rio. A obra custaria quase R$ 9 milhões.

 Dois sócios da LLED Soluções já tinham se envolvido em um escândalo em contratos anteriores com as Forças Armadas. Fábio de Resende Tonassi e Celso Fernandes de Mattos eram donos da CEFA-3, que em 2007 fornecia material de informática para a Aeronáutica. Mas, como uma investigação comprovou, o material vendido não foi entregue, causando prejuízo de mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos.

 Em processo na Justiça Militar, Tonassi foi condenado à prisão, mas segue recorrendo em liberdade. A empresa CEFA-3 está proibida de celebrar contratos com o governo federal por 5 anos, até 2022.

 Mas esses mesmos sócios abriram uma empresa nova, a LLED Soluções, Instalações e Reformas Ltda., que durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro já fechou contratos no valor de R$ 4 milhões. O contrato da reforma dos galpões foi mantido em sigilo no portal do Ministério da Saúde na internet.

Dois dias depois de autorizar a reforma dos galpões, em novembro, o superintendente Divério autorizou, novamente sem licitação, a contratação de outra empresa para uma reforma completa na sede do Ministério da Saúde no Rio, por R$ 20 milhões. A empresa contratada foi a SP Serviços, inscrita como microempresa na prefeitura de Magé (Baixada Fluminense).

 A obra foi considerada urgente com os mesmos argumentos usados para a obra no galpão. O contrato previu iluminação automática de LED na fachada, por R$ 1 milhão, e reforma do auditório, com 282 poltronas novas, a R$ 2,8 mil cada uma.

 A SP Serviços foi contratada sem licitação em três oportunidades por empresas ou instituições públicas dirigidas pelo coronel George Divério, segundo o Jornal Nacional.

A AGU não aprovou as dispensas de licitação e os contratos foram anulados. A AGU quer que a investigação continue para verificar se há indícios de conluio entre os servidores e a empresa contratada. Os pareceres reconhecem que os prédios precisam de reformas, mas afirmam que agora só seria possível fazer obras ligadas à segurança.

Ao Jornal Nacional, a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio declarou que atuou dentro da normalidade em relação à dispensa de licitação, que os processos foram anulados e encaminhados à Corregedoria-Geral do Ministério da Saúde e que atua com transparência e lisura nos processos.

 À TV Globo, a empresa LLED declarou que não tem nenhuma relação com a CEFA-3 e que é apta a participar de licitações, e a SP Serviços afirmou que teria condições de realizar a reforma da sede do Ministério da Saúde no Rio.
Dom Total.