A
recusa do presidente da Câmara, Arthur Lira, em fornecer a lista dos deputados
que votaram a PEC dos Precatórios sem estarem em plenário ou mesmo sem estar no
país é daquelas coisas absurdas que achávamos ter deixado para trás nos sertões
dos anos 30, com a eleição a bico de pena.
É
lógico que, se mantida por ele, vai cair de imediato no Judiciário, tamanho o
absurdo que é ser um procedimento obrigatório o registro de ausência em função
de missão oficial que, portanto, é pública .
Exigir,
como se fez à Folha de S.Paulo, um recurso à Lei de Acesso à
Informação, sobretudo numa votação que é nominal, aberta, é um disparate
autoritário que não tem qualquer justificativa.
Ontem, começou a cair essa monstruosa manipulação, mediante o
pagamento de emendas anônimas, dita de relator – um deputado afirmou que
pagava-se, assim, R$ 15 milhões por voto.
Aliás,
é este o destino de perto de um terço do excedente orçamentário, além de
irrigar o Fundo Eleitoral e a prorrogação da desoneração da folha e pagamentos
das empresas de 17 setores da economia.
Hoje,
essa novidade em centenas de anos de parlamento: o voto-bagagem, o que
viaja junto com o parlamentar.
Arthur
Lira vai se convertendo num Eduardo Cunha, com aquela história do “sou apenas o
usufrutuário” das contas no exterior.
No
caso de Lira, votos no exterior.
Tijolaço.
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