Estamos nós, aqui, devidamente empenhados em evitar
que a crise provocada por Jair Bolsonaro e suas ameaças de cancelar as eleições
e, enquanto isso, o esperto e autoritário Arthur Lira vai passando a boiada em
questões vitais para o Brasil.
Tudo, agora, anda a toque de caixa na câmara:
reforma tributária, reforma eleitoral, PEC dos Precatórios (“pedalando” para os
próximos governos as dívidas que este deveria honrar) e uma infinidade de
atropelos de fazer corar um frade.
Quase sem registro, passou ontem o PL da Grilagem,
como ficou conhecida a autorização legal para a regularização da posse de
terras da União, sem qualquer exigência de vistoria da ocupação privada pelo
Incra, para até 6 módulos fiscais. O que quer dizer, nas áreas do Norte e
Centro-Oeste, onde está a maioria delas, regularizar no grito áreas de até 700
hectares, algo impensável que se justifique como concesssão ao pequeno
lavrador.
E se promete, ainda para esta semana, a votação da
privatização dos Correios.
Hoje, na posse de Ciro Nogueira, veremos o enxame
que se formará, nos moldes destas liquidações de supermercado, com
parlamentares disputando quase a tapas as bancas do “saldão” do governo
Bolsonaro.
Na ocasião, Bolsonaro cobrará o preço de ouvirem
suas ameaças à democracia e de ameaçar os parlamentares do Centrão a que
obedeçam ao que ele diz ser “a vontade do povo”.
À qual, esperta e criminosamente, responderão com um
silêncio que se ocula na “legitimidade da discussão”, quando sabem que a
convers é outra, a da continuidade forçada no poder do atual presidente.
E, claro, apelos à concórdia com quem brande uma
faca.
Tijolaço.
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