A
única novidade no discurso de Jair Bolsonaro foi que, por colocarem dos teleprompters,
a cabeça do presidente brasileiro parecia um limpador de para-brisas, virando
seguidamente, a cada frase, para uma litura mecânica de um texto que só não é
uma comédia porque representa uma desgraça para milhões de pessoas.
O
Brasil, disse ele, foi estava “à beira do socialismo” e por ele foi salvo deste
terror. Hein? Se alguém souber de algum patrimônio confiscado, alguma fábrica
estatizada, alguma fazenda transformada em cooperativa, por favor, cartas para
a redação.
O
resto do discurso foi tão veraz como esta parte.
Com
Bolsonaro, reduziu-se o desmatamento, só que aumentou.
A
vacinação foi uma maravilha, apesar de tardia e deixando 600 mil mortes de
“saldo” e descoordenada até hoje.
Somos
o país do “tratamento inicial” da Covid – parabéns ao redator que rebatizou o
“tratamento precoce” com cloroquina – e. incompreendido, não sabemos porque o
mundo, os cientistas e a imprensa duvidam de nosso charlatanismo, devidamente avalizado
por uma casa de politicagem que leva o nome de Conselho Federal de Medicina.
As
manifestações em seu favor foram as maiores da história, embora não tenham, nem
de longe, sido.
A
corrupção acabou e as mutretas nas compras de vacina, rachadinhas e as piruetas
dos lobistas não são “casos concretos”.
O
Brasil asilará os “cristãos” do Afeganistão, embora os perseguidos sejam
muçulmanos não talibãs quase todos os perseguidos, uma vez que são
quase inexistentes minorias cristãs e judaicas.
O
Brasil prospera enquanto seu povo vai para a calçada e come, quando tem, pés de
galinha.
Somos
um país atraente para o capital internacional, que, entretanto, sai, faz o
dólar subir e eleva a inflação.
E
assim se passaram 12 acabrunhantes minutos de seu discurso, parcamente
aplaudido, por cortesia, e destinado a ser um exemplo de como um país gigante
como o nosso pode cair nas mãos de um patético anão mental.
Vira pra lá,
vira pra cá, pra cá, pra lá, como um Jair
Teimoso horizontal, a sacudir a cabeça minúscula e primária, de onde não
sai nenhuma ideia, nenhuma causa, nenhuma verdade.
Tijolaço.
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