Os
governantes deste país estão dedicados, na questão da vacina, a um jogo de gato
e rato. Ou, se preferirem, de rato e rato.
É
famosa a história onde o “coronel” da roça, para garantir o voto dos camponeses
meeiros prometia-lhes uma botina nova, mas só um pé era entregue antes da
votação. Por “segurança”, o segundo só depois.
Quem
diria que no Brasil do século 21 trocaríamos a botina por vacina.
Ser
alguém duvidava, ainda, que a aceitação, pelo Butantã, de entregar todas as
suas vacinas ao governo federal tinha ligação com a aprovação da Coronavac pela
Anvisa, que vá olhar os termos em que este responde ao ofício enviado pelo
Ministério da Saúde: Butantã diz que vai entregar Coronavac ao governo federal
assim que receber aval da Anvisa, noticia o Estadão.
“Por
fim, ressaltamos que a disponibilização deverá ocorrer tão logo seja concedida
a autorização pela agência reguladora”.
Jura
que não parece aquelas cenas de filme policial, onde se discute se primeiro
entrega-se o resgate ou se liberta o refém?
Não
é preciso dizer que entrega da vacina à União foi condição para sua (ainda
incerta) homologação.
Tudo
é jogada de esperteza e de “contra-esperteza”. O Ministério quer todas as
vacinas para que Dória não roube a cena do início da vacinação; o Butantã pede
que informe quantas serão as doses de São Paulo para entregá-las direto à
Secretaria de Saúde paulista – “como de praxe” – e que que Eduardo Pazuello
confirme quando serão o “Dia D” e a “Hora H” do início da vacinação.
Como
Jair Bolsonaro não vai assistir o primeiro brasileiro a receber a “vachina”,
Doria nem se importa que seja ao mesmo tempo: a foto e o “triunfo” serão dele.
É
a isso que se reduziu o combate a uma doença que já deixou muito para trás a
marca dos 200 mil corpos sem vida e que caminha para fechar o mês de janeiro
com 30 mil mortes ou mais.
Se
a gente não chamar quem faz isso de bandidos, a quem chamará?
Do Tijolaço.
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