quarta-feira, 21 de março de 2012

BR-226 é interditada pelos Guajajaras que pedem segurança e fim de seletivo

Os índios Guajajaras interditaram uma via da BR-226 na tarde desta quarta-feira (21). O trecho interditado fica próximo a aldeia Coquinho, em Grajaú. Os indígenas reivindicam, entre outras coisas, mais segurança na região, já que os manifestantes não se sentem seguros com os constantes assaltos que acontecem na rodovia, localizada próxima a aldeia.
O cacique Raimundo Guajajara, em entrevista exclusiva com O Imparcial, exige dos governos, federal e estadual, a implantação de dois postos rodoviários federais entre os municípios de Sabonete e Santa Maria. A exigência busca aumentar o policiamento na região que, de acordo com Raimundo Guajajara, é muito violenta, com alta incidência de assaltos.

“Os assaltantes, após cometerem os crimes, se escondem dentro da nossa reserva. Queremos deixar claro que essa onda de violência não tem nada a ver com nós índios”, disse.

Na noite desta terça-feira (20), por volta das 20h30, segundo Raimundo, dois homens em uma Hilux, de cor Prata, fizeram disparos no local interditado, visando intimidar os manifestantes.

“Os disparos foram de calibre 40 e nós temos as cápsulas das balas. A tora de madeira usada para fazer o bloqueio tem marcas de bala”, relatou Raimundo.

O cacique explicou que caso o poder público não resolva a situação, os índios interditarão a estrada todas as noites a partir das 17h, só abrindo, para o fluxo de veículos, as 6h da manhã, até o dia 2 de abril. A partir do dia 2 de abril, caso o assunto não seja resolvido, os manifestantes prometeram bloquear a estrada totalmente, noite e dia.

Outras exigências
Além de mais segurança, os manifestantes também querem a suspensão de “um seletivo de saúde indígena”, onde somente “brancos” foram contratados.

“Criou revolta da maneira que foi feito e esperamos que esse seletivo seja cancelado. Que se faça um novo seletivo, mas de acordo com o critério básico das aldeias. Estamos abertos para diálogo”, desabafou Raimundo Guajajara.

Já outro líder Guajajara, Marciliano Clemente Guajajara, lembrou que as manifestações são legítimas e buscam o bem estar de todos. “A segurança não é somente pra gente, mas pros brancos também. É caso de estupro a esposa de caminhoneiros e assaltos. Sobre o seletivo para colocar profissionais de saúde nas aldeias, quero lembrar que temos profissionais de saúde capacitados, índios técnicos em enfermagem que podem cuidar da saúde nas aldeias”, finalizou Marciliano.

Do Imparcial

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