Decisão da punição foi tomada pelo comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio Nogueira.
Pazuello
infringiu o artigo 45 do Estatuto Militar, que proíbe a participação de
oficiais da ativa em atos políticos.
O
general e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, será enviado a reserva, após
participar de uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de
Janeiro, no último domingo (23). A informação é da jornalista Marília Sena,
do Congresso em Foco.
A
decisão da punição foi tomada pelo comandante-geral do Exército, Paulo Sérgio
Nogueira. Pazuello infringiu o artigo 45 do Estatuto Militar, que proíbe a
participação de oficiais da ativa em atos políticos. A decisão, segundo as
informações, é delicada, pois Bolsonaro poderia reverter a punição de Nogueira
e criar uma crise com os militares.
A Folha de S.Paulo também noticiou, ontem, que generais
da cúpula da Força conversaram por telefone sobre o que ocorreu no Rio de
Janeiro e dizem, em conversas reservadas, que Pazuello tomou uma “decisão
descabida” e “enxergaram uma transgressão a normas básicas do Exército”.
A
transferência de Eduardo Pazuello a reserva é dada como certa, já que os
integrantes do Alto Comando avaliam que a ida do general da ativa ao palanque
político do presidente passa uma “mensagem negativa a patentes inferiores”.
CPI
DA COVID
Os
senadores que integram o grupo majoritário da CPI da Covid também questionaram a participação do
ex-ministro da Saúde, sem máscara, durante a aglomeração promovida por
Bolsonaro. Para eles, o general, que prestou depoimento na última semana, fez
uma “afronta à comissão“.
Na
próxima quarta-feira (26), o presidente da CPI, o senador Omar Aziz (MDB-AM)
vai votar novos requerimentos de convocações e a expectativa é que Eduardo
Pazuello seja reconvocado a prestar depoimento.
Na
semana passada, ao responder ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL),
Pazuello mentiu em diversos momentos, omitiu informações para blindar Bolsonaro
e, indiretamente, trouxe a tona fatos que incriminam o presidente da República.
O
senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI, classificou como um “deboche” à
população e um ato para tentar desmoralizar a CPI a aglomeração realizada no
Rio de Janeiro. Já o o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o ex-ministro da
Saúde disse que o depoimento será somado ao ato de ontem. “O general Eduardo
Pazuello fez hoje uma escolha de ser o primeiro personagem declaradamente
indiciado da CPI.”
Rede Brasil Atual
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