O Estadão informa que
Jair Bolsonaro “telefonou diretamente para o general Braga Netto (Defesa)
proibindo a divulgação de qualquer nota ou manifestação pública a respeito do
caso. A ordem foi cumprida e o Exército, que informou mais cedo aos jornalistas
que iria se pronunciar, cancelou o envio do comunicado à imprensa.”
Assim,
não se sabe se o comando do Exército cumpriu o seu dever de abrir processo
disciplinar sobre o fato de Eduardo Pazuello ter ignorado o Estatuto dos
Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército e ter atendido o chamado
direto do presidente da República para participar do ato político dos
motociclistas do Rio de Janeiro.
Está
evidente que um ato disciplinar oculto deixa de ser um ato disciplinar porque,
sendo escondido, não é capaz de disciplinar ninguém.
O
general Paulo Sérgio Nogueira tem completa autonomia legal e administrativa
para abrir uma apuração de infração disciplinar de Pazuello, sem precisar de
autorização presidencial ou mesmo de Braga Netto. As informações são de que,
após consulta ao Alto Comando do Exército, já o fez, com três dias de prazo,
como manda a lei, para a apresentação de defesa.
A
“ordem” do Planalto, porem, anula na prática a decisão e faz ao Exército o pior
dos males: o disse-me-disse, a intriga, a incerteza.
Nada
pior que estar sendo tratada como “secreta” uma eventual advertência por ato
praticado publicamente, transmitido pela televisão.
Serve
apenas para tornar a transgressão impune e a punição inútil, porque “abafada”.
Isso
só ocorrerá se com uma punição de advertência simples, restrita aos boletins
internos reservados e, assim, sem o exemplo para tropa.
Se
o comandante do Exército aceitar calado isso, perderá o respeito de seus
colegas do Alto Comando e de seus subordinados.
Se
recusar-se e exercer sua autonomia disciplinar sobre seu comandado, pode perder
o cargo, mas não a honra e a dignidade do posto.
Tijolaço.
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