Quando
se perguntou ao ex-ministro Eduardo Pazuello qual a razão de sua saída do
Ministério da Saúde, a resposta foi tão lacônia quando cínica:
-Missão
cumprida.
É
possível que alguém possa considerar assim o salto de 30 mil para 300 mil
mortes uma “missão cumprida”. quando a luta entre a vida e a morte está sob seu
comando?
Estranhamente,
porém, nenhum senador reagiu a este absurdo. Era o caso e levantar, bater na
mesa, exigir respeito a 270 mil pessoas que deixaram este mundo pela pandemia,
o mínimo que se poderia fazer diante de tanta desfaçatez.
Esta
é a palavra. Pazuello tratou de tudo como se fossem assuntos burocráticos, que
requeressem trocas de memorandos, pareceres jurídicos (aliás, em falsas
afirmações), detalhes, como se os brasileiros não estivessem morrendo como
moscas.
Mas
quem para perguntar em que galáxia ele achava que estava Jair Bolsonaro, que
ergue cloroquina como troféu diante das emas do Alvorada, “nunca” lhe deu
orientações sobre o uso da droga, aliás, nunca deu orientação alguma sobre nada
que ambos faziam apenas um teatro para “memes” quando o presidente desautorizou
a assinatura do aval federal para a Coronavac, que mandou anular sua assinatura
e quando, com Pazuello, gravou e publicou a cena do “um manda e o outro
obedece”, segundo ele, “para a internet.
A
rigor, só quando pisou nos calos dos dois senadores amazonenses, Omar Aziz e
Eduardo Braga, descrevendo um mundo irreal, onde o sufocamento dos manauaras
tenha sido quase uma fatalidade, já que todas as providências foram tomadas em
tempo recorda: dia 10, à noite, tomou conhecimento dos problemas, dia 11 tomou
as providências e dia 12 despejou cilindro de oxigênio em Manaus.
Idem
na questão da Pfizer (a “resposta” que não houve foram “reuniões”), a da Covax
(era “cara e insegura”) e por onde andou sua arrogância gelada e desumana.
Espera-se
agora que, na segunda parte da inquirição de Pazuello, os senadores não se
acoelhem, como até agora, diante de seu papel asqueroso.
44o
mil brasileiros mortos merecem que haja, ao menos, brio diante desta
monstruosidade.
Tijolaço.
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