Não
interprete como severa a determinação do presidente do Senado (e, portanto, do
Congresso), Rodrigo Pacheco, de dar dez dias para que todos os parlamentares indiquem quais
foram as emendas que propuseram no “Orçamento Secreto” dos anos de 2020 e 2021,
para que se atenda, finalmente, a ordem dada pela ministra Rosa Weber de tornar
público quem levou, quanto e para onde bilhões do dinheiro público.
Quantos
dos 594 deputados e senadores vão, espontaneamente, confessar exatamente o que
empurraram, na surdina, para suas bases eleitorais ou para onde os negócios se
afiguravam promissores? Ainda mais se a negativa de informar não tiver de ser
confrontada ao que, de fato, foi encaminhado pelo relator do Orçamento, ou
relatores, no caso: os senadores Domingos Neto (PSB – CE) e Marcio Bittar
((PL-AC), uma vez que eles são os responsáveis pela solicitação dos valores ao
Executivo e recebem os pedidos de apoiamento dos parlamentares.
Ambos
se recusaram a fornecer as informações do que foi recebido e encaminhado por
ele para ser pago.
E
Pacheco, em lugar de obrigá-los, com os poderes regimentais que tem, resolveu
“democratizar” a responsabilidade: cada um informa o seu.
Em
lugar de dois responsáveis, teremos quase 600 irresponsáveis, porque é
impossível cotejar o que disserem (ou não disserem) com a realidade.
Pacheco
está sendo apenas o que é, um covardão cúmplice, comprometido até a medula com
este esquema de distribuição obscura de verbas públicas, até porque ele sucede
Davi Alcolumbre, este varão da República, na designação dos relatores e não há
de ser lá que se revoga o dito popular de que “quem parte e reparte e não fica
com a melhor parte, ou é bobo ou não tem arte”.
Bobo,
Pacheco não é. Artes, sim, deve ter feito muitas, como todo cara que posa de
santarrão.
Tijolaço.
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